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Após veggie burger sangrento, startup planeja "peixe impossível"

Impossible Foods, que tem Bill Gates e Google como investidores, agora quer salvar os oceanos

 (Lekcej/Thinkstock)

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Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 30 de setembro de 2017 às 07h27.

Última atualização em 6 de maio de 2019 às 18h52.

São Paulo - Nunca a humanidade consumiu tanto peixe como nos dias de hoje. Mas esse apetite tem um custo alto para o meio ambiente. Mais de 90% dos estoques pesqueiros do mundo já se encontram superexplorados, segundo dados da organização da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO), incluindo espécies populares, como atum e sardinha.

A pressão sobre os oceanos globais, associada à expectativa de aumento de 17% na produção do setor até 2025, demanda medidas de manejo que garantam a sustentabilidade dos estoques, inclusive em atividades de aquacultura. Mas uma startup  do Vale do Silício quer  ir além — muito além disso.

Fabricante do "hambúrguer vegano sangrento" conhecido como "Impossible Burger" ("Hambúrguer Impossível"), a americana Impossible Foods agora quer salvar os oceanos. A startup está trabalhando em uma alternativa de carne de "peixe" feita a partir de vegetais.

"Queremos substituir completamente os animais por uma tecnologia de produção de alimentos até 2035", afirmou em uma entrevista coletiva na terça-feira o fundador e CEO da Impossible Foods, Patrick Brown, que é bioquímico pela Universidade de Stanford.

Ainda não se sabe quando o "peixe" alternativo chegará aos mercados ou que tipos de espécies serão replicadas. Mas se depender dos consumidores, a exaustão desse novo estoque é garantida.

De acordo com a empresa de pesquisa Markets and Markets, a demanda por substitutos de proteína animal é projetada para chegar a 5,9 bilhões de dólares até 2022, com uma taxa de crescimento anual de 6,6% a contar de 2016.

A meta da startup não se restringe aos seres marinhos. "Estamos trabalhando na produção de todos os alimentos que derivam de animais", disse Brown.

Soa utópico? Pois a empresa já recebeu cerca de US$ 250 milhões em investimentos, vindos de múltiplas fontes, desde gigantes como Bill Gates, Vinod Khosla e Google a fundos de investimentos, como UBS e Viking Ventures.

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