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Ela era funcionária de uma rede, virou franqueada e hoje fatura R$ 500 mil

Aurinívea Ragnelli fazia fotodepilação em uma unidade da rede D’Pil. O interesse pelo tratamento foi tanto que se transformou em negócio próprio

Aurinívea Ragnelli, franqueada da D'Pil: empreendedora começou como funcionária da rede, fazendo tratamentos de fotodepilação (D'Pil/Divulgação)

Aurinívea Ragnelli, franqueada da D'Pil: empreendedora começou como funcionária da rede, fazendo tratamentos de fotodepilação (D'Pil/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 29 de abril de 2018 às 08h00.

Última atualização em 29 de abril de 2018 às 08h00.

São Paulo - O conhecimento sobre o mercado pode ser um boa alavanca para criar um negócio de sucesso. Foi o que aconteceu com Aurinívea Ragnelli: após três anos de prática em uma técnica de depilação com luz pulsada, a funcionária decidiu se tornar empreendedora por meio do franqueamento.

Sua unidade de rede de clínicas estéticas D’Pil, onde ela trabalhou como atendente, faturou 500 mil reais no ano passado e realiza de 450 a 550 atendimentos todos os meses. Os resultados, incluindo o retorno de seu investimento inicial, fizeram Aurinívea abrir uma segunda unidade e já planejar a terceira unidade de fotodepilação e tratamentos faciais e corporais.

De atendente a franqueada

Aurinívea se mudou para a região de Macaé (Rio de Janeiro) em 2012, acompanhando uma mudança de trabalho do então namorado. Ela se tornou atendente em uma unidade da D’Pil e lá ficou até o fim de 2015, com uma pequena temporada em Angra dos Reis e para organizar seu casamento.

Em 2016, o casal novamente se mudou por razões de trabalho, agora para Nova Iguaçu (Rio de Janeiro). Após três anos de experiência como atendente de depilação e em plena época de crise econômica, Aurinívea deixou seu cargo - e decidiu que era a hora de apostar em um negócio próprio.

“Eu não queria ser mais funcionária. Além disso, já sabia aplicar o tratamento e amava os resultados. Eu mesma tinha de fazer, pois a depilação com cera me dava foliculite. Não havia por que não ter meu próprio negócio”, conta.

Metade do investimento total, de 105 mil reais na época, foi tirada de uma rescisão do marido de Aurinívea e também de suas economias como atendente. A outra foi colocada pela cunhada e hoje sócia Celiane Ragnelli.

A unidade franqueada da D’Pil abriu em julho de 2016, com apenas Aurinívea fazendo o atendimento, em uma galeria de lojas em Nova Iguaçu.

Redes sociais e expansão

O grande desafio da empreendedora era fazer a franquia de depilação se destacar entre tantas outras lojas distraindo seus clientes. Para superar as dificuldades, Aurinívea investiu pesado em divulgações nas redes sociais Facebook e Instagram.

“Eu já tirava as fotos de antes e depois para que as clientes vissem os resultados. Passei a pedir permissão para postar as experiências no Facebook e no Instagram e a resposta foi muito boa. Não existe panfleto, outdoor ou anúncio de rádio que se compare à rede social”, afirma.

De acordo com os questionários preenchidos pelos consumidores, a unidade de Nova Iguaçu recebe cerca de 100 clientes novos mensalmente por conhecer a marca nas redes sociais. O negócio já chegou a gastar 5 mil reais em um mês apenas em anúncios, mas hoje estabeleceu um orçamento de 2,5 mil reais.

A estratégia foi fundamental para Aurinívea ter recuperado seu investimento (e devolvido ao marido o valor de sua rescisão) em nove meses, antes do prazo previsto pela D’Pil. Outras unidades entraram em contato com ela, via franqueadora, para replicarem seu método de marketing e alavancarem os resultados.

O bom desempenho em Nova Iguaçu impulsionou a contratação de três esteticistas, com Aurinívea saindo do atendimento e ficando na parte estratégica da operação. Além disso, ela e a madrasta Camila Faria decidiram abrir em sociedade uma segunda unidade da D’Pil, localizada em Duque de Caxias (Rio de Janeiro).

“Veio da vontade de seguir em frente, diante do retorno que já havíamos obtido. Duque é uma região com bom potencial, pois também tem bastante população.” O investimento da nova clínica foi maior, de 185 mil reais, obtido com o faturamento da primeira unidade. Há três salas de atendimento e dois funcionários no local, que fica a cerca de 25 quilômetros da primeira unidade. A loja foi aberta há cinco meses e Aurinívea espera recuperar o valor investido com 13 meses de operação.

Segundo a empreendedora, o que mais definiu a recuperação rápida do investimento foi seu conhecimento de mercado e a estratégia de conseguir sócias complementares na parte administrativa. Enquanto Aurinívea cuida mais da operação e do marketing, Celiane e Camila cuidam do financeiro na primeira e na segunda clínica, respectivamente.

Planos para o futuro

Hoje, a unidade de Nova Iguaçu faz de 450 a 550 atendimentos por mês, com 700 a 800 áreas de depilação feitas (axilas, sobrancelha e pernas, por exemplo). O faturamento médio mensal nas unidades de Aurinívea é de 55 mil reais. O mais comum é fazer três áreas de depilação, com ticket médio de 200 a 300 reais. Em 2017, a clínica faturou 500 mil reais.

Duque de Caxias possui números mais modestos, com 250 a 300 atendimentos por mês. A nova clínica conquista 70 novos clientes mensalmente com as redes e já conseguiu fazer mais de 1.000 atendimentos em um mês específico, por meio de uma promoção, faturando 83 mil reais no período.

Para o futuro, a grande meta de Aurinívea é realizar 800 atendimentos por unidade e, em Nova Iguaçu, chegar a 1.500 áreas de depilação. Suas duas clínicas terão, além da retirada de pelos, tratamentos faciais e corporais.

As redes sociais continuam fundamentais para obter mais clientes - mas a empreendedora analisa que aparecer nelas está cada vez mais difícil, com a limitação de alcance que páginas empresariais possuem em plataformas como o Facebook. Por isso, pretende deixar de cuidar das postagens e contratar um especialista em marketing digital para a tarefa.

Por fim, em 2019, Aurinívea espera abrir uma terceira unidade da D’Pil no Rio de Janeiro. Como dica para quem quer se tornar franqueado, ela indica mostrar serviço.

“Muitas pessoas compram uma franquia e deixam na mão dos funcionários. É preciso dar um gás no início e estruturar essa equipe, justamente para ter mais tranquilidade depois. Além disso, priorize contratar pessoas com experiência no ramo - no nosso caso, alguém que já saiba de fotodepilação e de tratamentos faciais e corporais. Por fim, publicidade é essencial.”

Uma franquia tradicional da D’Pil pede investimento inicial de 115 mil reais e possui prazo de retorno em 14 meses. O faturamento médio mensal é de 35 mil reais, com lucratividade média de 40%.

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