Adriano Meirinho e Marcelo França, fundadores da Celcoin: startup recebeu aporte de 23 milhões de reais em outubro liderado pela Vox Capital (Celcoin/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 25 de novembro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 06h23.
A fintech Celcoin já está preparada para o open banking, que começa no próximo dia 30 de novembro. Após ter recebido um aporte de 23 milhões de reais em outubro, a startup brasileira anuncia o lançamento de ferramentas que vão permitir que seus 130 clientes, entre eles bancos e fintechs, acessem dados de outras instituições financeiras fornecidos pelos seus clientes finais.
A startup, fundada em 2016, já conecta bancos e fintechs a uma rede de órgãos públicos, operadoras de celular e concessionárias de água e luz, permitindo que esses agentes ofereçam pagamentos de contas a seus clientes, por exemplo. Tudo isso é feito por APIs (sigla em inglês para Interface de Programação de Aplicação), no jargão do mercado.
Agora, com o open banking se aproximando, a Celcoin lança um novo conjunto de APIs para permitir que os clientes dos bancos e fintechs possam compartilhar de maneira fácil com a sua instituição financeira seus extratos bancários, faturas de cartão de crédito, contratos de crédito, históricos de consumo de energia e contas pagas. A partir de dezembro, será possível acessar informações sobre saldos de investimentos.
O novo conjunto de ferramentas será oferecido gratuitamente pelos próximos dois meses para que as empresas clientes possam começar a construir ferramentas com base neles.
“É um conceito novo, então queremos oferecer esse tempo de uso gratuito para que nossos clientes tenham tempo para entender qual é a melhor forma de usar esses dados”, diz Marcelo França, cofundador e presidente da Celcoin.
O open banking foi pensado pelo Banco Central para dar ao cliente das instituições financeiras total controle sobre seus dados. Com isso, eles podem autorizar que bancos e fintechs acessem informações sobre suas transações em outras instituições. Processos de análise de crédito, por exemplo, poderão ser feitos mais rapidamente dessa forma.
A infraestrutura tecnológica para fazer todo esse compartilhamento de informações é um dos pontos de atenção do sistema, para evitar que vazamentos de dados aconteçam. Por estar habituada a trabalhar e oferecer APIs, a Celcoin aposta que ganhará espaço nesse novo mercado.
Enquanto lança as novas ferramentas, a empresa prepara seu pedido da licença para atuar como iniciador de transações de pagamentos. Com a autorização, na última fase do open banking, a fintech poderá coordenar o envio de transferências de um banco ao outro. Veja mais sobre as fases do open banking aqui.
“Estamos muito otimistas com esse momento novo que o sistema financeiro está passando, as oportunidades para os negócios são muitas”, afirma França.