São Paulo – Dentro do octógono, Vitor Belfort já foi campeão mundial do UFC duas vezes e acumula quase 20 títulos na carreira. Longe das lutas, Belfort é também empresário. Dono de duas redes de academias, ele levou os ensinamentos do esporte para o empreendedorismo. "Foco, disciplina e paciência. Aprendi que tanto na luta quanto nos negócios essas são características indispensáveis”, conta.
O carioca começou a praticar artes marciais aos 8 anos de idade. Aos 19, já lutava MMA e foi para o UFC. No ano passado, começou o desafio de conciliar o octógono e o negócio, com a criação da Academia Fortfit, que tem aulas de artes marciais e yoga para crianças e adultos no Rio de Janeiro. Em paralelo, começou um projeto social, a Academia de Artes Marciais Vitor Belfort, que oferece aulas gratuitas a jovens de 7 a 17 anos.
Em entrevista a Exame.com, Belfort falou da relação entre esportes e negócios, deu dicas a empreendedores e contou sobre os planos de expansão da academia.
EXAME. com - O que você aprendeu no esporte e conseguiu aplicar nos negócios?
Vitor Belfort - Foco, disciplina e paciência. Aprendi que tanto na luta quanto nos negócios essas são características indispensáveis. Para se tornar campeão em um esporte ou para construir uma empresa bem-sucedida, você precisa saber aonde quer chegar, trabalhar com persistência e, principalmente, saber que o caminho será composto por vitórias e derrotas.
As características exigidas no esporte e nos negócios para se ter sucesso são similares. Não se pode vencer sem planejamento e trabalho duro. Você vai precisar saber como agir e ter o controle em situações adversas, e isso só se consegue se você está preparado e tem uma estratégia. Acreditar em si mesmo, na luta e nos negócios, também é um diferencial, em minha opinião. Quando não existe fé, a batalha já está perdida. A pressão em ambos os casos é grande. Nos negócios, no entanto, eu tenho uma rede de profissionais bastante qualificados para me apoiar. Na luta, eu fico sozinho no octógono, cara a cara com meu oponente, e dependo de mim mesmo para vencer.
EXAME. com – Como você tira maior proveito dessas vitórias e derrotas?
Vitor Belfort - Uma derrota não pode te abalar ou te fazer desistir e uma vitória não pode levar ao comodismo. Eu fui campeão mundial no UFC em duas categorias diferentes (pesado e meio pesado), tenho 19 títulos no currículo e poderia me acomodar, assim como as derrotas poderiam me desanimar, mas eu tomei a decisão de continuar lutando e treinando para me aperfeiçoar cada vez mais e conquistar um novo cinturão.
EXAME. com – Antes da Fortfit, você já tinha tido a experiência de empreender?
Vitor Belfort - Eu tive outras academias antes de criar a Fortfit, no Rio de Janeiro; uma em Los Angeles, onde ministrava inclusive aulas de autodefesa para mulheres, e uma em São Paulo, onde dava aula para crianças especiais. Com a Fortfit, consegui aplicar o que aprendi nas experiências anteriores e implementar uma metodologia de ensino na qual acredito, com foco no ensino do esporte para crianças e adultos com base em valores como respeito, igualdade e disciplina. Eu confio em meus insights. Há 10 anos, eu já falava que o meu esporte seria o número 2 no Brasil e ninguém acreditava. E hoje o MMA só perde em preferência do brasileiro para o futebol.
EXAME. com - É mais difícil ser empreendedor ou atleta?
Vitor Belfort - Eu sinto que os dois são desafiadores do mesmo modo. É por isso que é importante acreditar no que se está fazendo ou investindo, já que ambos exigirão tempo, dedicação e investimento para realmente render frutos.
EXAME. com – Como você participa do dia a dia das suas empresas?
Vitor Belfort - Eu me esforço para conciliar os negócios com meu ritmo pesado de treinamentos e, ainda, com o tempo que desejo dedicar à minha família. Tenho uma equipe muito boa comigo e a melhor empresária, contadora e economista, que é minha mulher. Quando meus treinamentos se intensificam na aproximação de um combate, ela me poupa do dia a dia, mas procuro estar o mais próximo possível dos negócios sempre.
