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Sob pressão, 30% dos empreendedores buscaram apoio psicológico na pandemia

Pesquisa da aceleradora Troposlab em parceria com a UFMG mostra que pequenos empresários buscaram apoio pela primeira vez no período; mulheres são as mais afetadas

30% dos empreendedores buscaram atendimento psicológico pela primeira vez na pandemia (10'000 Hours/Getty Images)

30% dos empreendedores buscaram atendimento psicológico pela primeira vez na pandemia (10'000 Hours/Getty Images)

Por trás dos pequenos negócios com receitas abatidas pela pandemia de covid-19 estão empreendedores mais ansiosos e com a saúde mental impactada. A conclusão é de um estudo da aceleradora de inovação corporativa Troposlab em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) que mostra que 30% dos pequenos empresários brasileiros buscaram apoio psicológico pela primeira vez durante o período.

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O estudo ouviu 300 empreendedores do país, avaliados por uma equipe especializada em saúde. A conclusão é de que, além de terem buscado mais ajuda psicológica, os empresários também sentiram na pele os efeitos da pandemia. Cerca de 11% dos entrevistados foram diagnosticados com depressão, e mais da metade (53%) dos empreendedores receberam o diagnóstico de ansiedade.

Pior de um ano para o outro

Essa é a segunda vez que a empresa procura mapear o cenário de assistência de saúde ao público empreendedor. Com a nova edição da pesquisa, a Troposlab indica que houve uma piora no estado de saúde mental dos empresários brasileiros. Segundo o estudo, houve um aumento de 10% no número de pessoas que passaram a usar remédios psiquiátricos, em uma parcela de 26% dos entrevistados.

A atual edição da pesquisa mostra também que o início de uso de ansiolíticos entre empreendedores saltou de 6% para 10%, e de antidepressivos de 3% para 8%, em relação ao ano passado.

Há uma relação direta entre os resultados da pesquisa e a queda no desempenho econômico dos pequenos negócios durante a pandemia, segundo Marina Mendonça, sócia e diretora de cultura e times da Troposlab. “No geral, é possível observar que empreendedores que reportam queda na renda também estão classificados com mais frequência com sintomas moderados e severos de ansiedade ou depressão. Em relação ao estresse, pessoas que respondem que tiveram queda na renda também apresentam mais sintomas severos”, afirma.

Efeitos são mais severos nas mulheres

 

A pesquisa indica que as mulheres enfrentam efeitos mais severos quando o assunto é saúde mental. As empresárias têm sintomas mais graves de ansiedade, estresse e depressão quando comparadas aos homens. No caso da ansiedade, a porcentagem de empreendedoras mulheres com sintomas mais agudos é quase 10 vezes maior do que de homens.

Os resultados estão de acordo com uma pesquisa do banco Goldman Sachs que mostra que as empreendedoras brasileiras são as mais afetadas pelos efeitos negativos da pandemia, do lado econômico ao psicológico.

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