Game of Thrones: analisar personagens da série pode nos ensinar bastante sobre o que faz diferença na busca pela liderança (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 12 de julho de 2016 às 10h16.
AVISO: ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS.
Todo domingo à noite, na sua timeline do Facebook, alguma referência aparece sobre a última reviravolta na disputa pela soberania dos Sete Reinos. Se você não acompanha Game of Thrones, lamento por isso. Mas se você é fã, que nem eu, já deve ter refletido sobre as lições dessa grande série para nossa carreira empreendedora.
Deixando milhares de espectadores colados na TV por uma hora seguida, na semana passada terminou a sexta temporada de Game Of Thrones. Ela foi recheada de reviravoltas e chegou ao fim trazendo várias definições e, principalmente, reduzindo bastante o caminho que leva à reta final da grande disputa.
Neste momento, salvo eventuais surpresas, temos três grandes candidatos ao trono de ferro: Cersei Lannister, Jon Snow e Daenerys Targaryien. São três grandes candidatos. Todos chegam à reta final pelos seus próprios méritos, tendo sido testados exaustivamente em batalha. A briga vai ser duríssima.
Cada um dos três candidatos tem um estilo completamente diferente e analisar suas virtudes e trajetória pode nos ensinar bastante sobre o que realmente faz diferença na busca pela liderança em um cenário turbulento e adverso como o do seriado.
Cersei só agora assume o papel de protagonista, depois de anos na posição de coadjuvante. Visceral e calculista, é a mais inteligente dos três e a melhor articulada politicamente – Maquiavel teria muito orgulho dela. Assim como seu pai, Cersei sonhava em colocar um filho no trono e comandar das sombras, mas nenhum deles estava à altura. Nesta etapa ela vai ter que assumir o protagonismo com tudo de bom e ruim que isso significa: o poder está em suas mãos, mas o alvo passa a estar pregado em suas costas.
Cersei nos ensina algo essencial:
1. Protagonismo não é de graça
Não dá para liderar da posição #2 e assumir a posição #1 tem um preço. Ter o poder em suas mãos traz uma grande responsabilidade junto. Até agora todas as suas decisões e maquinações eram freadas pelo fato de que a caneta sempre estava na mão de outra pessoa, a qual pagaria o preço pelo eventual erro. Muitos sofreram em suas mãos e ela sofreu bastante também pelos limites desse jogo. Agora que está sentada no trono será divertido ver como se vira com a inversão do jogo político e com as dívidas que assumiu para chegar onde está.
2. Não tenha medo de ser quem você é
Apenas quando ela se liberta das opiniões dos outros e assume inteiramente suas idiossincrasias é que ela assume o trono. Cada pessoa é diferente. O caminho de cada um é diferente.
Jon Snow, agora já conhecido como Jon Stark, é um líder que percorreu o caminho do herói pelos próprios pés. Comeu o pão que o diabo amassou na Patrulha da Noite e nas terras ao norte da muralha, ganhou o respeito dos seus liderados por sua habilidade em combate e por sua integridade moral, morreu e renasceu, o que nem foi uma grande adição ao seu currículo impressionante. Galvanizou o norte e agora se apresenta irretocável como opção ao trono. Até a questão do sangue impuro já se resolveu!
Jon também tem grandes ensinamentos para nos dar:
3. Reputação vale ouro
Jon é irretocável moralmente. Seus homens o amam por isso e seus inimigos o respeitam. Aliás, nunca vi ninguém converter inimigos em aliados como ele. Sua retidão e seu desapego pelo poder o tornam um líder poderoso que as pessoas respeitam e seguem pelos cenários mais absurdos.
4.Decisões ancoradas em valores são sempre boas decisões
Jon chega até aqui, apesar de todos os riscos que correu e dos erros que cometeu, porque sempre tomou decisões baseadas em valores que as pessoas podiam reconhecer e admirar. Mesmo quando erra não perde a admiração de seus liderados, já que eles entendem o porquê de cada decisão.