EXAME. com - Quais dicas você daria para quem quer empreender na área de esportes?
Vitor Belfort - Como eu sempre digo, é preciso acreditar no que se está investindo. O verdadeiro sucesso tem a ver com a conquista de objetivos que estão em linha com os seus valores e com as suas crenças. Sempre lutei por amor ao esporte e essa paixão também motiva todos os meus negócios. Acredito que, quando obtido dessa forma, o sucesso financeiro é mais gratificante. No ramo de esportes, é imprescindível estar cercado de profissionais sérios, capacitados e comprometidos, já que se está lidando com a saúde dos clientes. O maior cuidado que o empreendedor deve ter é tratar a saúde com responsabilidade e respeito.
EXAME. com - Você tem planos de lançar novas empresas?
Vitor Belfort - Temos planos de expandir a Fortfit. Atualmente, temos uma unidade no Rio de Janeiro e desejamos abrir filiais no futuro, mas tudo deve ser feito com calma, estudo de cenário e planejamento.
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1. Animação!
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São Paulo - Marcar reuniões, encontrar com fornecedores e clientes e administrar as contas do negócio são atividades que fazem parte da rotina de um dono de uma
pequena empresa ou de uma
startup. Praticar uma atividade física frequentemente pode ajudar tanto na preparação fisíca do
empreendedor quanto na mente. Veja 12 esportes que ajudam empreendedores a trabalhar melhor e não perder o fôlego!
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2. Natação
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Para Marcelo Henrique da Silva, cofundador da startup Ingresse, praticar esportes com frequência melhora o humor e receptividade no dia a dia. “A natação, por ser relaxante, é uma ótima válvula de escape para o estresse do trabalho”, conta. Ele também pratica krav magá duas vezes por semana. Anthony Eigier, cofundador da Fanatee, uma empresa de jogos multi-plataforma, nada, corre e pratica boxe. “Para conseguir fazer as melhores escolhas, todos precisam de uma válvula de escape, e a que mais me ajudou foi praticar esporte. Por uma hora no dia descarrego meu corpo e minha cabeça”, diz.
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3. Corrida/Caminhada
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Correr para David Pares, CEO do AvalDoc, é uma prática que ajuda na concentração no dia a dia. “Acho que principalmente a corrida de longa distância me ensinou a manter a concentração e funciona como meditação depois de um tempo correndo”, diz. “Nas caminhadas, também temos muito tempo para pensar, principalmente em nível estratégico”, explica Lucas Izoton, empresário da marca de moda jovem Cobra D’Agua e vice presidente da CNI. Patrick Sigrist, sócio da Disk Cook, afirma que a corrida alivia o estresse do dia a dia. “Quando corro, consigo refletir sobre o negócio com mais tranquilidade e acabo tendo as melhores ideias”, diz.
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4. Futebol
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O empreendedor argentino Franco Silvetti é cofundador e COO do Restorando e costumava praticar golf e futebol antes de vir para o Brasil. Em São Paulo, ele disse que jogar futebol ajudou na adaptação no país, pois acabou fazendo amigos e praticando o networking.
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5. Yoga
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Duas vezes por semana, Barbara Diniz Almeida, cofundadora do site Dress & Go, pratica yoga e pilates. Para ela, o yoga ajuda muito a manter a tranquilidade e o equilíbrio no dia a dia de trabalho. Luciano Kalil, CEO do SitePX, também pratica yoga duas vezes por semana.“É como se as baterias do corpo se carregassem durante a aula. Como é uma prática que trabalha muito a respiração e o conhecimento do corpo, depois de um tempo você se sente mais integrado e calmo”, explica.
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6. Tênis
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Raphael Carrera Lejeune, cofundador do Sappos, jogou tênis profissionalmente no Estados Unidos durante um ano e também pratica golfe. "Esportes de alto rendimento apresentam dificuldades constantes e exigem que a gente esteja preparado para as oportunidades e o que acontece ao redor. São características que se assemelham bastante na hora de empreender, ampliando sua visão nos negócios”, explica. Para Fernando Okumura, cofundador e CEO do Kekanto, a prática de esportes é um meio de aperfeiçoar características, como o espírito competitivo, indispensáveis para quem está à frente de um negócio. “Optei por squash, por exemplo, porque percebi nesta prática tudo o que preciso para meu corpo e mente superando a falta de tempo”, explica.
