2015 é um ano muito inspirador para novas ideias de negócios. Pode ser que seja um ano difícil, mas também pode marcar novos tempos. Enquanto alguns choram pela crise, outros vendem lenços de papel. Wilson Poit, por exemplo, vendia geradores de energia elétrica na época do apagão e vendeu sua empresa por mais de R$400 milhões. A Localiza viu, em plena crise do petróleo, a oportunidade de alugar carros, até se tornar a maior rede de aluguéis de automóveis da América Latina. É assim que podemos aproveitar tendências do mercado, boas ou ruins, para colocar essas ideias em prática. O que esse ano reserva para os empreendedores? Veja agora 6 ideias de negócios que têm tudo para decolar em 2015.
A tecnologia de impressão de objetos em três dimensões nos faz lembrar de brinquedos. Em alguns casos, é isso mesmo que ela faz – como a 3D Mini, empresa que produz bonecos muitos fiéis de seu cliente e nos mínimos detalhes, como cores, fisionomia e as roupas. Mas a mesma técnica também pode ser usada para outras ideias de negócios e startups nesse setor. A Sirona, por exemplo, produz uma máquina que pode fazer uma prótese dentária em 30 minutos. O paciente chega ao consultório, o dentista escaneia sua boca com uma peça de mão, e na mesma consulta ele já sai com a prótese personalizada implantada na boca – sem necessidade de aguardar a fabricação em laboratório nem voltar para uma segunda consulta. Novos negócios que saibam usar a impressão 3D para realizar tarefas mais rápido têm grandes oportunidades de crescimento.
Depois da onda das compras coletivas, uma outra vem tomando as ideias de negócios baseadas na internet: os aplicativos de administração na nuvem (conceito de cloud computing), como ZeroPaper, ContaAzul, Nibo e muitos outros. Os sistemas prometem facilidade de uso e baixo custo, e, por serem voltados para micro e pequenas empresas, têm grande potencial de crescimento, dado o número potencial de clientes. Mas fluxo de caixa, controle de estoque e emissão de notas fiscais e boletos não são os únicos atrativos dos serviços “na nuvem”. Por cobrarem mensalidades suaves em vez de uma cara licença anual, e também por serem acessíveis de qualquer lugar (incluindo o computador de casa, o laptop e o smartphone), vários novos negócios “na nuvem” estão atraindo clientes individuais e empresas. É o caso de serviços de gerenciamento de tarefas como Trello e Asana e também aplicativos de finanças pessoais como o Magnetis.
O custo de vida cresce – do aluguel a serviços como internet, plano de dados para smartphone e TV paga. Ao mesmo tempo, o custo da eletricidade sobe e cresce a preocupação ambiental. Nesse ambiente, proliferam novos negócios que ajudem as pessoas a compartilhar objetos e reduzir custos. O Casa Virtual de Furnas, por exemplo, ajuda a monitorar (e portanto reduzir) a conta de luz. Já o Tem Açúcar? facilita as trocas e empréstimos de objetos entre vizinhos, ao mesmo tempo em que preserva a privacidade dos usuários. Na Suíça, existe o Pumpipumpe, uma espécie de versão low-tech do mesmo projeto. As pessoas colam na própria caixa de correio adesivos correspondentes aos objetos que podem emprestar. A economia compartilhada veio mesmo para ficar. Até quartos disponíveis para aluguel no Airbnb ganham reformas e destaque na imprensa. O desafio, claro, é monetizar o negócio e ganhar escala.
O setor de segurança é o que registrou micro e pequenas empresas com crescimento mais acelerado entre 99 segmentos, segundo a pesquisa Estatísticas de Empreendedorismo. Há várias boas razões para apostar em ideias de negócios relativos à segurança. Com a proliferação dos smartphones, das redes sociais, dos aplicativos de bancos e da navegação na internet sem fio, nunca a privacidade das pessoas esteve tão vulnerável – incluindo informações como compras, número do cartão de crédito e outros dados pessoais. Episódios de vazamento de dados volta e meia disparam o alerta sobre a necessidade de produzir senhas fortes, navegar de forma segura e evitar spam e phishing. Fora do mundo virtual, empresas de vigilância, circuitos fechados de TV e cercas elétricas podem ser muito atraentes em grandes centros urbanos. Um ótimo exemplo é a Avantia, empresa de dois Empreendedores Endeavor, que desenvolve e opera sistemas proativos de monitoramento de imagens e alarmes capazes de proteger grandes empresas e até cidades inteiras.
Temakerias, itens “gourmet”, food trucks, paletas mexicanas e espetinhos: é forte a tendência de novos negócios que apostam em refeições rápidas, localização conveniente e produtos de elevada margem de lucro. As razões são várias. Uma é o aumento dos aluguéis em pontos comerciais tradicionais, o que tem afastado os lojistas. Nesse cenário, os food trucks, que além de evitar o aluguel ainda podem se deslocar em busca de pontos mais movimentados, têm grande margem de manobra. A Diletto, por exemplo, garante a presença de seus gelattos com carrinhos abastecidos, que podem estacionar em lojas, shoppings e até eventos. Só em 2013, a empresa faturou R$50 milhões.
A atual geração de consumidores é bem diferente da anterior. Bens como carros e imóveis são sonho de consumo para menos gente. Os carros próprios tendem a perder espaço para bicicleta, transporte público, car sharing e aplicativos de táxi. Já os imóveis, além do custo proibitivo, dão lugar a um estilo de vida mais móvel – com carreiras menos estáveis e a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar, mais gente tenta optar por estilos de vida como o de trabalhar remotamente por um ano, ou de trabalhar menos horas na semana. Nesse sentido, crescem oportunidades para novos negócios que exploram experiências e eventos em vez de bens de consumo. A EventBrite ajuda a criar eventos inesquecíveis. Já a 4bts aposta no turismo de experiência, como aquele voltado para eventos esportivos. O sucesso de eventos como Color Run e a crescente vinculação de marcas de bebidas a festas específicas diz muito sobre o valor crescente dado à frase “eu estive lá”. Por causa das constantes atualizações no Facebook com notícias de viagens e festas de nossos amigos, o mal da atual geração já recebeu até um nome – “FOMO”, ou “fear of missing out”, isto é, o receio de que não estamos aproveitando plenamente a vida. Ideias de negócios baseadas em criar experiências diferentes e/ou aproveitar melhor o tempo têm tudo para decolar em 2015 e além. Qual a sua grande ideia de negócios para 2015? Entre na conversa deixando um comentário.
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