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Brasil pode ter 10 unicórnios no futuro. Veja quais são eles

Não é apenas a 99 - outras startups nacionais podem adquirir um valuation de um bilhão de dólares. Confira as apostas dos especialistas:

 (RuthBlack/Thinkstock)

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Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 22 de janeiro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 21 de março de 2018 às 11h30.

São Paulo – A compra da startup brasileira de mobilidade urbana 99 pela gigante chinesa Didi fez com que diversos agentes do ecossistema empreendedor voltassem seus olhos ao Brasil.

A expectativa dos especialistas, agora, está em que mais recentes negócios inovadores nacionais se tornem “unicórnios”: startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares.

“Eu acho que veremos mais unicórnios não só por essa compra da 99, mas pela profissionalização do mercado. A aquisição é apenas a ponta do iceberg: o início de nosso ecossistema se fortalecendo e mostrando cada vez mais resultados para o mercado”, afirma André Ghignatti, diretor da WOW Aceleradora.

“Eu sou otimista em relação ao Brasil e acredito que a gente vem amadurecendo muito nosso ecossistema. Temos estruturas mais sólidas e a qualidade do empreendedor brasileiro deu um salto nos últimos anos”, completa Mauricio Benvenutti, sócio da plataforma StartSe. “Entendemos mais sobre como fazer negócios, usando conceitos de economia compartilhada e de tecnologia, e mais empreendimentos brasileiros possuem abrangência internacional.”

Então, quais startups do Brasil têm potencial para serem avaliadas em um bilhão de dólares? Os especialistas consultados pelo Site EXAME deram seus palpites.

Veja, a seguir, quais podem ser os 10 próximos unicórnios brasileiros:

1 — Ebanx

Cartões universitários

- (Foto/Thinkstock)

A Ebanx é uma startup de Curitiba que oferece uma solução para quem não tem cartão internacional e quer usar serviços como o e-commerce chinês AliExpress, por exemplo. Por meio da Ebanx, o usuário pode realizar a compra e pagar um boleto bancário correspondente.

Apesar de não ser muito conhecido e não ter recebido aportes, Ghignatti acredita que o negócio pode valer um bilhão de dólares em curto prazo. “A startup teve um crescimento exponencial nos últimos tempos e deve estar em um valuation próximo ao de um unicórnio”, diz o diretor da WOW Aceleradora.

2 — GuiaBolso

App GuiaBolso

- (GuiaBolso/Divulgação)

O GuiaBolso é uma fintech que ajuda brasileiros a controlarem o orçamento: por meio da importação de extratos bancários ou inserção manual, os usuários podem ver suas receitas e despesas categorizadas – e planejarem melhor sua vida financeira.

No final de 2017, a startup recebeu mais um aporte no valor de 125 milhões de reais. Eles já haviam captado 90 milhões de reais em rodadas anteriores.

“Dentro do mercado financeiro, é muito clara a oportunidade que a startup tem ao conseguir entregar para o consumidor suas transações de forma eficiente, simples e transparente”, afirma Benvenutti, da StartSe.

No ano passado, a startup lançou sua própria plataforma de empréstimo – abocanhando outra parte relevante do setor.

3 — Movile

Escritório da Movile em São Paulo

- (Movile/Divulgação)

Se você ainda não conhece a Movile, talvez tenha alguns de seus aplicativos instalados no smartphone: o iFood, de delivery, ou o PlayKids, de conteúdos infantojuvenis, são apenas alguns exemplos. O negócio brasileiro já firmou parcerias com gigantes internacionais, como a Disney.

“A Movile já é uma empresa global, com estrutura forte no Vale do Silício e produtos de sucesso em vários países. Além disso, trabalha em um modelo de extrema escalabilidade - o de aplicativos”, afirma Maurício Benvenutti, da StartSe.

4 — Nubank

Nubank - NuConta

- (Nubank/Divulgação)

O Nubank já é conhecido dos brasileiros há alguns anos e talvez seja a fintech nacional com maior exposição aos consumidores finais. Em 2017, o negócio lançou novidades, como uma conta de pagamentos e um cartão virtual.

