Franquias: veja o que observar antes de entrar numa franquia barata (Foto/Thinkstock)
Mariana Desidério
Publicado em 6 de março de 2018 às 06h00.
Última atualização em 6 de março de 2018 às 06h00.
São Paulo – Investir numa franquia é uma opção para muita gente que deseja ter seu próprio negócio. Porém, o investimento inicial muitas vezes pode ser proibitivo. Nestes casos, as microfranquias – redes com investimento inicial de até 90 mil reais – tornam-se uma alternativa viável ao futuro empreendedor.
Mas que cuidados tomar antes de colocar o seu dinheiro num negócio como esse? O Site EXAME entrevistou especialistas para responder a essa pergunta.
Antes de mais nada, é importante ter em mente que uma franquia barata deve seguir as mesmas regras que as franquias com maior valor de investimento. “Não é porque é microfranquia que pode dar menos suporte ao franqueado. Ela está dentro da mesma lei que rege as outras franquias, então tem que cumprir todas as regras”, explica Adriana Auriemo, diretora de microfranquias da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
Sabendo disso, veja a seguir algumas dicas para quem pensa em investir em um negócio como esse:
O primeiro cuidado que o futuro empreendedor deve ter é o de não tomar sua decisão com base apenas no valor a ser investido na franquia. É o que diz o especialista em franchising Marcus Rizzo.
“Negócios não devem ser avaliados pelo nível do investimento. Você deve decidir com base
A dica vale para qualquer negócio que você pense em investir: não ponha todo o dinheiro que você tem logo de cara.
“Esse é um dos principais erros de quem investe em microfranquia. Se a franquia tem um investimento inicial de 40 mil reais e você só tem 40 mil, não aconselhamos que você coloque todo o seu dinheiro. Você pode precisar de um valor a mais para girar o negócio nos primeiros meses, ou se tiver alguma dificuldade num mês de baixa procura”, explica Adriana Auriemo, da ABF.
Segundo Rizzo, também é fundamental saber por quanto tempo o franqueador operou aquele modelo de negócio antes de transformá-lo numa franquia e quantas unidades próprias ele tem.
“Se você observa, por exemplo, que a data de fundação do negócio e a data do início como franquia são a mesma, isso mostra que ele não testou aquele modelo antes de vender como franquia, não tem experiência no dia a dia daquela operação. Isso é sinal de alerta e aquele pode não ser um bom negócio”, explica.
Outra tarefa importante para quem quer investir numa franquia é exigir a COF (Circular de Oferta de Franquia), um documento que o franqueador é obrigado a fornecer a quem deseja entrar no negócio.
Lá é possível encontrar os contatos de franqueados atuais e ex-franqueados da marca. “Tem que pegar a COF, que é instrumento pouco divulgado, entender o que está sendo oferecido, o que se está comprando. Depois, vá na lista de franqueados, entre em contato com eles e questione: ‘Foi isso que você recebeu?’”, orienta o especialista.
Não adianta a franquia ser barata se ela não está alinhada com o seu estilo de vida e com o que você gosta de fazer.
“Se você vai investir numa franquia em shopping, por exemplo, tem que estar ciente que o negócio funciona de domingo a domingo. E como estamos falando de microfranquias, provavelmente será o próprio franqueado que vai atuar na opção. Então, se você não tiver disponibilidade para trabalhar de fim de semana, deve buscar outro negócio”, afirma Adriana.