São Paulo – Crianças costumam ser criativas, não têm medo de explorar algo novo e estão sempre dispostas a transformar tudo em brincadeira. Enquanto elas estão desenhando – ou rabiscando, para os pais -, elas podem estar bolando uma ideia de negócio que pode mudar o mundo ou valer vários milhares de dólares. Os pequenos empreendedores das próximas páginas são assim e – pode acreditar – fizeram suas empresas sair do papel e ter sucesso antes mesmo de chegar aos 20 anos.
Caine Monroy passava as férias de verão na porta da loja de auto-peças do pai. Aos poucos, o garoto começou a brincar com as caixas de papelão e criar pequenos brinquedos, parecidos com os de parques de diversões. Um consumidor, surpreso com a criatividade de Monroy, resolveu fazer um vídeo e criar um evento no Facebook para atrair mais gente ao local. A ação se transformou em um viral e mais de 200 mil pessoas confirmaram presença na pequena loja. Não é possível saber quanto dinheiro o menino ganha com os jogos, mas em doações já foram quase 200 mil dólares, que ele pretende usar para financiar a faculdade.
Aos 12 anos, Thomas Suarez tem no currículo atividades que empreendedores experientes demoram para conseguir, como uma palestra no TEDxManhattanBeach. O garoto mal chegou ao ensino médio e já está sendo chamado de novo Steve Jobs. Ele criou dois aplicativos para os produtos da Apple: o Earth Fortune, que troca a cor da terra conforme sua fortuna, e o Bustin Jieber, app que deixa os usuários baterem no cantor teen Justin Bieber. Hoje, Suarez trabalha meio período em sua empresa, ensina programação a outros estudantes e pretende criar outros games para plataformas como o iPad e o Android.
A Leanna's Inc. faz produtos naturais para cabelo. A empreendedora Leanna Archer começou o negócio aos 9 anos, usando uma receita da família para deixar o cabelo mais bonito. Hoje, aos 15, ela comercializa oito tipos de produtos orgânicos, que vão de xampus a cremes, todos com fórmulas super-secretas, que rendem um faturamento de mais de 100 mil dólares.
Com 14 anos, Robert Nay foi chamado de o novo Mark Zuckerberg. No ano passado, o garoto conseguiu desbancar o jogo Angry Birds do topo da lista de mais baixados da App Store, da Apple, com um game chamado Bubble Ball. Tudo isso sem sair de casa. A Nay Games, empresa que criou, teve como único investimento um computador, comprado pelos pais do garoto.
Daniil Kulchenk começou a “brincar” com a programação em HTML aos seis anos de idade e, aos 11, já era administrador Linux freelancer. Há três anos, criou a Phenona, que faz aplicações Perl na nuvem. A empresa, que tinha o garoto de 15 anos como CEO, foi comprada pela canadense ActiveState, por um valor não revelado. Hoje, o garoto se divide entre os estudos e o trabalho na empresa.
Aos 16, Nick D'Aloisio criou um aplicativo que condensa grandes textos em tópicos no celular, o Summly. O app já foi baixado mais de 100 mil vezes. O trabalho do menino chamou a atenção do investidor de tecnologia Li Ka-Shing, um dos homens mais ricos do mundo. Antes de viajar para a Califórnia e se reunir com investidores do Vale do Silício, no entanto, foi preciso pedir o adiamento de algumas atividades da escola para poder conversar com investidores americanos. Outro encontro importante no Vale do Silício foi com o designer do iPhone, Jonathan Ive.
O espanhol Javier Agüera, de 19 anos, ainda estava no colégio quando começou a desenvolver o seu primeiro celular. Neste ano, o jovem apresentou sua empresa, a GeeksPhone, durante o Mobile World Congress, que aconteceu em Barcelona. A startup tem como objetivo fazer aparelhos desbloqueados que não fiquem presos a nenhuma operadora. A fama do empreendedor cruzou o oceano e ele foi considerado pelo MIT um dos talentos com menos de 35 anos que podem mudar o mundo. Os aparelhos custam a partir de 165 euros.
Empresas como Netflix, Airbnb e Natura são conhecidas por estudarem o público e desenvolverem ações efetivas com foco no cliente. Entenda como o design thinking funciona na prática