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Bateu aquela fome? Compre o que falta na geladeira no térreo de seu prédio

Empresas Boali e Nutricar têm montado pequenos mercados em edifícios residenciais, oferecendo comodidade a moradores em tempos de home office

Minimercado: o tíquete médio é maior nos edifícios residenciais (Nutricar Brasil/Divulgação)

Minimercado: o tíquete médio é maior nos edifícios residenciais (Nutricar Brasil/Divulgação)

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Natália Flach

Publicado em 26 de junho de 2020 às 16h21.

Última atualização em 26 de junho de 2020 às 17h12.

A pandemia do novo coronavírus fez com que muitas empresas mudassem de endereço: do escritório para a residência dos funcionários. Com essa migração, companhias que antes forneciam petiscos, saladas e sucos em edifícios comerciais agora estão instalando pequenos mercados no térreo de prédios habitacionais. Assim, moradores de alguns condomínios de São Paulo já podem descer de elevador (ou escada) e adquirir os itens das prateleiras e geladeiras da Boali e da Nutricar.

No caso da Nutricar, o minimercado é abastecido pela empresa, enquanto no da Boali é responsabilidade do franqueado próximo ao condomínio fazer a reposição dos itens. Já o consumidor faz a gestão da compra: escolhe e paga pelos produtos. Ou seja, não há nenhum funcionário no local, mas há câmeras de monitoramento para resolver eventuais problemas.

"Esse modelo cumpre o nosso propósito de universalizar a alimentação saudável e transformar hábitos", explica Rodrigo Barros, CEO da Boali. No ano passado, a rede atendeu mais de 1 milhão de consumidores que consumiram mais de 400.000 saladas e 200.000 sucos. Esses números representaram, em termos de faturamento, 35 milhões de reais. 

A princípio, quatro condomínios (com algo entre 250 e 400 moradores) devem receber os primeiros minimercados ou omniboxes, como Barros chama. "O tíquete médio é maior nos edifícios residenciais", afirma.

De fato, é o que tem acontecido no caso da Nutricar. Bernardo Fernandes, sócio diretor da companhia, esperava que os moradores fossem comprar, em média, cinco produtos no minimercado. Mas, para sua surpresa, é de algo entre 12 e 15 itens. "Temos uma equipe de inteligência de mercado que verifica os produtos que mais se adequam às necessidades dos consumidores de cada região. Assim, se nos escritórios oferecíamos wraps e sanduíches, nos condomínios, colocamos nas prateleiras de macarrão, vinho, cerveja até papel higiênico", explica Fernandes.

A Nutricar está em quase dez condomínios — número bem aquém dos 400 escritórios onde atua, como Unilever, Amazon e Quinto Andar —, mas as expectativas são positivas: a companhia espera chegar a pelo menos 120 empreendimentos até o fim do ano. "Existem mais prédios residenciais do que comerciais, por isso esperamos que em 2021 a maior parte de nossa receita venha dessa nova atuação", afirma. No ano passado, a companhia teve um faturamento de 25 milhões de reais.

Se por um lado, os consumidores ganham comodidade e as empresas, uma nova fonte de receita, por outro, os condomínios podem ter uma fonte extra de recursos. Cerca de 5% do valor total da venda mensal da Nutricar vai para o caixa do empreendimento, que não investe na implantação do mercado, só libera o espaço.

Já na Boali, a expectativa é que a companhia continue crescendo também em lojas físicas e encerre 2020 com 40 unidades em operação — seis delas devem ser inauguradas em Belo Horizonte, mercado em que estreia no segundo semestre, e outras quatro em Limeira, Campinas, Guarulhos e Londrina. A empresa também suspendeu as taxas aos franqueados por seis meses e o pagamento poderá ser feito em 12 vezes sem juros, o que representa uma receita de 1,5 milhão de reais que a franqueadora está postergando.

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