O que o fracasso do primeiro negócio pode te ensinar?
Escrito por Thiago de Carvalho, especialista em empreendedorismo
Montar (ou fechar) o primeiro negócio ainda é tabu para muitas pessoas. Se você já passou por isso ou está planejando começar (ou fechar) um, mais cedo ou mais tarde irá se perguntar se está no caminho certo.
Seja motivado por fatores externos (pressão da família ou amigos) ou internos (autocobrança), você se pegará pensando: estou na direção do sucesso ou fracasso?
Ao longo dos anos, acompanhei muitos empreendedores durante a fase de preparação e planejamento de uma empresa (inclusive o meu processo pessoal como empreendedor). Aprendi que os motivos que levam alguém a empreender o negócio próprio têm relação direta com a perceção de sucesso ou fracasso.
3 lojas de uma vez
Certa vez acompanhei um colega que trabalhava como gerente em um banco durante seus primeiros passos como empreendedor. Com um salário de 10 mil reais por mês, seu principal objetivo com o novo negócio era obter uma renda igual à que tinha como funcionário.
Para isso, decidiu abrir ao mesmo tempo três franquias de uma rede que vende cervejas artesanais. Ou seja, de acordo com o seu objetivo, se ele não conseguisse a renda de 10 mil reais por mês com as franquias, teria fracassado.
Avalie esse mesmo caso por um outro ponto de vista. Imagine que meu colega – ao decidir empreender – tivesse como objetivo aprender sobre a dinâmica do mercado e sobre como controlar e planejar um negócio próprio. Nesse caso, ele precisaria abrir as três franquias de uma vez ou apenas uma bastaria?
Comparando as duas perspectivas – empreender para ganhar o mesmo salário como funcionário ou para conhecer o mercado – fica claro que sucesso e fracasso dependem de objetivos previamente estebelecidos.
Meu colega conseguiu abrir duas, não três lojas, e teve uma grande dificuldade em controlar essas unidades. Ele acabou se desfazendo do negócio, com um prejuízo considerável.
Se por um lado ele fracassou em conseguir o mesmo salário que tinha como funcionário, obteve sucesso em entender como o mercado de franquias funciona, especificamente o de cervejas artesanais.
Caso seu objetivo desde o início fosse entender se é possível administrar três franquias simultaneamente, ele não precisaria abrir as unidades para isso.
Estabeleça ou resgate seus objetivos
Se você está abrindo um negócio ou já possui uma empresa, avalie os motivos pelos quais decidiu por essa carreira. No meu caso, abri meu primeiro negócio com o objetivo de aprender a empreender.
Era funcionário de uma multinacional e havia decidido que queria ser professor na área de ensino de negócios e empreendedorismo. Eu segui todas as boas práticas ligadas à abertura de um negócio: planejei com cautela, estudei o mercado e me associei a uma pessoa que já tinha experiência no setor. O planejamento foi bem feito e colocamos nosso produto em 70 pontos de vendas em apenas seis meses.
Outro negócio que montei foi criado por impulso. Não queria ficar fora da onda do comércio eletrônico. Isso mesmo, meu objetivo era “não ficar de fora” de um setor. Esse meta foi atingida, entrei no setor e comecei uma operação de venda de produtos para pequenas e médias empresas. Do ponto de vista comercial, a experiência foi um fracasso.
Imagine agora uma empresa em que o propósito seja transformar o setor em que está inserida. Não estamos mais falando de um negócio em que o empreendedor tem como meta principal ganhar um salário fixo, mas criar uma operação que transforme sua área de atuação.
Quando avaliamos por uma perspectiva mais ampla, são necessário anos – e diversos indicadores – para validar se essa meta foi atingida.
Ou seja, quanto mais robustos, estruturados e fundamentados forem seus objetivos, maiores as chances de você obter sucesso com o empreendimento. Fracassos passam a ser parte necessária, natural e esperada em direção ao aprendizado.
Pense em seu atual momento profissional: você está em direção ao fracasso, sucesso ou ambos?
Thiago de Carvalho é professor da Pós Graduação em Administração do Insper.
Envie suas dúvidas sobre primeiro negócio para pme-exame@abril.com.br.
