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ZTE tem lucro recorde no 1º tri, mas proibição de EUA turva perspectiva

Mesmo com resultado de US$ 267 milhões no período, empresa chinesa está proibida de negociar com companhias americanas por sete anos

ZTE: companhia é a segunda maior fabricante de equipamentos de telecomunicações da China (Tyrone Siu/Reuters/Reuters)

ZTE: companhia é a segunda maior fabricante de equipamentos de telecomunicações da China (Tyrone Siu/Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de abril de 2018 às 19h02.

A chinesa ZTE, alvo de sanções dos Estados Unidos impostas na semana passada, divulgou nesta sexta-feira um aumento de 39 por cento no lucro líquido do primeiro trimestre, devido a vendas melhores de equipamentos de telecomunicações e de consumo.

O resultado, o maior lucro líquido para o primeiro trimestre da ZTE, é o primeiro desde que os Estados Unidos proibiram as empresas norte-americanas de vender componentes para a empresa chinesa por sete anos.

O governo dos EUA disse que a ZTE desrespeitou um acordo para punir funcionários depois que a empresa despachou mercadorias norte-americanas para o Irã, violando as sanções dos EUA. A ZTE disse que a proibição é inaceitável e ameaça a sua sobrevivência.

A ZTE disse na sexta-feira que é difícil avaliar o impacto da proibição de vendas nos EUA no seu mais recente resultado financeiro.

"O conselho de administração e os diretores da empresa não podem garantir a veracidade, exatidão e integridade do conteúdo do primeiro relatório trimestral de 2018", disse a ZTE sem dar detalhes.

O lucro entre janeiro e março chegou a 1,69 bilhão de iuanes (267 milhões de dólares), ante 1,2 bilhão de iuanes no mesmo período do ano anterior, disse a ZTE em comunicado à bolsa de valores de Shenzhen.

A ZTE, segunda maior fabricante de equipamentos de telecomunicações da China, depois da Huawei Technologies, adiou a divulgação de seus resultados na semana passada, enquanto avaliava o impacto da proibição norte-americana.

A proibição também levou à suspensão ainda em vigor danegociação das ações da ZTE das bolsas de Hong Kong e da China continental

Os gestores de fundos mútuos chineses, desde então, cortaram o valor das ações da ZTE em seus portfólios em 20 a 30 por cento.

Estima-se que as empresas norte-americanas forneçam de 25 a 30 por cento dos componentes usados ​​nos produtos da ZTE, como smartphones e equipamentos de rede de telecomunicações.

Dias depois da proibição, fontes disseram à Reuters que os promotores de Nova York estão investigando se a Huawei violou as sanções dos Estados Unidos contra o Irã.

A ação dos EUA provavelmente exacerbará ainda mais as tensões com a China sobre comércio, em um momento em que as duas maiores economias do mundo ameaçam uma a outra com dezenas de bilhões de dólares em tarifas, alimentando a preocupação de uma guerra comercial que pode afetar as cadeias globais de suprimentos.

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