Loja da Zara (Getty Images)
Daniela Barbosa
Publicado em 15 de dezembro de 2014 às 15h42.
São Paulo - O incidente que envolveu a espanhola Zara, em agosto deste ano, teve um desdobramento importante nesta quinta-feira. Isso porque diretores da companhia vieram ao Brasil para assinar o pacto contra a erradicação do trabalho escravo, e cerca de 40 fornecedores da varejista também aderiram ao programa.
Segundo Felix Posa, diretor global de responsabilidade social do grupo Inditex, controlador da Zara, a medida é corretiva e preventiva, mas não dá 100% de garantia que o problema não vá mais se repetir no Brasil.
"Não temos como ter esse controle. Nossa relação com os fornecedores é baseada em confiança. Nosso papel é orientá-los para que as melhores ações sejam praticadas", afirmou o executivo em coletiva com a imprensa.
No Brasil, a Zara possui 48 fornecedores. Desses, 40 aderiram ao pacto de erradicação do trabalho escravo. "Não vamos forçar a adesão de nenhum deles. Todos assumiram o compromisso espontaneamente. Apresentamos o plano e assinou quem quis assumir o compromisso”, disse Posa.
Ainda de acordo com o executivo, a grande falha na Zara, com relação ao problema que envolveu a companhia no escândalo de trabalho escravo, foi depositar confiança excessiva nos seus fornecedores. Posa, no entanto, acredita que a assinatura do acordo é o primeiro passo para amenizar a má impressão causada na imagem da companhia com o problema.
Em agosto deste ano, a Zara foi envolvida em uma investigação de trabalho escravo depois que foi descoberto que um de seus fornecedores mantinha em regime de semi-escravidão 15 bolivianos e paraguaios. Na época, a varejista afirmou que desconhecia as condições de trabalho da empresa fornecedora.
Depois do ocorrido, a companhia se prontificou a ajudar os estrangeiros que viviam no país em condições ilegais.