Redação Exame
Publicado em 28 de abril de 2025 às 09h43.
O Rio de Janeiro aposta alto para se tornar a capital da inovação na América Latina. A cidade renovou o contrato para sediar o Web Summit até 2030, consolidando um projeto de longo prazo para transformar seu ecossistema tecnológico.
A confirmação vem no momento em que o evento inicia a sua terceira edição no país. Até 30 de abril, o Riocentro receberá mais de 34 mil participantes, mil startups e cem palestrantes.
A mudança não foi por acaso. O Rio, tradicionalmente conhecido pelas praias e pelo turismo, agora mira outro tipo de capital: o tecnológico. “Estamos no caminho certo para nos tornarmos a inovação da América Latina”, afirma o prefeito Eduardo Paes.
A estratégia envolve usar grandes eventos para catalisar investimentos, atrair startups e formar um novo mercado de trabalho. O Web Summit faz parte dessa engrenagem.
Web Summit Rio 2025: dilemas éticos da IA em destaque no evento que começa hojeO modelo do Web Summit brasileiro é inspirado no sucesso de Lisboa. Por lá, o evento ajudou a impulsionar a criação de milhares de startups e atraiu gigantes como Google e Mercedes-Benz.io.
Paddy Cosgrave, CEO do Web Summit, acredita que o Rio pode repetir a trajetória. "Não se trata apenas de um evento. É uma parceria de longo prazo para gerar impacto real", diz. Quando o Web Summit chegou ao Rio, em 2023, eram 21 mil participantes. Dois anos depois, já são 34 mil.
O impacto econômico também cresceu: em 2025, a previsão é de mais de R$ 170 milhões de retorno para a cidade. Até 2030, a estimativa é que o evento gere R$ 1,8 bilhão para a economia local.
O evento promete aprofundar temas que moldam o futuro. Em 2025, o foco será a inteligência artificial, com trilhas sobre regulação, impacto no trabalho, diversidade, fintechs e sustentabilidade.
Empresas como Nvidia, Microsoft, OpenAI e Meta já confirmaram presença. Além disso, startups brasileiras terão espaço para mostrar soluções em IA, educação, saúde e economia criativa.
O objetivo é que o impacto do Web Summit vá além dos dias de evento. Sidney Levy, presidente da Invest.Rio, resume a ambição: "Queremos conectar talentos locais com investidores globais. Transformar o Rio num hub de inovação que permaneça mesmo quando o evento acabar".
O Rio tem até 2030 para provar que é capaz de mudar de perfil — de capital do turismo para capital da tecnologia.