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Bradesco separa R$ 20 bi para destinar a microempreendedores

Para atrair empreendedores, um dos poucos segmentos que continuou crescendo durante a crise, Bradesco integrou áreas de produto, serviços e do varejo

 (Astarot/Thinkstock)

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EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de setembro de 2018 às 10h00.

São Paulo - O Bradesco traçou uma meta agressiva para crescer junto aos microempreendedores individuais, os chamados MEIs. A expectativa do banco é dobrar a carteira, que hoje conta com 1,5 milhão de clientes com este perfil, a partir de uma oferta que vai além de soluções financeiras e de crédito e inclui ferramentas de apoio a este público. Em linhas de empréstimos pré-aprovados, são R$ 20 bilhões à disposição deste segmento.

No Brasil, existem em torno de 7,3 milhões de MEIs, segundo o Sebrae. Neste primeiro semestre, o número de empresas criadas no Brasil foi o maior desde 2010, conforme a Serasa Experian.

Do total de mais de 1 milhão de negócios lançados, mais de 80% eram MEIs. Mantido o ritmo atual de alta, a expectativa do Sebrae é de que os microempreendedores somem 11,8 milhões em 2022.

De acordo com o vice-presidente do Bradesco, Eurico Fabri, o banco mapeou outros 1,5 milhão de pequenos empreendedores que podem ajudar a dobrar a carteira de clientes do banco. Boa parte deles, segundo o executivo, não é bancarizada. Estudo do Banco Central aponta que 19% dos MEIs no Brasil não têm conta corrente.

Para atrair esses empreendedores, um dos poucos segmentos que continuou crescendo mesmo durante a crise, o Bradesco integrou suas áreas de produto, serviços e do varejo. Como resultado, montou um combo financeiro que inclui conta corrente sob medida, maquininhas, seguros, cartão, microcrédito, antecipação de recebíveis e serviços.

Ferramenta

Numa outra frente, desenvolveu soluções não financeiras e um site customizado para os MEIs. O primeiro passo para ser um microempreendedor é ter um CNPJ. Os futuros clientes do Bradesco poderão fazer esse cadastro no próprio site do banco.

Outras facilidades incluem ferramentas de gestão financeira, vendas e até recolhimento de impostos. Tudo isso pode ser feito por canais digitais.

"As pessoas começam como MEIs e crescem. Há uma complexidade porque existe um índice de mortalidade grande neste público. Por isso, temos de crescer junto com essas empresas no tempo", disse Fabri ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Sem o apoio do banco, diz o executivo, a chance dos MEIs evoluírem no tempo diminui. O Bradesco tem apetite para emprestar, mas o que dificulta é o fato de que boa parte desse público não ter educação financeira e, consequentemente, misturar os orçamentos do negócio com o da pessoa física.

Dos R$ 20 bilhões que o banco separou para o segmento, R$ 9,6 bilhões estão disponíveis para correntistas. Deste total, foram liberados R$ 2,4 bilhões. Outros R$ 11 bilhões estão à disposição de novos clientes. O Bradesco também iniciou neste mês a ambientação de 263 agências em todo o País que passarão a ter locais sob medida para atender os MEIs.

Empreendedor

Os microempreendedores entraram no radar dos bancos há algum tempo, segundo o gerente de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Alexandre Comin. "Os bancos perceberam que os MEIs não são uma moda passageira. Vieram para ficar e são uma figura poderosa."

Nesse contexto, Bradesco e Sebrae assinaram nesta semana convênio para apoiar pequenas e médias empresas. Comin disse que a meta é atender 20 mil micro e pequenos negócios em 4 anos. Desses, 5 mil serão MEIs.As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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