Empreendedora sonhando: veja algumas opções de franquias que permitem a dedicação apenas nos finais de semana (Foto/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2018 às 06h00.
São Paulo – Enquanto 2017 foi um ano ainda difícil para a maioria dos empreendimentos, o comércio eletrônico não tem do que reclamar. As lojas virtuais brasileiras cresceram 12% no ano, com um faturamento total de quase 60 bilhões de reais. Para 2018, o setor é ainda mais otimista e espera chegar a um faturamento de 69 bilhões de reais.
O quadro animou muitas pessoas que estão começando no mundo do empreendedorismo. “A gente vê uma melhora na economia e, com isso, o otimismo com os negócios online também aumentou”, afirma Breno Nogueira, diretor da Loja Integrada. A plataforma para montagem de e-commerces teve 18 mil lojas gratuitas criadas em janeiro deste ano, enquanto a média gira em torno de 15 mil.
Não é preciso de grandes investimentos para começar: o comércio eletrônico tradicional, que necessita de estoque e logística redondos, não é mais a única opção para os empreendedores.
Roberto Calderón, CEO do coworking para negócios online ecommerceCAMP, cita como tendências a venda de serviços (como passagens aéreas e reservas para encanadores e faxineiras, por exemplo) e de conhecimentos, por meio de infoprodutos.
“O mercado de e-commerce quase dobrou sua penetração no varejo nos últimos dois anos, indo de 3,5% para 6%. Ou seja, o brasileiro está cada vez mais consciente para compras na internet. Por isso, há um oceano azul, um mercado muito grande a ser explorado por quem quer abrir um negócio na área.”
Mesmo com tanto otimismo, não dá para descuidar. Todo negócio envolve risco, e a baixa barreira de entrada do e-commerce gerou uma grande competição. Quem quiser sair na frente deverá evitar erros de iniciante e investir seus recursos de forma eficiente.
Veja, a seguir, cinco grandes dicas para vender pela internet (e ganhar dinheiro com isso):
A primeira dica para quem quer abrir um empreendimento online é não se basear apenas em suas próprias opiniões. Desapegue de ser o dono da verdade e, antes de abrir seu negócio, faça sessões de perguntas com potenciais consumidores e busque informações pela internet.
“O empreendedor acha que sua ideia é única, a melhor de todas, e se decepciona quando apresentamos dados do mercado. Confie em quem pagará suas contas, e não apenas em sua intuição”, afirma Calderón, do ecommerceCAMP.
É comum empreendedores de primeira viagem quererem que seu empreendimento se pareça com as lojas líderes do mercado. Para isso, podem investir em uma loja virtual perfeita, vários canais de atendimento, embalagens sofisticadas e frete gratuito para todos os pedidos.
O problema é que nada disso é central para suas vendas. No começo é preciso focar seus recursos na compra de produtos e no marketing, afirma Nogueira, da Loja Integrada. “Invista o máximo possível em áreas que realmente trazem receita e fazem seu negócio girar. Depois, você pode investir mais na experiência do cliente.”
O comércio eletrônico ficou mais acessível. Com isso, há mais concorrência no setor e ideias parecidas à sua podem começar a se proliferar. Por isso, Calderón recomenda investir em nichos de produto e de regiões atendidas.
“Uma boa dica é começar vendendo produtos que você já tem na mão, como artesanato e jogos usados”, completa Nogueira. “Ache um produto para o qual você não tenha a concorrência das gigantes do mercado, como eletrônicos, por exemplo. Você nunca conseguirá as condições de parcelamentos que os grandes e-commerces já oferecem e será difícil vender algo de ticket médio tão alto sem um histórico como empresa.”
Uma estratégia importante para todo negócio online é investir em campanhas em sites como o Google e redes sociais como o Facebook e o Instagram. Mas, se essa campanha não for bem planejada, seu investimento pode ir pelo ralo.
Novamente, a intuição é inimiga do empreendedor nesse caso. “Ele acha que seu público são mulheres, por exemplo, mas sua campanha tem uma conversão baixa. Isso porque essa é uma estratégia genérica: no lugar, faça várias ações com mulheres de diferentes faixas etárias e regiões”, recomenda Calderón.
Investindo um pouco em cada segmento, você pode ter uma noção de como seu potencial mercado consumidor responde a essas campanhas e analisar qual faixa dá mais retorno sobre seu investimento. A partir daí, é hora de aportar mais nas campanhas vencedoras de conversão.
A última dica valiosa para empreendedores iniciantes no mundo do e-commerce é considerar se juntar a um marketplace (plataformas que reúnem produtos de diversos negócios e fazem a intermediação da compra), como o Elo7 e o MercadoLivre, por exemplo.
“Muitos empreendedores não possuem o capital necessário para investir em divulgação e marca. Para eles, eu sugiro começarem em um marketplace. Mesmo que a margem seja menor, você já está em um ponto de venda com tráfego recorrente de consumidores”, afirma Nogueira, da Loja Integrada.
Começando a girar seus produtos e montar uma carteira de clientes, o dono de negócio pode crescer e fazer investimentos em mídia, descolando-se aos poucos do marketplace.