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5 frases que os empreendedores odeiam ouvir

Veja quais situações os empresários costumam ter dificuldades de lidar e precisam aprender a superar

Mulher nervosa ao telefone (Dreamstime.com)

Mulher nervosa ao telefone (Dreamstime.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 06h00.

São Paulo – Já experimentou perguntar a um empreendedor o que ele faria se o negócio desse errado? A resposta é quase unânime: não vai dar errado. Ser persistente, uma das características mais valiosas dos empreendedores, pode ser um problema quando o empresário deixa de ouvir conselhos e corrigir a rota, quando necessário. “Cada vez menos eles têm essa resistência, o grande problema é a implantação das mudanças”, diz Marcelo Sinelli, consultor do Sebrae-SP.

Segundo Sinelli, é papel do gestor estratégico conseguir ouvir ideias e opiniões, mesmo da própria equipe, para fazer o negócio crescer. “É um problema ele conseguir organizar o tempo e ter papel de gestor e pensamento estratégico, e não de operador”, diz. Para Henri Fernandes Cardim, consultor de negócios da HFC Consultoria & Treinamento, o emocional não pode falar mais alto quando o assunto é a pequena empresa. “A empresa não deveria ser emocional. Empreender significa correr risco e fazer algo novo, mas correr risco não é fazer besteira, é um risco calculado, e algo novo é fazer diferente do que fazia antes”, indica Cardim.

Veja abaixo cinco frases que os empreendedores odeiam ouvir, mas deveriam dedicar algum tempo a pensar sobre o tema.

1. Cadê o plano de negócios?

Os empreendedores com perfil muito técnico costumam fugir do planejamento, por já conhecerem a fundo o mercado e a operação. “Quando você pergunta, ele diz que está tudo na cabeça. Mas precisa documentar um planejamento, escrever para poder enxergar as possibilidades de erro”, ensina Cardim.

O mesmo vale para a parte financeira. Misturar contas pessoais com as da empresa costuma ser praxe dos empreendedores. “Isso dificulta organizar as coisas e, na maioria das vezes, eles não querem falar sobre números”, diz Cardim. Parar para organizar um planejamento exige ainda conhecer bem o mercado concorrente, com uma pesquisa profunda.

2. É preciso saber delegar

Em empresas pequenas, manter tudo sob o comando do dono pode ser mais fácil e minimiza as chances de erro. Pode, também, significar que a empresa nunca vai crescer. “O empreendedor tem a empresa quase como um filho, tem ligação emocional muito forte e acha que ninguém vai fazer tão bem. Ele vira o melhor funcionário, mesmo pagando salário para a equipe”, indica Sinelli. Aprenda a desenvolver a equipe para poder pensar o negócio mais de forma estratégica do que operacional. 


3. Um cliente pequeno é melhor do que um grande

Conquistar a confiança de uma multinacional como cliente é o sonho de muitos empreendedores. Para os especialistas, no entanto, isso pode ser uma grande armadilha. “O mega cliente vai consumir 80% da capacidade produtiva e ter um peso muito grande. Se ele quebrar, do dia para a noite, a receita cai bruscamente. A gente recomenda que tenha no máximo 30% da receita concentrada em um cliente só”, explica Sinelli.

Compensa ter mais clientes menores e fôlego para captar novos do que comprometer toda a capacidade com apenas um grande. A regra é válida também para fornecedores. “Se ele é responsável por 80% da sua matéria-prima, você perde poder de barganha”, ensina o consultor do Sebrae/SP.

4. Você tem um plano B?

Apesar de difícil, é preciso pensar nas possibilidades caso o negócio não dê certo. “Ele gastou cada centavo no negócio, então não quer nem pensar na possibilidade de dar errado. Mas isso é ser é inocente”, alerta Cardim. Por isso, é sempre bom investir cerca de 30% do recurso que tem para começar o negócio. O restante fica dividido entre capital para fluxo de caixa e uma reserva pessoal.

5. Preço não é tudo

Muitos empresários ainda acreditam que o menor preço conquista o mercado. “Ele sempre foca o diferencial dele no preço. Ele joga lá embaixo e às vezes não vende porque o cliente desconfia que não tem qualidade”, indica Sinelli. Além disso, preços muito baixos podem comprometer a margem. “O problema não é preço. O benefício compensa o preço para o cliente”, ensina o consultor do Sebrae/SP.

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