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Obras de Angra 3 começam em 2020 e empresa dos EUA manifesta interesse

Usina nuclear está com a construção paralisada desde 2015, após apontarem irregularidades em contratos firmados para finalização da obra

Angra 3: Eletronuclear afirma que grandes empresas internacionais têm manifestado interesse em participar da licitação (Eletrobras/Divulgação)

Angra 3: Eletronuclear afirma que grandes empresas internacionais têm manifestado interesse em participar da licitação (Eletrobras/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 4 de abril de 2019 às 13h21.

Última atualização em 4 de abril de 2019 às 14h05.

Rio de Janeiro — A norte-americana Westinghouse está interessada em participar da concorrência internacional que será lançada no Brasil para a escolha de um parceiro estratégico para a conclusão da usina nuclear de Angra 3, disse nessa quinta-feira, 4, o ministro de Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque.

"A Westinghouse está aí e eles manifestaram interesse em participar do empreendimento", disse o ministro a jornalistas após participar de um evento sobre energia nuclear no Rio de Janeiro.

Albuquerque esteve recentemente nos Estados Unidos em viagem oficial, durante a qual ouviu de representantes do governo norte americano sobre o interesse da Westinghouse na conclusão da obra de Angra 3, que está sob responsabilidade da Eletronuclear, subsidiária da estatal Eletrobras.

A usina nuclear no estado do Rio de Janeiro está com a construção paralisada desde 2015, após investigações apontarem irregularidades em contratos firmados para finalização da obra e em meio à falta de recursos da Eletrobras.

O presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr., estima que o empreendimento ainda precisará de investimentos superiores a 15 bilhões de reais para ser concluído, além dos mais de 10 bilhões de reais já aportados até o momento.

O avanço das obras de Angra 3 é atualmente de cerca de 60 por cento. O ministro afirmou ainda que espera que a usina possa estar pronta em 2026, após uma retomada das obras estimada para 2020.

O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, afirmou no mesmo evento que deverá ser lançado no segundo semestre o edital de uma concorrência internacional para atrair um novo parceiro que ajude a viabilizar o projeto nuclear.

Ele defendeu também que o governo precisa priorizar uma solução para Angra 3 antes de avançar com projetos para novas usinas nucleares no país, apesar de a Eletronuclear ter estudos sobre locais que poderiam abrigar futuros empreendimentos.

"Não se deu andamento a esses estudos", afirmou ele, acrescentando que o governo deverá apresentar perspectivas para o avanço da fonte no país no chamado Plano Nacional de Energia 2050, que deverá ser divulgado até dezembro.

"Isso tudo só se mostra viável se conseguir equacionar o problema de Angra 3", afirmou.

Interessados

Segundo Guimarães, quase todos grandes atores globais do mercado nuclear têm manifestado interesse em participar da licitação internacional para Angra 3.

Ele citou como potenciais investidores, além da Westinghouse, a chinesa CNNC, a francesa EDF e a russa Rosatom, além da japonesa Mitsubishi e da coreana Korea Hydro and Nuclear Power (KHNP).

"Não temos restrição se o sócio será uma empresa ou um consórcio; o mais importante é que quanto mais tecnologia se agregar melhor", afirmou.

Já os grupos GE-Hitachi e Toshiba não são vistos como interessados porque adotam tecnologia diferente da que será utilizada em Angra 3, segundo o executivo.

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