Repertório: empreendedores devem reservar um tempo para buscar referências (Sony)
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2012 às 11h08.
São Paulo – Para alguns empreendedores, a criatividade não tem limite quando o assunto é ter novas ideias de negócio ou simplesmente, ter ideias. Para outros, seja um executivo ou dono de uma pequena empresa, a tarefa de ter um insight a partir de um caso que o amigo contou ou de uma ação da concorrência é quase impossível.
Para Maximiliano Tozzini Bavaresco, consultor da SONNE Branding, para se ter ideias o primeiro passo é buscar conhecimento, acadêmico ou não. “Buscar conhecimento de como o concorrente está agindo, sobre os clientes e pesquisar sobre cases de empresas que deram certo ou não”, ensina.
Estar conectado e atento vai ajudar a aumentar as possibilidades de novas ideias. “Você não precisa ser gênio para criar coisas interessantes”, afirma Marcelo Nakagawa, coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper. Vale lembrar que buscar inspiração em algo é diferente de copiar. “Até mesmo grandes empreendedores se inspiram em outros empreendedores”, completa.
Com a ajuda de Nakagawa, Bavaresco e Guto Grieco, coordenador do Centro de Inovação e Criatividade da ESPM, Exame.com listou recomendações que podem auxiliar interessados a sempre ter novas ideias.
1. Enriqueça o seu repertório
A agenda repleta de tarefas impede que o empreendedor dedique um tempo para os estudos. Mas, buscar conhecimento, de acordo com os especialistas, deve ser uma prioridade. Escolha um tipo de leitura que lhe agrade, escute rádio ou assista a programas de TV. Em seguida, tente refletir sobre como o que foi visto, lido e ouvido pode ser útil no negócio.
Entretanto, Grieco afirma que o empreendedor não pode deixar de olhar para o mercado e dedicar-se somente ao conhecimento. A leitura de livros aumenta o repertório, mas, às vezes, pode estar distante da realidade do empresário.
2. Crie uma lista de referências
Não basta listar os empreendedores ou as empresas que você mais admira. Para Nakagawa, é essencial ler mais sobre esse ídolo. “Se você tem uma empresa de serviço, deveria ter como ídolo o Walt Disney. Pois, ele sabia como criar experiências de consumo”, exemplifica.
Ao criar a lista, Bavaresco completa que é preciso descrever as razões pelas quais o empreendedor admira as empresas ou empreendedores listados. “É um exercício que tem que ser constante”, afirma.
3. Faça uma autoprojeção
Você sabe qual é o seu sonho? Como você se vê daqui a cinco anos? Parece clichê de entrevista de emprego, mas essas perguntas podem lhe auxiliar para descobrir quais são os seus objetivos empresariais e pessoais. Para Bavaresco, o empreendedor deve saber o que ele quer para o seu próprio negócio.
Dessa maneira, é possível estabelecer o que você precisa ser feito até chegar ao objetivo final e que tipo de ideias vão levá-lo ao sucesso.
4. Escute o seu consumidor
Prestar atenção no que o seu consumidor está reclamando pode ser um bom caminho para novas ideias. “Geralmente, as pessoas que têm boas ideias não estão olhando para a concorrência e sim para os consumidores”, afirma Grieco. Ele explica que ao olhar somente para o concorrente, o empreendedor só enxergará a resposta que o outro já encontrou.
Alguns clientes não sabem bem o que eles querem, mas é importante não deixar essas mensagens passarem em branco. “As necessidades não evidentes dos consumidores podem ser um potencial para se ter uma ideia de negocio”, diz Grieco.
5. Preste atenção no que deu errado
Algumas das mais brilhantes invenções, como a penicilina, são resultado de acasos ou de fracassos na busca de soluções para outros problemas. O empreendedor tem que estar atento para aproveitar até mesmo casos que deram errado. Por isso, a orientação é não ignorar o que parece ser um detalhe.
6. Execute suas ideias
Conheça bem sua ideia, busque recursos e coloque em prática. Este é o caminho para descobrir se a ideia é boa mesmo. “Não adianta ter ideia sem planejamento e não adianta ter ideia, planejar e não executar”, afirma Bavaresco.
Vale dizer que recursos não se limitam a dinheiro. Pode ser a busca por um sócio ou ter uma parceria com uma universidade, por exemplo. “Tente validar com alguns clientes ou pessoas do seu círculo de confinça para ver se aquilo que pensou se aplica”, ensina Nakagawa.