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2016 provou que até franquias devem se adaptar à crise

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou a prévia dos resultados do franchising no ano de 2016 – e o que esperar para 2017.

 (Thinkstock)

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Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 17h10.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2017 às 10h15.

São Paulo – As franquias faturaram mais de 150 bilhões de reais em 2016, um ano marcado pela recessão econômica. A projeção foi divulgada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), que divulgou sua prévia do resultado anual do setor em coletiva realizada hoje (12).

É um crescimento de 8% em relação à 2015, quando o setor havia acumulado 139 bilhões de reais. A alta porcentual é parecida com a vista entre 2014 e 2015 – quando o franchising cresceu 8,3% – e dá sinais de como o setor se adapta, no olho da crise, para manter a taxa de crescimento parecida com a vista nos últimos anos (também marcados pela recessão econômica).

Onze setores de franquias entram na análise da ABF: Alimentação; Casa & Construção; Comunicação, Informática e Eletrônicos; Entretenimento e Lazer; Hotelaria e Turismo; Limpeza e Conservação; Moda; Saúde, Beleza e Bem-estar; Serviços Automotivos; Serviços Educacionais; e Serviços e Outros Negócios.

Expansões e crises

O faturamento do franchising em 2016 foi acompanhado de outros bons dados: houve tanto uma alta no número de unidades franqueadas quanto no número de empregos gerados ao país.

Hoje, há 142 mil empreendimentos franqueados no país – uma alta de 3,1% em comparação anual. O setor foi responsável por empregar 1,2 milhão de pessoas – uma alta de 2,9% em comparação às vagas preenchidas em 2015.

Porém, vale lembrar que os 8% de alta no faturamento são nominais - ou seja, desconsideram o efeito da inflação (que foi de 6,29% em 2016). A ABF diz que não a considera no cálculo porque diferentes segmentos sentem os efeitos inflacionários de forma diferente (e também optam por repassá-los ou não ao consumidor final).

Mesmo que a alta de receitas no franchising em 2016 tenha ultrapassado a inflação, cabe lembrar que o setor tem sofrido os efeitos da crise nos últimos anos – como a grande maioria dos negócios, aliás.

O último crescimento de dois dígitos no franchising apareceu em 2013. A maior desaceleração de crescimento foi vista em 2014, com 7,7%. Desde então, o setor apresentou uma leve aceleração.

O resultado de 2016, especificamente, veio acompanhado de uma surpresa: mesmo que existam mais unidades franqueadas e mais empregos tenham sido gerados, o número de franqueadoras diminuiu um pouco neste ano, com uma queda de 1,1%.

Agora, há 3 039 redes no país – conta 3 073 em 2015. Segundo Carlos Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF, uma retração neste número não havia sido vista há vários anos.

Isso revela o profissionalismo do setor e mostra como a crise econômica selecionou apenas os melhores, defende Tieghi. O franqueador deve ter uma estratégia clara de expansão por franquia dentro do modelo de negócios, e não apenas embarcar no franchising por ele ser uma forma conhecida de escalar empresas.

“Num momento de economia mais exigente, nos últimos dois anos, vemos uma consolidação no número de franqueadoras. Não observamos a perda de nenhum grande player, mas sim de quem estava no começo e decidiu deixar de franquear, assumindo novamente as poucas unidades que tinha.”

A concentração de redes continua no Sudeste, com 71% das franqueadoras. São Paulo (53% das redes) e Rio de Janeiro (11%) continuam os expoentes do setor, mas a ABF vê um potencial de expansão na região Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) de marcas que franqueiam.

Projeções

A ABF, assim como muitos economistas, espera um ambiente econômico mais favorável em 2017. A associação projeta um crescimento de 0,5% no PIB brasileiro e uma inflação de 4,81%.

Mesmo com esse cenário, o crescimento do faturamento das franquias em 2017 foi cravado pela ABF em um intervalo entre 7 a 9%, em relação aos resultados do ano passado. Ou seja, uma taxa de alta parecida com a que vimos em 2016.

Segundo Tieghi, o valor será mais bem precisado a cada trimestre, de acordo com os resultados econômicos apresentados pelo governo.

Essa alta de faturamento deverá ser acompanhada por um crescimento entre 4 e 5% no número de unidades, um pouco maior do que a alta vista em 2016 (3,1%). Os empregos gerados devem crescer entre 2 e 3%, o que poderia repetir o aumento visto entre 2015 e 2016 (2,9%).

Já quanto ao calcanhar de Aquiles do franchising em 2016 – o número de franqueadoras –, a expectativa é de uma estabilização (ou seja, 0% de alta ou queda).

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