5. Hesitação pode ser fatal
Jon é lento para decidir e costuma hesitar em momentos chave da história. Muita gente sofreu e muita gente morreu por conta disto. Na verdade, ele mesmo literalmente morreu por resistir em tomar decisões difíceis em relação a pessoas. Ainda bem que Melisandre estava por perto…
6. Você precisa de aliados que compensem suas fraquezas
A capacidade de Jon de trazer pessoas brilhantes para seu lado é impressionante. E ele é sábio em reconhecê-las e deixá-las trabalhar. Ao longo do caminho foram várias – Samwell, Tormund, Davos, Sansa e agora a sensacional Lyanna Mormont. Um verdadeiro dream team!
E não vamos esquecer da Daenerys, a mãe dos dragões. Certamente a candidata mais poderosa ao trono. Além do direito natural ao título, o que torna sua posição forte por natureza, Daenerys reúne um conjunto potente de predicados.
Assim como Jon, teve que percorrer o caminho do herói e se afirmar como líder em um cenário que privilegia os homens. Assim como Cersei, percebeu que seu caminho para o poder estava em assumir o protagonismo e, assim como Jon, se cercou de gente boa ao seu lado. E ainda tem três dragões! Só não leva se fizer algum erro muito grande.
Daenerys é um belo personagem e tem também a nos ensinar:
7. Potência sem estratégia não é nada
Até a chegada de Tyrion, o anão que nasceu para ser conselheiro de reis, Daenerys andava em círculos, ora avançando com ferocidade, ora se perdendo em seus erros. Apenas com a chegada do estrategista, que ela teve a sabedoria de acolher, é que seus esforços triunfam e que ela consegue finalmente se organizar para a batalha final.
8. Símbolos são importantes
Ninguém soube usar melhor sua trajetória para criar uma aura de vencedora – mãe dos dragões, nascida do fogo, libertadora dos escravos – Daenerys construiu uma imagem que a torna irresistível na batalha de Relações Públicas. Apenas Jon Snow tem alguma chance ao disputar com ela os corações e mentes do povo. Cersei quase morreu por subestimar a importância disto.
9. Se você tem três dragões, use-os!
Apenas quando Daenerys usa seu poder sem restrições, soltando os bichos sobre a frota dos senhores escravistas, é que ela afirma de fato sua condição de candidata ao trono dos sete reinos. O poder traz responsabilidade, mas não o usar é infantilidade.
Assim como nas empresas, é fácil perceber nesses personagens a importância que um líder tem. Sem liderança não dá para executar uma estratégia. Aliás, sem liderança não há estratégia. Sem liderança, não há um porquê. Há apenas como e o quê. Sem liderança, não há mudança, não há o novo. Há apenas a repetição do antigo.
Os líderes são os responsáveis por alinhar os esforços, engajar as pessoas, fazer as partes cooperarem entre si. Quanto mais complexo o sistema, maior a importância da liderança. E os líderes são os responsáveis por manter a motivação qualquer que seja o cenário. O líder energiza, faz mover. Pela fala, pela ação, pelo exemplo.
Um último aprendizado, que é meio óbvio, mas que vale a pena ser registrado, é:
10. Para ganhar, tem que jogar
Apenas na hora que você se assume como líder e se propõe a ser o protagonista de grandes conquistas é que você tem a chance de ganhar. Ninguém vai lhe dar o trono de graça, você vai ter que lutar por ele!
Esses três, cada um a seu modo, serão os protagonistas da próxima temporada que eu e milhões de pessoas pelo mundo estão esperando ansiosamente. É muito prazeroso ver grandes líderes em ação, na vida real ou na ficção. E sempre dá para aprender alguma coisa!
Se você também está em uma batalha pela liderança, e agora entendeu como ela é fundamental para o sucesso do seu negócio, aproveite enquanto espera pela sétima temporada para fazer o Curso Liderança: Desenvolvendo Times de Alta Performance, 100% online e gratuito que acabei de lançar em parceria com a Endeavor e Sebrae.
Texto publicado pela Endeavor.