Rodrigo Veloso, da O.N.E.: empresário transformou disperdício em oportunidade (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2010 às 17h15.
São Paulo - Item indispensável no cardápio praiano brasileiro, a água de coco tinha um destino bem menos nobre no sudeste asiático: o lixo. Foi a partir desta constatação que o brasileiro Rodrigo Veloso elaborou um plano de negócios que, cinco anos depois, se transformaria em uma empresa com faturamento de 50 milhões de dólares.
Em uma viagem a passeio ao sudeste asiático, o empresário observou que embora o coco fosse amplamente cultivado e consumido na região, sua água era considerada um mero resíduo. Resultado: litros e litros do precioso líquido adocicado jogados fora.
De volta ao Brasil, Veloso – então estudante de MBA da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo – elaborou um plano de negócios que propunha acabar com o desperdício, transformando a abundante água de coco asiática em produto de exportação para o mercado norte-americano.
Premiado em diferentes concursos nacionais e regionais, a ideia foi finalista de uma competição mundial de planos de negócios. Embora não tenha levado o prêmio no papel, o plano logo se transformaria em um lucrativo negócio fora dele.
“Um professor disse que o plano estava redondo, que eu deveria correr atrás de colocá-lo em prática”, conta o empresário. Juntando suas economias com uma ajudinha de familiares e amigos, Veloso fez as malas e embarcou para a Califórnia atrás de um investidor. Nascia a O.N.E., que já no primeiro ano de vida recebeu uma injeção de capital de 100 mil dólares de um investidor anjo.
Segundo o empresário, o pulo do gato foi apostar em uma boa estratégia de marketing. Veloso optou por promover a água de coco como um produto natural e saudável em vez de comercializá-la como produto étnico. “Fizemos um trabalho de educação sobre os benefícios da água de coco para a saúde”, conta.
O sucesso da marca no Sul da Califórnia deu projeção à O.N.E. e garantiu novas rodadas de investimento à companhia – primeiro por um fundo de venture capital e em seguida por um fundo de private equity. Com faturamento de 10 milhões de dólares em 2009, a empresa atraiu a atenção da gigante das bebidas Pepsi, que se tornou distribuidora da marca.
Os bons resultados obtidos com a água de coco levaram o empresário a apostar em outros ingredientes naturais, como o açaí e a fruta do café, para expandir sua linha de bebidas. Com duas fábricas nas Filipinas e uma na Indonésia, a empresa deve faturar 50 milhões de dólares neste ano e se prepara para expandir os negócios para outros mercados, incluindo México, Canadá e Europa.