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7. Pesca
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Para o empreendedor Bruno Yoshimura, cofundador da rede social Kekanto e investidor-anjo do site de compras Rabixo, ter motivação e melhorar a concentração são as principais vantagens da prática de esportes no dia a dia. “Durante a pesca eu consigo me desligar do mundo. inclusive da tecnologia, e ter como trilha sonora apenas os sons da natureza”, diz.
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8. Basquete
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Rubens Yoshida, CEO da Aldeia Brasil, joga basquete semanalmente e acredita que a rotatividade de posições e de ações em um jogo espelha de forma efetiva a vida profissional. “É um dos poucos momentos que consigo zerar a cabeça e não pensar em trabalho. O que é essencial quando você tem uma startup que geralmente deixa sua cabeça a mil 24 horas por dia”, conta Saulo Marti, CEO do Vitrina, que além de jogar basquete faz musculação. “O esporte me permite relaxar e abre o meu fluxo de pensamentos de uma forma mais leve. É nessa hora que muitas vezes consigo pensar em estratégias e tomar decisões sem estar na pressão do escritório”, explica Mickael Malka, CEO do Canal do Imóvel.
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9. Lutas
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No mês passado, Rafael Siqueira, CTO do Apontador, foi campeão paulista e brasileiro de jiu-jitsu e recebeu a faixa marrom. Para ele, o jiu-jitsu é um esporte que permite atingir o limite sem se machucar. Para Mauricio Cascão, presidente da Mandic, o esporte ajuda a ter foco, disciplina, equilíbrio e paciência. “Ajuda a desconectar do dia a dia. Se você não estiver 100% focado na luta, te finalizam”, completa. O empreendedor Jan Riehle, CEO da Itaro.com.br, está no Brasil há pouco mais de dois anos e praticou jiu-jitsu, MMA e se encontrou no muay thai. Para ele, poder praticar uma arte marcial, assim como fazia na Alemanha, o deixava mais confortável e tranquilo para encarar o dia a dia empreendendo em um novo país. Thoran Rodrigues, fundador da Bigdata Corp, pratica kendo, uma arte marcial japonesa, desde criança. “A primeira lição foi que, não importa o quão bom em alguma coisa você seja, sempre vai existir alguém melhor, e o único jeito de crescer e evoluir é abraçar e se rodear dessas pessoas melhores”, explica.
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10. Musculação
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Para João Paulo Faria, cofundador do PiniOn, o principal benefício da prática de exercício físico é descansar a mente. “Poder tirar todas as preocupações da cabeça e voltar a respirar da maneira correta. Com isso, minha mente volta a ficar livre para ter boas ideias”, conta.
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11. Surfe
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Muita gente usa o esporte para ter um momento para si. “Além disso, mantém o equilíbrio da mente, já que ajuda a balancear os muitos momentos de pressão que o empreendedor passa diariamente em sua rotina por ser dono do próprio negócio”, explica Frederico Lacerda, sócio fundador da aceleradora 21212, que surfa e anda de skate.
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12. Triathlon
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A disciplina dos treinos e a dedicação necessária para conseguir bons resultados podem ajudar na vida profissional de qualquer empreendedor. Benedikt Voller, co-CEO do Gaveteiro, treina na equipe Medley Triathlon na USP. No ano passado, foi campão paulista de Duathlon.
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13. Escalada indoor
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Para Florian Hagenbuch, cofundador da Printi, plataforma de serviços de impressão via internet, a escalada é um esporte solitário, mas ajuda a afinar a concentração. “Mais importante que isso é o efeito psicológico da escalada: muitas vezes as paredes parecem difíceis de serem superadas, mas através do desenvolvimento do autocontrole, é mais fácil chegar no limite”, explica.
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14. Agora, veja mais sobre empreendedorismo
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14/14 (Divulgação)