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O barman que transformou cheque especial em uma empresa de R$ 100 milhões

Em seis anos, Bruno Niro construiu um patrimônio milionário ao lado dos sócios Thiago Cavalcante e Thiago Brandão. Para começar o negócio, eles investiram apenas R$ 1 mil

Bruno Niro, CEO da Adaction: em seis anos, empresa viu faturamento se multiplicar por oito (Adaction/Exame)

Bruno Niro, CEO da Adaction: em seis anos, empresa viu faturamento se multiplicar por oito (Adaction/Exame)

Foi com apenas 1.000 reais que o empreendedor Bruno Niro deu o pontapé inicial para tirar a Adaction do papel, em 2015. A quantia, tirada do limite do cheque especial, rapidamente se multiplicou. Em seis meses a empresa faturava 200.000 reais por mês, e neste ano deve chegar a dezembro com um faturamento anual de 100 milhões de reais.

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Do desejo de ter a própria empresa à abertura do negócio, porém, existiram alguns degraus. O primeiro deles foi o acesso à uma educação de qualidade. O empreendedor passou parte de sua infância e adolescência na comunidade de Jardim Silvina, em São Bernardo do Campo, lugar onde, segundo empreendedor, as oportunidades eram escassas. “O desafio era não se deixar ser influenciado pelo ambiente e conseguir crescer”, diz.

Anos depois, mas ainda no ABC Paulista, Niro mudou-se com a família para São Caetano do Sul, em busca de uma formação melhor. “Com o tempo, percebi que era possível fugir da regra de crescer dentro de uma empresa e passar anos ali. Conheci o caminho do empreendedorismo ao estar mais próximo de instituições de ensino e segui por ali”, diz Niro.

Depois disso, o desafio foi transformar a paixão em modelo de negócio rentável. “Decidi que publicidade era o que gostaria de fazer, comecei uma faculdade na área, mas tinha de trabalhar de segunda  a segunda como barman para pagar pelo curso”.

Da publicidade ao marketing foram apenas alguns meses. Em um estágio, Niro teve o primeiro com o mercado de monetização de conteúdos e propagandas digitais em redes sociais, algo que recebe da área marqueteira a alcunha de mídia programática.

“Passei a entender tanto do negócio que a única maneira de crescer era abrir meu próprio negócio”. Foi quando, junto de seu colega de trabalho Thiago Cavalcante, fundou a Adaction, uma agência de marketing focada em mídia programática e campanhas feitas em dispositivos móveis, o chamado mobile marketing. Nesse meio tempo, um terceiro sócio, Thiago Brandão, também entrou para o negócio.

Em 2016, apenas seis meses depois de abrir as portas, os primeiros resultados já começaram a aparecer. Em menos de um ano, a Adaction já faturava 200.000 reais por mês. Já no ano seguinte, os ganhos mensais da empresa já batiam 1 milhão de reais.

A empresa teve lá seus percalços. Em tempos de digitalização e acesso facilitado a novas tecnologias, muitas empresas entenderam que é possível desenvolver estratégias de mobile marketing da porta para dentro, sem contratar terceiros para isso. ”Nossa carteira encolheu, e derrubou nosso faturamento em 80%”, diz.

Manter os bons números, especialmente diante de uma situação como essa, hoje depende da inovação. A Adaction passou a incluir novos serviços de marketing em seu rol de ofertas aos clientes, além de encontrar um segmento que a faz brilhar os olhos: o setor financeiro. ”Hoje já somos uma adtech e trabalhamos em todas as frentes do marketing digital”.

Na carteira de clientes da Adaction estão instituições como Banco Pan, Bradesco e Next, além de grandes varejistas como Magazine Luiza e aplicativos de serviço como iFood, por exemplo.

A Adaction nasceu de um investimento de 1.000 reais de cada um dos sócios, e tem hoje 60 funcionários e deve encerrar o ano faturando 100 milhões de reais, oito vezes o que a empresa faturou em seu primeiro ano de existência.

Nos planos da agência está a chegada aos Estados Unidos e Europa, já no ano que vem. "Isso já está mais do que definido, a pandemia só atrasou um pouco”, diz.

Fora a viagem ao exterior, a expectativa é também perceber um grande crescimento da plataforma INFLR, de influenciadores digitais. A INFLR opera de maneira separada da Adaction, e já fatura 5 milhões de reais. “Essa é uma área de potencial enorme. O Brasil investe muito em marketing de influência e por isso também somos super consolidados nessa frente”.

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