Black Friday: a data deve movimentar 6,9 bilhões de reais este ano, 77% a mais que em 2019 (Divulgação/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 24 de novembro de 2020 às 06h00.
Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 20h13.
A Black Friday 2020 é uma grande oportunidade para o varejo físico recuperar parte das vendas perdidas devido à pandemia. Já para as lojas online, a data promete movimentar ainda mais as vendas. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), em parceria com a consultoria Neotrust/Compre&Confie, a data deve movimentar 6,9 bilhões de reais este ano, 77% a mais que em 2019.
O crescimento não é sem fundamento. Mais de 75% dos consumidores farão compras online por medo de uma possível segunda onda da covid-19, segundo pesquisa da consultoria Conversion.
Há também mais brasileiros habituados a compras online. Graças ao isolamento social, cerca de 7,3 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra online durante o primeiro semestre de 2020 — levando o país a marca de 41 milhões de usuários ativos no e-commerce. Não só mais pessoas estão comprando online, o volume de compras aumentou. A ABComm estima que o e-commerce brasileiro cresça 30% neste ano.
Além dos novos compradores, há também novos vendedores. A covid-19 forçou muitos pequenos varejistas a vender online para salvar seus negócios. Segundo dados de setembro da ABComm, desde o início da pandemia mais de 135 mil lojas aderiram às vendas pelo comércio eletrônico para continuar vendendo e mantendo-se no mercado, muitos deles optando pelos marketplaces de empresas como Amazon, B2W e Via Varejo para chegar até o consumidor.
Isso significa que há milhares de novos lojistas que terão este ano a sua primeira Black Friday online. E eles estão de olho nas oportunidades de venda. Segundo levantamento feito pela plataforma de lojas virtuais Loja Integrada, 72% dos pequenos comerciantes estão otimistas com a data.
Nessa reta final de preparativos para a sexta-feira mais importante do ano para o varejo, EXAME conversou com cinco dos mais importantes marketplaces do país para descobrir o que os pequenos lojistas podem se preparar para a Black Friday 2020. Confira as dicas abaixo:
Se esta não for a primeira Black Friday da loja no mundo digital, especialistas do marketplace da B2W (Lojas Americanas, Submarino) recomendam analisar os resultados de 2019. O caminho é simples: faça uma lista todas as etapas do processo de venda e escreva tudo que deu certo e errado em cada uma delas e pense em como você pode melhorar cada ação para 2020.
Antes da sexta-feira, é importante que os empreendedores revisem as descrições, fotografias e informações técnicas das principais apostas da loja na Black Friday. A Amazon destaca que é importante que os lojistas se atentem ao título dos anúncios, usando palavras que os clientes costumam buscar sobre aquele determinado produto no título e na descrição.
O estoque precisa de atenção na Black Friday 2020. André Santos, diretor comercial do Mercado Livre, afirma que é importante, na reta final, que os vendedores chequem se o que eles estão disponibilizando no marketplace é realmente o que têm para oferecer. “O planejamento de estoque já era importante, mas tornou-se primordial este ano, por conta da falta de oferta de alguns insumos no Brasil”, diz o especialista.
Para Mariana Castriota, gerente de marketplace do Magalu, é melhor o lojista retirar os produtos antes do catálogo do que cancelar pedidos. "Esse é um momento sensível do consumidor, que espera meses para comprar algo, uma experiência de cancelamento ou de não recebimento do seu pedido é muito ruim".
Para Abel Ornelas, diretor de operações da Via Varejo, nos últimos dias antes da Black Friday é hora das lojas revisarem os preços das suas ofertas. “Sempre tem oportunidades para melhorar a competitividade nessa reta final”, diz o diretor. Para ele, os produtos precisam ter descontos reais para que o consumidor reconheça as promoções como vantajosas.
A B2W recomenda que os lojistas monitorem a concorrência na hora de definir suas estratégias de preço na Black Friday. Com isso, é possível entender como o seu próprio segmento irá atuar na data e definir quais produtos colocar em promoção, quanto dar de desconto e quais condições promocionais serão mais atrativas para o consumidor.
Dar várias opções para o cliente pagar a compra é uma forma de a loja garantir a venda na Black Friday. Tatiane Silva Dias De Souza, líder de parcerias do Mercado Pago, afirma que um dos fatores decisivos para que o consumidor conclua uma compra é o valor das prestações e não o total do produto. Por isso, antes da data, uma boa estratégia é ampliar a quantidade de parcelas para o consumidor, diminuindo o valor mensal.
Souza também indica que os empreendedores removam o desconto nos pagamentos feitos em boleto. “Os pagamentos com boleto bancário muitas vezes podem atrapalhar o fluxo de estoque do lojista, uma vez que uma grande parcela dessas compras não se efetiva e o produto fica reservado até a compensação do pagamento, que não acontecerá”, afirma.
Entrega rápida e frete grátis: em temporadas como a Black Friday, o tempo de entrega é fator primordial na decisão de compra. Por isso, antes da sexta-feira, os lojistas devem revisar suas tabelas de frete, já que o custo e o prazo serão diferencias para o cliente fechar ou não uma compra. Os especialistas da Amazon destacam que enviar o produto no prazo estimado garante uma boa experiência de compra, o que pode fidelizar o cliente.
Mariana Castriota, do Magalu, concorda. Para ela, a data é o momento de conquistar o cliente. "Embalar bem o produto, com um agradecimento pela compra, por exemplo, é uma chance de cativá-lo ainda mais", diz a executiva.