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A multiplicação da rede Dídio Pizza

Como o paulistano Elídio Biazini criou um negócio que faturou 14 milhões de reais no ano passado com uma rede de pizzarias de entrega em domicílio

Elídio Biazini: "Nossos concorrentes não são só outras pizzarias, mas qualquer empresa que entregue comida em casa" (Lia Lubambo)

Elídio Biazini: "Nossos concorrentes não são só outras pizzarias, mas qualquer empresa que entregue comida em casa" (Lia Lubambo)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2013 às 06h00.

São Paulo - Dono da rede de pizzarias Dídio Pizza, o empreendedor Elídio Biazini, de 54 anos, costuma prestar atenção aos calendários dos principais campeonatos de futebol. Sempre que os times paulistanos entram em campo nos dias de semana à noite, ele orienta os franqueados da rede a ligar para os clientes cadastrados oferecendo pizza.

"Telefonamos pouco antes do jogo começar, antes que os torcedores que acompanham o jogo pela TV pensem em ligar para outro estabelecimento para pedir petiscos", diz Biazini. "Sempre digo para os franqueados que nossos concorrentes não são apenas as pizzarias,  mas qualquer delivery das redondezas."

Além dos telefonemas nas noites de futebol, os franqueados da Dídio Pizza costumam ligar para empresas e escritórios em que os funcionários muitas vezes têm de trabalhar até tarde.

"Principalmente no fim do mês, muita gente precisa fazer serão para deixar trabalhos prontos no prazo", diz Biazini. "Oferecemos às empresas a possibilidade de pagar as pizzas em até 30 dias."

A Dídio Pizza trabalha apenas com entregas. Tomar a iniciativa de procurar a clientela, em vez de esperar que as pessoas liguem pedindo pizza, é uma das medidas que Biazini tomou para crescer num mercado bastante pulverizado.

Não há números muito  confiáveis sobre a quantidade de pizzarias que há em São Paulo — as estimativas variam de 1.500 a 6.000 estabelecimentos desse tipo na cidade. No ano passado, o faturamento da Dídio Pizza chegou a 14 milhões de reais, 30% mais do que em 2011. 

O negócio começou há 20 anos, quando Biazini deixou um cargo administrativo numa multinacional da área de tecnologia para se tornar empreendedor. Na época, ele e a mulher abriram uma pequena pizzaria no bairro da Lapa, em São Paulo. Em 2005, Biazini decidiu expandir a marca e lançar franquias. 


Hoje, a rede tem 22 lojas no estado de São Paulo — os planos de expansão preveem que até dezembro deste ano o número de unidades chegue a 33.

Para expandir a rede, Biazini mapeou a região metropolitana de São Paulo em busca de locais que apresentem uma clientela com um perfil no qual a empresa se especializou: um público formado em geral por casais que trabalham fora, dispostos a gastar, em média, 58 reais por pedido. Aos poucos, a rede vem ampliando sua área de atuação.

Recentemente, a Dídio Pizza abriu lojas em Campinas, Valinhos, Jundiaí e São Caetano do Sul. A meta agora é expandir para Rio de Janeiro e Minas Gerais e chegar a 325 lojas em dez anos.

Como muitos empreendedores que decidem expandir seus negócios por meio de franquias, Biazini enfrentou dificuldades no começo. "No início eu não sabia exatamente como selecionar um franqueado", diz ele. "Tive problemas nas primeiras lojas e fui obrigado a assumir a operação de algumas franquias."

Hoje, a seleção dos franqueados tornou-se mais rigorosa. "De cada 40 interessados, só 20% acabam fazendo uma espécie de test drive numa loja  e geralmente apenas um sai aprovado no fim do processo", afirma Biazini.

Desde que transformou sua pizzaria numa rede, Biazini vem criando para a empresa uma cultura de austeridade com os custos. Pouco tempo depois de começar a se expandir por franquias, ele diminuiu as opções do cardápio de 56 para 28 tipos de pizza. "Tiramos os sabores pouco pedidos", diz ele.

"Era um desperdício, por exemplo, oferecer pizza de aliche, que nos obrigava a manter um ingrediente perecível e caro." Biazini acabou com a pizza de três sabores, mais demorada de preparar.

Para os franqueados, Biazini fechou negociações com fornecedores com o objetivo de manter os custos dos insumos sob controle. "Temos acesso a um site na internet pelo qual fazemos os pedidos dos ingredientes", afirma Celso Petrólio, de 44 anos, há sete anos franqueado da rede. "Para nós, os preços dos insumos têm crescido num ritmo menor do que nos supermercados."

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