“Acho que a Nubank vem fazendo há certo tempo um trabalho de ruptura no segmento financeiro, que possui gaps imensos e está sendo desafiado em diversos países, com o avanço da internet e da tecnologia em geral”, analisa Benvenutti.

O sócio da StartSe estima que o Nubank esteja com um valuation entre 700 e 800 milhões de dólares.

5 — PSafe

Símbolo de segurança digital, com homem apertando um sinal de cadeado

- (NicoElNino/Thinkstock)

“A PSafe, apesar de pouco conhecida, foi uma das primeiras startups brasileiras a atingir um valuation de um bilhão de reais”, afirma Benvenutti. A empresa de segurança (que fabrica, por exemplo, aplicações antivírus) recentemente abriu um escritório no Vale do Silício.

“O segmento é segurança é um mercado que fica cada vez mais em ascensão, na medida em que o mundo se torna progressivamente digital. O mundo está aprendendo a colocar tudo na internet, de transações financeiras até vida pessoal, e a demanda por segurança gera cada vez mais requisições a empresas como a PSafe. Com isso, o valuation dela pode crescer.”

6 — Resultados Digitais

Escritório da Resultados Digitais

- (Mar Santos/Divulgação)

A Resultados Digitais é uma startup criada em 2011, quando pouco se falava em marketing digital. De lá para cá, o negócio se expandiu e criou um evento de referência no setor: o RD Summit.

“Recebo muita gente deles no Vale do Silício e a empresa se tornou destaque no marketing digital não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina. Além disso, por trabalhar com internet, o modelo de negócios é bem escalável”, afirma Benvenutti.

7 — Stone Pagamentos

Elavon pela Stone

- (Daniel Acker/Bloomberg)

A Stone é uma empresa de tecnologia para pagamentos – sendo que o produto mais conhecido da marca são suas maquininhas para passar cartões de crédito e débito.

“A startup entrega uma solução simples de pagamento, permitindo que qualquer pessoa tenha seu ponto de venda rapidamente”, afirma Benvenutti, do StartSe.

“A Stone não divulga muito seus resultados, mas deve estar muito perto de ser um unicórnio. É um negócio de grande magnitude, com um escritório no Rio de Janeiro e outro em São Paulo, e participa de um mercado bem abrangente e escalável, que é o de meios de pagamento.”

8 — Truckpad

truckpad

- (TruckPad/Divulgação)

A startup TruckPad surgiu para resolver um grande gargalo no setor de logística brasileiro: conectar caminhoneiros ociosos com cargas que precisam de entrega. Recentemente, o negócio vendeu uma participação para a gigante Mercedes-Benz.

“O investidor do Vale do Silício aporta muito mais no empreendedor do que no projeto. O Carlos Mira [criador do TruckPad] possui um background fantástico e está trilhando um ótimo caminho em um setor enorme no Brasil, em que vemos uma importância significativa do transporte rodoviário e, ao mesmo tempo, uma deficiência absurda”, diz Benvenutti.

9 — Viva Real

Viva Real: 19 vagas abertas

- (VivaReal/Divulgação)

O Viva Real se projetou tanto no mercado brasileiro de imóveis que, recentemente, anunciou sua fusão com outro enorme portal: o ZAP. O empreendimento também recebeu o prêmio de Empresa do Ano pela organização de apoio ao empreendedorismo Endeavor, em novembro de 2017.

“É uma startup do setor imobiliário, que é bem forte no Brasil”, diz Benvenutti. “Talvez demore um pouco para se tornar um unicórnio, mas é uma empresa para manter no radar.”

10 — Zenvia

Escritório da startup Zenvia

- (Ricardo Barcellos/Zenvia/Divulgação)

A Zenvia é uma startup que começou com o serviço de SMS corporativo e passou para, amplamente, estabelecer o relacionamento de grandes empresas e consumidores pessoa física. O negócio usa tecnologias como chatbot e atende gigantes como Amazon, Bradesco, Correios, Hyundai e Wizard by Pearson.

“A Zenvia não aparece muito na mídia, mas possui um potencial consistente. É uma empresa com faturamento de centenas de milhões de reais e próxima ao valuation de um unicórnio”, afirma Ghignatti, da WOW Aceleradora.

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