Negócios

WEG vê retomada de pedidos de ciclo longo no exterior

No Brasil, companhia, cujos produtos são um termômetro da saúde da economia, diz que crescimento continua sendo impulsionado por produtos de ciclo curto

WEG: empresa espera adicionar neste ano 500 milhões a 600 milhões de reais ao seu faturamento com entrega de projetos de energia solar (Germano Lüders/Exame)

WEG: empresa espera adicionar neste ano 500 milhões a 600 milhões de reais ao seu faturamento com entrega de projetos de energia solar (Germano Lüders/Exame)

R

Reuters

Publicado em 19 de julho de 2018 às 20h02.

São Paulo - A fabricante de equipamentos elétricos e tintas industriais WEG está vendo uma retomada nas encomendas de produtos de ciclo longo fora do Brasil e avalia expandir fábrica na China, afirmaram executivos da empresa nesta quinta-feira.

Produtos de ciclo longo normalmente carregam margens maiores para a empresa e costumam ser encomendados para equipar projetos de grande porte, como hidrelétricas, por exemplo.

"Estamos vendo alguma recuperação no mercado de ciclo longo, principalmente na região Ásia-Pacífico", disse o diretor financeiro da WEG, André Luís Rodrigues, em teleconferência com analistas para discussão dos resultados de segundo trimestre da companhia divulgados na véspera e que mostraram crescimento de 24 por cento no lucro líquido sobre um ano antes.

"A Índia está se desenvolvendo muito bem, nossa unidade lá está trabalhando toda tomada de pedidos... Nos EUA, nossa fábrica está com carteira de pedidos longos também muito positiva", afirmou o executivo. "Avaliamos investimento adicional de 22 milhões de dólares para aumentarmos produção (de equipamentos de ciclo curto) na China", acrescentou.

No Brasil, a companhia, cujos produtos são um termômetro da saúde da economia, avalia que o crescimento continua sendo impulsionado por produtos de ciclo curto. Segundo Rodrigues, apesar da greve dos caminhoneiros ter reduzido a confiança dos empresários na economia, "indústrias importantes continuam com trajetória de recuperação, o que gera oportunidades em projetos de ciclo longo".

Segundo André Salgueiro, gerente de relações com investidores da WEG, a companhia está percebendo "uma pequena sinalização, muito pontual" de interesse em projetos de ciclo longo, "com pessoas voltando a fazer cotação de preços de alguns projetos de automação, mas ainda muito longe do que era no passado".

Salgueiro comentou que o crescimento em produtos de ciclo curto no Brasil ocorre em meio a uma volta de investimentos das empresas em manutenção de suas instalações. "Há dois anos, havia algumas indústrias até deixando de fazer o capex (investimento) de manutenção."

Ele não conseguiu precisar quando uma demanda por produtos de ciclo longo deve voltar a ser significativa no Brasil. "A indústria hoje no Brasil tem uma capacidade ociosa grande e é natural que mesmo com uma recuperação da economia as empresa tenham que ocupar esta capacidade ociosa antes de investirem em novos projetos. Isso ainda vai demorar algum tempo."

Greve dos caminhoneiros

As ações da WEG operavam perto da estabilidade às 16h12, enquanto o Ibovespa caía 1,2 por cento.

Rodrigues afirmou que a greve dos caminhoneiros no final de maio não chegou a causar grandes prejuízos para os pedidos da WEG e que a maior parte dessas perdas "já foi recuperada".

"Se for calcular o impacto (da greve) em termos de margem foi cerca de 0,3 ponto no Ebitda", disse o executivo. Já Salgueiro acrescentou que a Weg "já não estava vendo uma grande demanda da indústria sobre programação de investimentos relevantes no Brasil".

A WEG espera adicionar neste ano 500 milhões a 600 milhões de reais ao seu faturamento com entrega de projetos de energia solar, mas a maior parte da cifra ocorreu na primeira metade do ano.

De acordo com executivos da empresa, a área que é uma das mais recentes operações da WEG deve apresentar no terceiro trimestre redução no faturamento, após entregas na primeira metade do ano, mas deverá se recuperar no quarto trimestre com o início de um novo projeto.

O diretor de finanças e relações com investidores da WEG, Paulo Geraldo Polezi, afirmou que o último projeto fornecido pela companhia é referente a leilão de energia ocorrido em 2015. "Temos perspectivas de que este negócio continue sendo positivo no futuro", por conta de leilões realizados nos anos seguintes.

Sobre aumento em custos com matérias-primas, os executivos afirmaram que a política de hedge está conseguindo fazer a empresa evitar reajustar valores, por causa da alta dos preços do cobre, após um aumento promovido pela empresa no início do ano. Segundo eles, o nível atual dos preços praticados pela WEG está adequado aos custos de matéria-prima.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasWEG

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem