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50 startups: Stattus4 "aposenta os ouvidos" na hora de buscar vazamentos de água

Stattus4. startup do interior fundada no interior de São paulo, usa inteligência artificial e sensores para encontrar vazamentos de água

Marília Marcondes: para a CEO e fundadora da empresa, segurança hídrica é prioridade para o país (Leandro Fonseca/Exame)

Marília Marcondes: para a CEO e fundadora da empresa, segurança hídrica é prioridade para o país (Leandro Fonseca/Exame)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 12h19.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2021 às 12h23.

Ao juntar o apelo da sustentabilidade ao de economia financeira, o caminho para uma tecnologia “pegar” é só questão de tempo. É por isso que a Stattus 4 está entre as startups que são promessas para 2021, como mostra a última edição de capa da EXAME.

Fundada no interior de São Paulo em 2015, a empresa fornece soluções para que distribuidoras de água encontrem vazamentos em encanamentos. O diferencial da empresa é o oferecimento de produtos que usam tecnologia avançada como sensores de vibração para encontrar onde a água vaza. 

O procedimento tradicional ainda depende dos ouvidos humanos e do aparelho geofone, que lembra um estetoscópio para paredes. Nos últimos quatro anos, a Stattus4 teve um aumento de faturamento de 400% ao fechar contrato com governos municipais e empresas de distribuição de água e esgoto. Hoje, a empresa atende 100 cidades no país, principalmente no estado de São Paulo. 

Sttatus4

Funcionário de companhia de água verifica vazamento com aparelho da Stattus 4 (Sttatus4/Divulgação)

A criação da Stattus4 coincidiu com a crise hídrica no estado de São Paulo, no ano de 2014. Na época, municípios da Grande São Paulo ficaram sem receber água durante diversas horas do dia devido à baixa reserva nos reservatórios da Cantareira. De acordo com Marília Marcondes, CEO e fundadora da empresa, a crise ajudou a conscientizar gestores públicos sobre a importância da segurança hídrica. 

De acordo com o Instituto Trata Brasil, os sistemas de distribuição perdem - por desperdício ou fraudes - 39,2% da água na média nacional. Esse desperdício, porém, não significa abundância. Quase 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada. Esse desperdício pode ser traduzido também em uma perda de R$ 8 bilhões no país, segundo Marília.

A busca por soluções de tecnologia que atuem em diminuir o desperdício tem direcionado os agentes públicos porque a meta de reduzi-lo  está entre os três objetivos colocados para as empresas no novo Marco Legal do Saneamento.

Os principais motivos para as perdas de água costumam ser tubulação antiga, pressão errada e fraude. Para encontrar os pontos de vazamento, a Stattus4 utiliza dois sistemas principais: um móvel e um fixo. 

Com o aparelho móvel, os técnicos percorrem áreas onde há suspeita de vazamento. Já os pontos fixos monitoram constantemente possíveis vazamentos, a partir da detecção das vibrações.

Entre os diferenciais que fizeram a startup sair do papel, na visão de Marília Marcondes, estão a aplicação da inteligência artificial e uma formação inicial entre os fundadores que era multidisciplinar. Entre as lições que os gestores da Stattus4 têm tido estão a necessidade de tomar rapidamente uma decisão, principalmente em um contexto instável, como o da pandemia.

Além do monitoramento de possíveis vazamentos de água, a empresa tem apostado também na leitura remota do consumo de gás encanado. A empresa foi convidada pela Comgás para aplicar uma tecnologia de leitura que ajudasse a otimizar a distribuição para as residências e fazer a distribuidora ter menos gastos. 

O projeto piloto opera em São José dos Campos, com 30 mil leitores de residências. A ideia é que com dados detalhados do consumo, hora a hora, a empresa possa otimizar a entrega da distribuição de gás para determinadas áreas da cidade em determinados momentos. Assim, poderia cortar custos.

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