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1. Um negócio depois do expediente
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São Paulo – Ter seu próprio negócio é o sonho de muitos brasileiros. Porém, largar o emprego para mergulhar de cabeça em uma
ideia é uma atitude arriscada, especialmente durante
uma época em que arranjar um trabalho fixo está difícil. Pesando tudo que poderia dar errado, muitos abandonam seu desejo de empreender. Mas não precisa ser assim. Há diversos empreendimentos que podem ser administrados nas horas vagas. Inclusive, essa é uma boa maneira de ver se ser
empreendedor é para você: é comum que donos de negócio comecem com um projeto paralelo e, se o sucesso estiver no horizonte, abandonem o emprego para se dedicar integralmente. Está sem ideias sobre o qual tipo de empreendimento pode ser tocado durante o fim de semana? EXAME.com consultou quatro especialistas e elencou 12 ideias de negócios que são perfeitas para as horas vagas. Os entrevistados são Adriano Augusto, consultor do Sebrae-SP; Bento Costa, coordenador do MBA Marketing e Varejo do Ibmec-DF; Letícia Menegon, professora e coordenadora da Incubadora de Negócios da ESPM; e Talita Lombardi, empreendedora serial e fundadora do MeninaExecutiva.
Navegue pelos slides acima e confira quais são esses empreendimentos.
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2. 1 — Cabelo e maquiagem em casa
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Você tem talento para fazer boas maquiagens e bons penteados? Esses serviços são típicos do fim de semana: a maior demanda está concentrada no sábado e no domingo, já que eventos mais sofisticados também ocorrem nesses dias. Não é nem preciso adquirir um ponto comercial: muitos empreendedores do ramo atendem na própria casa do cliente. "Conheço uma empreendedora que ganhava mais com esse projeto paralelo do que na empresa em que ela trabalhava na semana, como consultora de marketing. Quando ela virou mãe, largou o emprego fixo e passou a trabalhar de sexta a domingo, quando o pai poderia cuidar dos filhos", conta Menegon, da ESPM.
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3. 2 — Café em duas rodas
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Montar uma bicicleta que vende cafés é uma boa alternativa de empreendimento de final de semana: elas pedem um investimento inicial menor do que os food trucks e, como eles, podem se instalar em praças ou ruas de grande movimento. Com o tempo, o dono do bike café pode começar a atender pedidos de eventos empresariais e festas. "Dedicando-se mais, pode chegar a um ponto em que o empreendedor deve se perguntar: vale a pena ou não largar o emprego por isso?", pondera Menegon.
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4. 3 — Consertos e assistências em informática
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Você tem habilidade para consertar celulares ou computadores, ou consegue prestar consultoria nesta área? Esse é um bom tipo de negócio não apenas para o fim de semana, mas também para qualquer horário vago, afirma Costa, do Ibmec-DF. Dependendo do prazo de entrega, é possível fracionar o trabalho e continuar os consertos outro dia, ou restringir a consultoria sobre informática apenas para o fim de semana.
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5. 4 — Consultorias e palestras
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Que tal aproveitar sua área de especialização para montar um empreendimento? O grande diferencial em ter sua própria consultoria ou sua própria empresa de palestras como negócio de fim de semana é o retorno rápido: você já está capacitado, então todo o investimento é direcionado apenas para divulgação da sua marca e preparação de materiais. “No final de semana, você pode implementar treinamentos e dar palestras para pequenos e médios empreendimentos ou para pessoas físicas. Nas empresas grandes fica mais difícil, porque há muita concorrência e muitos funcionários para treinar”, explica Lombardi, do MeninaExecutiva. Porém, a empreendedora faz um alerta: não forneça serviços para um negócio que for concorrente da empresa onde você trabalha de segunda a sexta-feira. “É preciso ter ética e priorizar sua principal fonte de renda.”
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6. 5 — Decoração e móveis planejados
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A produção de objetos de decoração e de móveis planejados por encomenda é uma atividade que pode muito bem ser tocada no fim de semana. Como há uma demanda restrita e é um produto artesanal, é possível realizar a produção apenas nas horas vagas, ganhando uma boa renda por conta da customização. "Isso é especialmente verdade quando os projetos unem conceitos inovadores e específicos, como a inclusão de aspectos sustentáveis", explica Menegon, da ESPM.
