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A estratégia da argentina Havanna para faturar mais de R$ 90 mi no Brasil

A marca argentina investiu em um cardápio renovado e seguirá apostando na estratégia de montar quiosques e lojas com cafeterias em diversos lugares

Café da Havanna: marca argentina aumentou o faturamento ao aumentar os produtos de suas lojas e se proteger contra sazonalidade (Havanna/Divulgação)

Café da Havanna: marca argentina aumentou o faturamento ao aumentar os produtos de suas lojas e se proteger contra sazonalidade (Havanna/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 10 de agosto de 2019 às 08h00.

Última atualização em 12 de agosto de 2019 às 14h43.

A marca argentina Havanna, conhecida pelos alfajores e pelo doce de leite, caiu no gosto brasileiro -- especialmente a partir de uma grande mudança nos últimos três anos e meio.

Mesmo com um cenário econômico ainda em vias de retomada de crescimento, a rede de franquias projeta passar das 100 unidades neste ano, acumulando um faturamento superior a 90 milhões de reais. E, quem sabe, tornar o Brasil seu maior mercado em longo prazo.

Para alcançar tais números, a Havanna seguirá investindo na estratégia de montar quiosques e lojas com cafeterias em diversos lugares, desde centros de compras até aeroportos e bancos. Nesta semana, a rede de franquias também anunciou a edição de mais itens argentinos típicos e receitas com um toque contemporâneo ao cardápio.

Menos presentes, mais cafeterias

A Havanna abriu seu primeiro um quiosque próprio por aqui em 2006. Em 2014, a argentina começou seu sistema brasileiro de franquias. A proposta era ter lojas e quiosques para apenas comprar alfajores e outras iguarias com doce de leite e dar de presente, da mesma forma que se traziam os produtos da marca na mala após uma viagem à Argentina.

Não havia como consumir o produto no local e os estabelecimentos eram muito sujeitos à sazonalidade de datas festivas, como Páscoa e Natal. Com o aprofundamento da recessão econômico, os ganhos dos quiosques caíram. Para faturar durante todo o ano e ampliar a oferta de produtos, a Havanna importou da Argentina o modelo de adicionar cafeterias aos quiosques e lojas. 

As unidades no novo formato começaram em 2016. “O mix de produtos ficou bem maior, com comida para todas as horas do dia, e investimos no atendimento mais especializado. Hoje, os serviços de cafeteria representam entre 50 a 60% do nosso volume fora da sazonalidade”, afirma Diego Schiano, diretor geral da Havanna no Brasil.

Argentinidade brasileira

Uma cafeteria sempre precisa renovar seu cardápio, especialmente uma que aposta no caráter exótico da gastronomia internacional. Na Havanna, esse trabalho começou no ano passado. A rede enxugou o cardápio e, hoje, volta a investir em novidades. 

Nesta semana, anunciou tanto itens típicos da Argentina, como os cubanitos (cilindros feitos com a casquinha de sorvete e recheados com doce de leite) e empanadas de frango e espinafre, quanto pratos contemporâneos, como um cheesecake de doce de leite e limão siciliano.

Outras iguarias foram adaptadas aos gostos brasileiros. A Havanna oferece por aqui pão na chapa, típico no café da manhã paulista, mas com requeijão ou doce de leite. Em parceria com a rede de franquias brasileira Mr. Cheney, lança nesta semana um cookie de doce de leite a ser vendido nas duas marcas.

Expansão

Até o final deste ano, a Havanna espera ultrapassar 100 unidades em funcionamento e faturar mais de 90 milhões de reais. A rede tem hoje cerca de 80 unidades em operação e faturou 70 milhões de reais em 2018. Cada unidade pede um investimento inicial de 340 a 440 mil reais, com faturamento médio mensal de 90 a 120 mil reais e taxa de lucratividade média de 14 a 16%. O prazo de retorno vai de 24 a 36 meses.

Suas franquias estão em centros de compras, ruas e dentro de outros estabelecimentos comerciais. Nesse modelo, conhecido como store in store, a Havanna já atua em livrarias (como Saraiva e Curitiba), bancos (como Santander) e hospitais (como a rede Santa Catarina).

Outros modelos que começam a ser expandidos são centros empresariais, eventos corporativos e aeroportos. “Abrimos o leque de possibilidades de atuação e, com isso, o faturamento do nosso franqueado”, diz Schiano. Os principais alvos de expansão são as regiões Sudeste e Sul do país, além de algumas unidades no estado da Bahia.

Nos próximos quatro a cinco anos, a marca argentina projeta passar das 300 lojas. A rede atua em 13 países e, no seu país de origem, a Havanna tem 250 lojas. Nada impede que o mercado brasileiro passe de segundo para maior mercado da rede no futuro, segundo Schiano.

A Havanna já cresceu durante a recessão econômica -- e aposta que pode crescer muito mais com uma volta, mesmo que a passos lentos, do consumo brasileiro.

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