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Autoatendimento e pratos prontos: Spoleto quer acabar com pressão ao pedir

Rede de culinária italiana lança novo modelo de franquia, que deverá chegar aos seus 360 restaurantes até dezembro de 2021

Minha Cozinha Italiana Trattoria: unidades do Spoleto possuíam capacidade para atender cerca de 100 comensais por hora e a possibilidade de atendimento já foi ampliada em 50% (Spoleto/Divulgação)

Minha Cozinha Italiana Trattoria: unidades do Spoleto possuíam capacidade para atender cerca de 100 comensais por hora e a possibilidade de atendimento já foi ampliada em 50% (Spoleto/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 7 de julho de 2019 às 06h00.

Última atualização em 7 de julho de 2019 às 06h00.

Redes de franquia sempre precisam se reinventar para oferecer uma melhor experiência ao consumidor. No caso da rede de culinária italiana Spoleto, a pressão de escolher diversos ingredientes para montar virou até mesmo piada do canal Porta dos Fundos e é uma preocupação da marca há anos.

Por isso, a franqueadora anunciou recentemente seu mais novo modelo de franquias, com mais cara de restaurante italiano e menos de fast food.

O Minha Cozinha Italiana Trattoria investirá mais em agilidade, com totens de autoatendimento e pratos prontos, como forma de atender toda a demanda e aumentar a receita das unidades. O Spoleto tem 360 restaurantes e espera que todos estejam adaptados ao modelo até dezembro de 2021.

Minha Cozinha Italiana Trattoria

Criado há 20 anos, o Spoleto já ensaiava a transição de culinária expressa para casual dining desde 2016, quando modelou o formato Minha Cozinha Italiana. A arquitetura e o cardápio ganharam itens mais requintados, desde frigideiras mais próximas do cliente ao champignon fresco e pesto. Hoje, 40% dos 360 restaurantes são no modelo Minha Cozinha Italiana e eles tiveram vendas 15 a 20% maiores do que a média com a alteração de funcionamento.

“Vimos um crescimento descolado do Spoleto original. Por isso, levamos alguns desses conceitos às unidades que ainda não mudaram seu visual e todas crescem o número de clientes na ordem de dois dígitos mensalmente. No último mês, a média foi de 22%”, afirma Viviane Barros, diretora de marca do Spoleto.

A Trattoria seria uma evolução do conceito, aproximando as franquias ainda mais do conceito de restaurante e fugindo do fast food. O primeiro restaurante no novo formato foi inaugurado em outubro de 2018, em um shopping de Belo Horizonte (Minas Gerais). A unidade cresceu 42% no último mês, acima do padrão dos restaurantes nos modelos antigos. 

Já há uma segunda unidade Minha Cozinha Italiana Trattoria em um shopping de Goiânia (Goiás) e o Spoleto planeja converter cinco restaurantes na cidade de São Paulo para o formato em agosto deste ano. No segundo semestre, mais unidades em Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro serão inauguradasou repaginadas.

Desde 2016, o Spoleto já investiu cinco milhões de reais na mudança do formato de suas lojas, da arquitetura ao cardápio e operação. Até o final deste ano, o Spoleto planeja abrir mais 10 unidades no modelo Minha Cozinha Italiana Trattoria.

Agilidade e retorno

Ainda é possível escolher ingredientes e montar o próprio prato, mas há 20 opções prontas -- algo típico do modelo de trattoria. Além das massas, o Spoleto investe em receitas de saladas e carnes tradicionais, como costela e ossobuco, para aumentar a frequência dos comensais. “Nossos clientes reclamavam que não queriam comer massa todos os dias da semana. Atraímos o público que não gostava de montar seu próprio pedido e aumentamos sua frequência”, diz Barros. Os preços vão de 14,90 a 29,90 reais, em linha com o que já oferecido pelos restaurantes franqueados.

Outra mudança é a inclusão de totens de autoatendimento. Os pedidos já chegam aos chefes sem a demora para decidir ingredientes, fazendo a produção ser 30% mais rápida. Nas unidades de Belo Horizonte e Goiânia, os totems representam 35% das vendas atualmente. Na mesma toada, o Spoleto planeja lançar um aplicativo próprio para seus clientes adiantarem os pedidos pelo smartphone.

Totem de autoatendimento do modelo Minha Cozinha Italiana Trattoria, do Spoleto

Totem de autoatendimento do modelo Minha Cozinha Italiana Trattoria, do Spoleto (Spoleto/Divulgação)

Seja nos pratos prontos ou nos totens, o objetivo é diminuir a interação direta com os chefs e gerar agilidade no atendimento para dar conta da demanda. As unidades possuíam capacidade para atender cerca de 100 comensais por hora e a possibilidade de atendimento já foi ampliada em 50% -- a expectativa para o futuro próximo é chegar a 100%.

O investimento inicial e o número de funcionários continuarão os mesmos com o Minha Cozinha Italiana Trattoria. O aporte é de 450 mil reais para uma loja de shopping e de 700 mil reais para uma loja de rua, sem contar a taxa de franquia de 60 mil reais. O faturamento médio mensal é de 120 mil reais, com margem de lucro média de 10 a 15%. O prazo de retorno do investimento vai de 36 a 40 meses. É preciso ter ao menos 10 funcionários por unidade e um capital de giro de 20 mil reais. A pressão das microdecisões sobre os consumidores, pelo menos, já pode ser riscada da lista.

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