Pedro Waengertner, CEO e fundador da ACE (ACE/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 08h00.
Última atualização em 4 de agosto de 2017 às 09h10.
São Paulo – A ACE – principal aceleradora de startups do país – acaba de fechar sua rodada de investimentos série B. Liderado pelo fundo de investimentos Bossa Nova, o aporte contou ainda com a participação dos empreendedores e investidores José Edison Franco, André Romi e Thiago Oliveira. O valor recebido pela aceleradora não foi revelado, mas deve ficar entre 10 e 20 milhões de reais.
Com o aporte, ACE e Bossa Nova fecharam uma parceria inédita no país e na América Latina. Agora, todas as startups que concluírem o programa de aceleração da ACE e cumprirem os requisitos da aceleradora receberão automaticamente do Bossa Nova uma proposta de investimento de valor entre 300 mil e 500 mil reais.
“A ACE deixa a startup no ponto que precisamos para entrarmos com o investimento. Já aportamos em várias empresas que passaram pela aceleração deles e estamos muito satisfeitos”, afirma João Kepler sócio da Bossa Nova.
O fundo se especializou em investimentos pré-seed, com valores entre 100 mil e 800 mil reais. “Esse momento inicial é o vale da morte da startups e nós decidimos como fundo de investimentos focar nesse setor. Preferimos colocar 1 bilhão em várias empresas do que em uma apenas. Assim temos mais diversidade e geramos mais oportunidade”, afirma Kepler.
Para Pedro Waengertner, CEO e fundador da ACE, além demonstrar a confiança do Bossa Nova no processo de aceleração da ACE, o acordo significa um avanço para o ecossistema de investimento brasileiro.
“Com essa proposta, o Bossa Nova traz um ritmo Vale do Silício para o Brasil, onde o processo de investimento ainda dura no mínimo seis meses. No Vale do Silício a coisa acontece de forma bem mais ágil. Ao propor esse contrato automático o Bossa Nova incentiva outros investidores a agirem da mesma forma”, afirma.
Outro fruto da chegada do Bossa Nova como investidor da ACE é a possibilidade de troca entre as empresas investidas dos dois lados. O fundo já aportou dinheiro em cerca de 170 negócios, enquanto a ACE já acelerou 130 startups. Nos dois casos, as empresas se mantêm em contato, gerando uma rede de negócios. Agora, essas redes serão unificadas, o que amplia as possibilidades de troca entre os empreendedores.
O aporte recebido pela ACE vai possibilitar a aceleração de mais 50 startups, além de ampliação da área corporativa da aceleradora, focada em levar inovação para grandes empresas através de parcerias com startups.