PME

Aposentados investem no empreendedorismo

Quase 10% do empreendedores que abriram uma empresa nos últimos três anos têm mais de 55 anos

Idosos (Arquivo) (Arquivo)

Idosos (Arquivo) (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 13h05.

A aposentadoria não é mais sinônimo de ociosidade para milhares de brasileiros. De acordo com a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), elaborada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), do total de empreendedores que abriram uma empresa nos últimos três anos, cerca de 7% têm mais de 55 anos.

Essa faixa etária ainda está longe de ser maioria no universo de 9,2 milhões de micro e pequenas empresas no Brasil. Mas esses donos de pequenos negócios têm provado que o empreendedorismo pode ser uma opção de vida para quem chega à aposentadoria.

A pesquisa GEM também demonstra que 74% dos empreendedores com mais de 55 anos abrem a sua empresa por oportunidade e não por necessidade. Essa porcentagem é superior à média geral das demais empresas, que é de 71%.

“Essa motivação faz do novo negócio um empreendimento mais qualificado, com uma gestão mais organizada e competitiva e, consequentemente, com mais chances de sobrevivência”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

O presidente do Sebrae destaca também que uma das vantagens de se empreender a partir da aposentadoria está na possibilidade do empresário poder se dedicar a uma atividade de que realmente goste. “A maioria dos aposentados busca se sentir útil e vê o negócio próprio como um complemento de vida. Portanto, ele não sente a pressão e ansiedade pela qual os mais novos passam”, afirma.

Foi o que fez a farmacêutica Ruth Vieira Ribeiro, 69 anos. Depois de uma vasta experiência profissional de 30 anos, ela decidiu realizar um sonho antigo e abriu sua própria farmácia em setembro do ano passado, quando tinha 68 anos.

“Eu já tinha trabalhado em órgão público, em hospital, tive um laboratório, montei um banco de sangue e trabalhei em uma empresa que vende material de laboratório. Acho que a farmácia era a única coisa que não tinha feito na minha profissão, que eu adoro”, conta.

Para transformar o sonho em realidade, Ruth investiu no negócio os R$ 200 mil que tinha economizado. Seu empreendimento se diferencia exatamente por ser administrado por um farmacêutico, que atende pessoalmente os clientes, prescreve remédios e aplica injeções.

“O preço dos remédios é, em sua maioria, tabelado. Então não temos como concorrer com preço. Por isso invisto no atendimento, fico o dia todo aqui para atender aos clientes, só saio para almoçar”, diz a empreendedora que tem dois balconistas que a ajudam e recebeu apoio do Sebrae para iniciar a empresa.

Acompanhe tudo sobre:AposentadoriaEmpreendedoresPequenas empresas

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar