Yuri Fonseca, Thiago Saldanha e João Torquato., fundadores da CashU: startup capta R$ 6,1 para ajudar empresas B2B a serem financeiras (CashU/Divulgação)
Depois de uma temporada de estudos em Columbia, uma das mais renomadas universidades de negócios e finanças dos Estados Unidos, Thiago Saldanha e Yuri Fonseca decidiram que era hora de revolucionar a maneira como pequenas empresas têm acesso a crédito no Brasil.
Para isso, o jeito mais eficiente encontrado pelos estudantes foi criar um negócio que impactasse as empresas que, na outra ponta, oferecem esse crédito. Assim nasceu a CashU, fintech que atende grandes empresas que atuam no B2B (empresa para empresa) oferecendo crédito comercial (limite para vendas feitas a prazo) para PMEs.
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A proposta da CashU, fundada é fazer com que qualquer empresa possa ser mais assertiva na hora de oferecer crédito para seus clientes PME, o que a startup chama de "inteligência de fintech". Mas não apenas para clientes do setor financeiro. Pelo contrário. O foco está em companhias que percebem o valor de entender, no detalhe, a saúde financeira de seus clientes de pequeno e médio porte e assim, criar novas oportunidades de negócio. Na lista estão distribuidores do setor de alimentação que gerenciam restaurantes e bares, grupos de moda e vestuário, entre outros.
"O que vimos era um leque de oportunidades de negócio desperdiçadas simplesmente porque uma empresa de pequeno porte é avaliada de maneira generalista", diz Thiago Saldanha, CEO e fundador da CashU. Para Saldanha, a avaliação de risco na tomada de crédito de PMEs hoje não considera o nível de complexidade de cada um dos fornecedores dessas empresas, o que a faz ser colocada em um 'bolha' geral. "Empresas podem ser boas pagadoras, mas não têm se quer a chance de chegar até isso", diz.
Atualmente, a CashU ajuda empresas que precisam avaliar PMEs clientes para definir a concessão e limites de crédito comercial, ou seja, o empréstimo para vendas feitas a prazo. A startup faz isso com ajuda de um sistema que se "pluga" ao ERP dessas empresas, mapeando todo o histórico de pagamentos e transações entre a companhia e seus clientes de pequeno porte com aprendizado de máquina. "Somos como o Nubank e Creditas da análise de crédito, mas para pessoas jurídicas", diz.
Em outra frente, as credoras podem também antecipar algumas decisões de negócio, como ajustes nos limites de empréstimos concedidos.
O que a CashU quer daqui para frente é poder estender essa análise para outros produtos financeiros além do crédito comercial, diz Saldanha. "Ainda não fazemos isso, mas abrimos uma grande porta para que uma empresa possa oferecer soluções como Buy Now, Pay Later e seguro de crédito. As possbilidades são infinitas".
A CashU acaba de receber o seu primeiro incentivo externo para ampliar essa missão para um maior número de empresas. A empresa levantou 6,1 milhões de reais em um investimento semente da ABSeed e com participação dos fundos Caravela, ScaleXOpen e Bertha Capital, além de alguns investidores anjos.
Com o aporte, a empresa quer aumentar o time de funcionários para 30 pessoas até o final do primeiro trimestre de 2022, além de trazer mais especialistas para o negócio. A expectativa é manter também o crescimento nas receitas na ordem de 20% ao mês — a empresa não divulga faturamento.
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