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A Mutual Mobile prefere fazer aplicativos sob encomenda

Por que a americana Mutual Mobile abandonou o mercado de aplicativos para o consumidor fnal para atender apenas projetos personalizados de mpresas — mesmo sendo mais difícil ganhar escala

John Arrow, da Mutual Mobile: "Ganhamos clientes como Adidas, Philips, Audi e Google"  (Divulgação / Mutual Mobile)

John Arrow, da Mutual Mobile: "Ganhamos clientes como Adidas, Philips, Audi e Google" (Divulgação / Mutual Mobile)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 17h58.

São Paulo - Saltar de paraquedas com um aplicativo no bolso que calcula o tempo de queda livre é, possivelmente, a função mais "empolgante" do HangTime — vendido por 0,99 dólar na App Store, loja online da Apple que permite baixar programinhas para iPhoneiPad.

O software se resume a um cronômetro com um painel de avaliação com os melhores desempenhos de queda livre (seja qual for o tipo) registrados no sistema. Há também outras "utilidades" para o aplicativo. Alguns usuários organizam campeonatos nos quais o vencedor é quem consegue lançar seu iPhone o mais alto possível.

Ainda que pareça algo imbecil, as instruções do HangTime consideram esse uso. Desde que foi lançado, em 2009, o programa ficou em primeiro lugar em diferentes rankings de "aplicativos mais idiotas de todos os tempos". E, talvez por ser tão bobo, o software se transformou num viral baixado mais de 1 milhão de vezes. 

O HangTime foi o primeiro produto da Mutual Mobile, desenvolvedora de aplicativos móveis com sede em Austin, no estado do Texas. "A ideia do programa surgiu de nossas brincadeiras de moleque", disse John Arrow, de 26 anos, sócio da Mutual Mobile, em entrevista à revista americana Inc.

Arrow montou o negócio em 2009 com mais quatro colegas de faculdade. Três anos depois, a empresa faturava quase 30 milhões de dólares e empregava mais de 300 funcionários Para construir um negócio consolidado, Arrow e seus sócios abandonaram a criação de aplicativos para usuários finais e partiram para a conquista de clientes corporativos.

A decisão foi tomada depois que a Mutual Mobile desenvolveu um sistema que reúne registros médicos de pacientes de uma rede de hospitais e que pode ser consultado em tablets e smartphones.


"Percebemos que a tecnologia móvel iria transformar a maneira como as empresas faziam negócios, mas não existiam ainda muitas desenvolvedoras de aplicativos focadas nessa necessidade", disse Arrow para a revista americana Forbes.

Na mudança de rota, a Mutual deixou de competir com mais de 1 milhão de aplicativos prontos para baixar na loja da Apple. Por outro lado, trabalhar com produtos customizados traz enormes desafios. "É difícil ganhar escala quando o trabalho tem data para acabar", diz Rafael Duton, diretor da carioca 21212, aceleradora de negócios digitais.

Comumente, é preciso ter fôlego fnanceiro para suportar um intervalo de meses entre a primeira proposta e o fechamento de um contrato. "Gasta-se muita energia buscando novos contratos para substituir os que vão terminar", diz Duton.

O processo de transformação da Mutual Mobile parece estar dando certo. Entre seus clientes estão companhias como Adidas, Google, Philips e Audi, que aceitam pagar de 500.000 a 1 milhão de dólares por encomenda.

Em agosto de 2013, o grupo inglês WPP — a maior rede de agências de marketing do mundo — adquiriu uma participação minoritária da empresa. "Até 2015, queremos chegar a 100 milhões de dólares em faturamento", diz Arrow.

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