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Web Summit Rio: o que os fundos de venture capital esperam dos fundadores de startups

Executivos de fundos como Antler, First Check Ventures e Piabo falaram sobre as principais características necessárias para o primeiro cheque

O evento começou nesta segunda, 1º, e segue até o dia 4 de maio (Vaughn Ridley/Web Summit Rio via Sportsfile/Divulgação)

O evento começou nesta segunda, 1º, e segue até o dia 4 de maio (Vaughn Ridley/Web Summit Rio via Sportsfile/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 2 de maio de 2023 às 15h22.

Última atualização em 3 de maio de 2023 às 07h44.

Paixão, resiliência e ambição estão entre as principais características que investidores e fundos de venture capital mais citaram sobre o que esperam de fundadores de startups no começo da manhã no segundo dia do Web Summit Rio, no Riocentro.

“Nós procuramos por fundadores com energia e que tenham conhecimento maior do que as outras pessoas em determinados assuntos, ímpeto, conectando paixão e capacidade de execução, e persistência para não desistir quando as coisas não estão indo bem”, disse Magnus Grimeland, fundador da Antler.

O fundo de investimento foi criado em Singapura em 2017 e entrou no mercado brasileiro no ano passado. O Antler tem um modelo diferente, procura por potenciais fundadores de empresas antes mesmo que eles tenham um ppt e um pitch a fazer. A empresa investe em programas de formação e seleciona as pessoas que mais se destacam para dar o impulso inicial financeiro. Globalmente, o fundo recebe mais de 65 mil pedidos por ano e menos de 1% participa dos programas.

No Brasil, o fundo trabalha com a ideia de investir em 20 a 30 empresas por ano e aumentar o número ao longo dos próximos anos. Para o executivo, o momento é o ideal considerando o pico entre anos 2020 e 2021. “A melhor hora para investir é logo após o pico. Trinta por cento dos unicórnios foram criados após o pico”, disse.

No cenário local quanto internacional, o VC de Singapura tem olhado com mais atenção para projetos relacionados à inteligência artificial, deep tech e transição climática.

Como construir a jornada até o primeiro cheque

Para Tilo Bonow, CEO da Piabo, uma das maiores agências de PR para o ecossistema de tecnologia europeu, no começo da jornada das startups, quando due diligence ainda não é uma realidade, algumas características são cruciais:

  • Demonstração do senso de energia, paixão e compromisso
  • Conhecimento da indústria
  • Nível de relacionamento entre os sócios são cruciais

Além disso, defende a aproximação tanto com fundos quanto com profissionais conectados à indústria em que está entrando. “Faça amigos antes de precisar deles”, sugere como um passo anterior à necessidade de buscar o primeiro cheque.

Do lado da Notion, fundo europeu especializado em investimentos em plataforma SaaS, o senso de urgência dos fundadores e o cuidado com o emprego e recorrência no uso dos produtos são elementos valiosos nos momentos das avaliações.

Além dessas habilidades, Itxaso del Palacio, partner do fundo, diz ainda que os empreendedores precisam usar de algumas estratégias na preparação para os pitches. Um erro comum é entrar em contato com os fundos preferidos logo no começo da jornada, ainda sem bagagem e um discurso maturado. “Faça uma lista com 25 fundos e comece pelo último”.

Na mesma linha, Ali Jamal, fundador do First Check Ventures, um fundo criado pelo 2020, disse que recebe inúmeras solicitações de empreendedores pelo LinkedIn que param no “oi”, sem dar continuidade à conversa e o porquê do contato.

A aproximação, segundo ele, precisa ir além, e com a descrição do objetivo do negócio e diferenciais. “Faça o approach curto, simples e o muito fácil de entender”, afirma. Uma narrativa que mostre o que o problema que o produto ataca de forma clara pode ser o caminho para o primeiro de muitos cheques. Jamal é um conhecido do mercado por ter apoiado mais de 120 empresas como investidor-anjo.

* A EXAME é media partner do Web Summit Rio

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