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7. 6 — Doces e salgados por encomenda
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Cozinhar doces e salgados é um empreendimento paralelo bem tradicional: muitas pessoas aproveitam seus dotes culinários para conseguir uma renda extra. Para dar conta do negócio apenas nas horas vagas, o segredo é trabalhar apenas com encomendas. Dessa forma, o empreendedor pode analisar se consegue assumir o serviço ou não, evitando surpresas que prejudicariam seu emprego fixo. Dentro das encomendas, a produção para festas é especialmente indicada: afinal, elas já costumam acontecer no fim de semana, diz Augusto, do Sebrae/SP. “A dedicação ao empreendimento fica muito mais focada no sábado e no domingo, já que é preciso produzir um dia antes ou no próprio dia do evento atendido". Já se o dono do negócio atendesse pequenas padarias, por exemplo, ele arriscaria ter de trabalhar durante a semana também. Com os contatos certos, é possível faturar até com os doces e salgados mais tradicionais. Porém, caso haja muita concorrência na região onde você mora, é preciso inovar e oferecer doces e salgados com algum diferencial. “Uma amiga minha, por exemplo, produz no fim de semana ‘geladinhos’ alcoólicos e vende para festas. Agora, está começando a aparecer até demanda para o resto da semana”, conta Lombardi.
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8. 7 — Ensinar quem tem medo de dirigir
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Você sabe dirigir bem? Então, uma boa dica de empreendimento é montar um negócio que dê aulas de direção para quem já tem uma carteira de motorista, mas ainda se sente inseguro no volante. Este é um negócio que se potencializa durante o fim de semana, diz Augusto. “As pessoas trabalham na semana e têm medo de dirigir à noite, então oferecer as aulas no sábado e no domingo é uma boa opção, inclusive pelo trânsito ser mais sossegado”, explica o consultor do Sebrae-SP.
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9. 8 — Planejamento e serviços para eventos
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Assim como fazer doces e salgados para festas, fornecer outros serviços fara festas e até planejá-las pode ser um bom empreendimento de fim de semana: afinal, a maioria das celebrações ocorre no sábado ou no domingo. Enquanto Augusto, do Sebrae-SP, cita atividades complementares aos eventos, como decoração de buffets e entretenimento, Costa ressalta a possibilidade de coordenar a festa em si. “Você pode tocar os eventos no sábado e no domingo, e isso o não impede de manter seu emprego até que você se fixe nesse mercado. Com o tempo, dá para contratar funcionários e planejar celebrações mais sofisticadas”, diz o docente do Ibmec-DF.
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10. 9 — Produção artesanal e venda digital
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O fim de semana pode ser dedicado a produzir produtos com base no seu talento: desde bijuterias até bonecas de pano, mosaico e bordados, por exemplo. “Nas horas vagas você pode desenvolver as bijuterias que irá vender”, explica Lombardi, do MeninaExecutiva. A empreendedora recomenda, inclusive, apostar no potencial da internet caso você não tenha tantos contatos para também vender no fim de semana. Por meio de uma loja virtual, é possível anunciar o que você produziu e agendar ações de marketing nas redes sociais. Na semana, seu único trabalho será despachar o produto vendido ou lidar com emergências ocasionais.
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11. 10 — Produtos e serviços voltados ao lazer
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Ter um negócio que esteja próximo de locais de lazer é uma boa pedida para o fim de semana: afinal, o grande fluxo de público costuma ocorrer no sábado e no domingo. Como exemplos, Augusto cita alugar bicicletas, ter carrinhos de comida, fornecer estacionamento e lavagem de veículos. “Esses empreendimentos podem estar em um estádio de futebol ou em um parque, por exemplo. A própria conveniência de localização do produto ou do serviço pode criar demanda", diz o consultor.
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12. 11 — Turismo na sua própria cidade
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Você mora em uma cidade que recebe muitos turistas? Então, montar um serviço que os atenda é uma boa pedida de empreendimento de fim de semana. “As pessoas costumam só ter tempo livre para ir ao litoral ou às montanhas nos fins de semana e nos feriados. Por isso, só costuma valer a pena abrir as portas nesses dias”, explica Augusto. Alguns exemplos de negócios que se encaixam nesta categoria são restaurantes, guias turísticos e serviços atrelados a locais de destaque (como fotografia e venda de artesanato relacionado).
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13. 12 — Vendedor porta a porta
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Ser um vendedor porta a porta é uma atividade que casa bem com o fim de semana: além de você poder definir os horários de trabalho, as pessoas estão mais receptivas para olhar e testar seus produtos durante as horas de lazer.
Menegon conta que essa também é uma atividade que pode se tornar um grande empreendimento no mundo. "Conheço um amigo que começou a vender tanto que montou uma loja, por exemplo." Porém, há um ponto de atenção: antes de tentar vender os produtos para seus colegas do emprego fixo, converse muito bem com sua empresa. A grande maioria das corporações não permite que os funcionários passem um tempo do expediente fazendo outras vendas - e isso pode levar até a uma demissão por justa causa. "Analise muito bem a postura ética da empresa e também a sua", completa a professora da ESPM.
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14. Procurando empreendimentos simples? Então, veja:
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