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Clara: fintech chega ao Brasil para aposentar o reembolso corporativo

Startup mexicana que oferece cartões de crédito corporativos oficializa entrada no país após aporte de US$70 milhões e título de mais novo unicórnio da América Latina

Gerry Giacomán Colyer, Layon Costa e Diego García Escobedo, da Clara: fintech chega ao Brasil depois de aporte de US$ 70 milhões (Caco Parise/Divulgação)

Gerry Giacomán Colyer, Layon Costa e Diego García Escobedo, da Clara: fintech chega ao Brasil depois de aporte de US$ 70 milhões (Caco Parise/Divulgação)

A fintech mexicana Clara acaba de colocar os pés oficialmente no mercado brasileiro. Há pouco mais de um ano no mercado, a startup que oferece uma plataforma de controle de gastos corporativos e cartões de crédito para empresas passou a operar em plena pandemia e já conquistou algumas das principais corporações do México, como a empresa de locações de imóveis de temporada Casai e o unicórnio Kavak.

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Os planos para chegar ao Brasil já haviam sido antecipados pela fintech em maio deste ano, quando a Clara recebeu um aporte de 30 milhões de dólares para ajudar na expansão para outros países além do México. A série A foi liderada pela DST Global, com participação dos fundos Monashees, Kaszek Ventures, Avid Ventures e investidores anteriores, como a General Catalyst.

Agora, a fintech concluiu uma nova rodada série B de 70 milhões de dólares que, além de viabilizar a saída das fronteiras mexicanas, também lhe rendeu o título de novo unicórnio da América Latina — e startup a conquistar o feito mais rapidamente em apenas um ano de existência.

À frente do novo capital recebido pela empresa estão, além dos antigos investidores, os fundos ICONIQ Growth, Box Group, Gaingels e Coatue. Líder da rodada, a Coatue já destinou cheques a grandes companhias como Bytedance (dona do TikTok) e às brasileiras Cloudwalk e Deel.

A proposta da empresa, fundada pelos ex-funcionários da Grow Diego García e Gerry Giacomán Colyer, é oferecer a empresas da América Latina uma solução de gestão financeira inteligente — começando pelo cartão de crédito corporativo, o primeiro produto de uma plataforma que promete ter todos os recursos necessários para um gerenciamento completo de gastos corporativos. Do ano passado para cá, os cartões de crédito da Clara já transacionaram cerca de 15 milhões de dólares.

A predileção pelas terras brasileiras se justifica pelo impacto. Depois de alguns meses recrutando pessoas e estruturando uma operação local, a Clara estreia oficialmente no Brasil sob a batuta do ex-Rappi Layon Costa, novo diretor responsável pela empresa por aqui e por uma equipe de mais de 40 pessoas.

Os cartões da Clara

Por trás dos cartões de crédito está a premissa de que é muito mais ágil e simplificado estabelecer limites de gastos para determinados funcionários ou departamentos. “Acreditamos em um futuro onde aposentar o reembolso substituindo esse padrão por uma solução muito mais inteligente seja totalmente possível”, diz Costa.

Com a Clara, a ideia é que uma empresa possa facilitar o dia a dia de quem faz viagens corporativas, faz compra de equipamentos e tudo isso sem se preocupar com as arcaicas notas fiscais. Pela plataforma, os clientes podem emitir ilimitados cartões físicos e virtuais para os funcionários, customizar as linhas de crédito para cada pessoa ou departamento e acompanhar os gastos internos.

Para estabelecer as bases no empresariado brasileiro, a Clara firmou uma parceria com a Mastercard, detentora da bandeira dos cartões oferecidos pela fintech por aqui. Com a Mastercard. a Clara negociou uma licença que permite a emissão independente e ilimitada de cartões

A lista de espera já é extensa, com “algumas centenas” de companhias aguardando pela chegada dos cartões e em conversas avançadas com a fintech, segundo Costa. Nesta lista também estão as operações brasileiras das empresas já atendidas pela fintech no México.

Em boa medida, o interesse pela plataforma inteligente de controle de gastos da Clara também é fruto de um olhar atento de investidores, que reconhecem o potencial da fintech em alcançar muito além de startups e chegar às grandes corporações do país. “Há uma grande ânimo sobre nosso crescimento e a chegada ao Brasil”, diz Gerry Giacomán Colyer, CEO e cofundador da Clara.  “Tudo o que estamos criando simboliza o valor, a infraestrutura que construímos, o crescimento que temos no México e comprova o potencial com essa operação no Brasil".

Todo esse otimismo também se reflete em uma expectativa positiva. A empresa espera ter pelo menos 1.000 clientes até o final do primeiro trimestre de 2022, além de aumentar ainda mais o time de funcionários.

No futuro, a intenção da fintech é ir além dos cartões de crédito e lançar uma função de pagamentos por boleto e também instantâneos, algo similar ao Pix. 

 

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