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Aprenda a definir um lucro saudável para sua empresa

Lucro saudável não é necessariamente o máximo, mas aquele que consegue manter a empresa em atividade ao longo do tempo.

Salários projetados para 2016 (AndreyPopov/Thinkstock)

Salários projetados para 2016 (AndreyPopov/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 11h32.

De quanto é uma margem de lucro saudável?
Escrito por Ana Paula Paulino da Costa, especialista em finanças

Margem talvez seja uma das mais populares medidas de lucratividade. Porém, uma margem saudável nem sempre é uma margem elevada. Maximizar a lucratividade é uma hipótese conveniente para os modelos matemáticos, mas na realidade o que a empresa consegue, caso tenha sucesso, é ter um lucro que a permita continuar operando e gerando retorno para o acionista. Assim, quando usarmos o termo saudável, ele deve ter a conotação de algo que ajuda a manter a empresa no seu ambiente competitivo, sem deterioração.

Lucro saudável, portanto, não é necessariamente o máximo, mas aquele que consegue manter a empresa em atividade ao longo do tempo, propiciando um retorno adequado para seus donos (e não excepcional). Lucro saudável é uma expressão que faz mais sentido ao longo prazo e, talvez, outras medidas de lucratividade sejam mais úteis do que a margem. Por exemplo, a empresa pode querer avaliar se todo o capital investido deu o retorno esperado, comparando o lucro com o capital ou com os ativos.

No curto prazo, o lucro varia de acordo com as condições da economia. Há contextos em que o reinvestimento é baixo, pois todo o mercado está mais lento ou menos ousado. Em épocas de crise econômica, a ordem geral é apertar o cinto e procurar manter o negócio aberto. Nesse caso, o lucro provavelmente será reduzido e o termo saudável significará “suficiente para sobreviver”. Em épocas de expansão do mercado, cresce a necessidade de investimento, seja para manter o negócio aberto ou para fazê-lo crescer. Nesse caso, o lucro esperado também é maior.

O nível da margem, uma relação entre lucro e receita, nem sempre é uma escolha da empresa, pois além de ser afetado pelo contexto econômico, ainda depende das condições do mercado em que a empresa atua e do produto em si. Há setores em que a competição é acirrada e o produto tem preço unitário baixo. No caso de alimentos (exceto os de luxo), por exemplo, é preciso vender muitas unidades para gerar um lucro alto. Assim, ganha-se com o volume vendido e não com a margem. É o caso das grandes redes de supermercado, no qualpara quem 2% de lucro é um caminhão de dinheiro.

Outros setores já têm como característica o ganho pela margem, ou seja, pelo preço. Naquelas em que há possibilidade de diferenciar o produto a ponto de cobrar um preço premium, as margens são maiores, independente da necessidade daquele negócio reinvestir para manter a competitividade. Ele o fará se o negócio depender de inovação, de crescimento de mercado, de tecnologia etc. Caso contrário, a sobra irá para o bolso dos donos.

A margem dos lucros das empresas que publicam as demonstrações financeiras pode dar uma referência de lucratividade em cada setor, para cada tipo de negócio. Para isso, a empresa deve preparar as demonstrações do seu negócio, o que facilitará comparações e a própria gestão de lucro.

Enfim, o lucro saudável, seja com uma margem elevada ou baixa, não pode ser confundido com o enriquecimento pessoal do dono, pois isso, normalmente, indica um ganho excepcional.

Ana Paula Paulino da Costa é docente da BSP – Business School São Paulo.

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