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Eles resolveram o problema de quem odeia trocar de app para assistir TV

De Curitiba, a Watch Brasil faz parceria com provedoras para oferecer canais da TV fechada e catálogos dos principais streamings em uma só plataforma

Carlos Mendes, da Watch Brasil: empresa faz parceria com Claro, Vivo, Tim e outros 1.600 provedores

Carlos Mendes, da Watch Brasil: empresa faz parceria com Claro, Vivo, Tim e outros 1.600 provedores

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 09h58.

Última atualização em 27 de janeiro de 2025 às 11h00.

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O mercado de TV por assinatura encolhe ano após ano no Brasil. Dados da PNAD mostram que apenas 25,2% dos domicílios utilizam esse serviço, frente a 94,3% que possuem televisão. Os altos custos e a falta de flexibilidade dos pacotes tradicionais afastam consumidores, enquanto as plataformas de streaming se multiplicam e encarecem as assinaturas ano após ano.

Esse cenário cria uma lacuna a ser explorada: como fornecer conteúdo de vários lugares e ainda oferecer um preço competitivo? De Curitiba, a Watch Brasil faz isso desde 2017. A empresa desenvolveu uma plataforma que combina canais ao vivo e conteúdos sob demanda, funcionando como uma ponte entre o streaming e provedores de internet.

A Watch faz parceria com 1.600 provedores de internet, que juntos somam cerca de 15 milhões de assinantes indiretos. As marcas oferecem pacotes com direito a conteúdos de gigantes como HBO, Globo, ESPN e Paramount+ ao consumidor final, além de canais da TV fechada.

Portanto, é necessário ressaltar: a Watch Brasil não se considera uma distribuidora de conteúdo como Netflix ou Globoplay. "Somos uma empresa de tecnologia que entrega uma plataforma completa aos provedores de internet", diz o fundador.

A estratégia tem dado certo. A última receita divulgada ao público, em março de 2024, é de R$ 50 milhões. O resultado é um crescimento de 96% em relação ao ano anterior, quando a empresa registrou R$ 37 milhões. Parte desse salto foi impulsionado por um aporte de R$ 28 milhões da Bertha Capital, gestora de Corporate Venture Capital (CVC) da Multilaser.

Virada de chave

Antes de fundar a Watch, o paulistano Carlos Mendes construiu sua carreira no mercado financeiro, trabalhando por uma década no Itaú BBA. Durante a trajetória por bancos e fundos, a experiência de Mendes era centrada em análises de negócios, mas sem ligação direta com tecnologia ou telecomunicações.

O interesse pelo mercado de streaming veio enquanto trabalhava num fundo de investimento nos Estados Unidos, por volta de 2016. Lá, ele acompanhou de perto o crescimento de plataformas, como YouTube TV, que combinavam canais lineares e conteúdos sob demanda. Além disso, os tradicionais já dominavam o mercado: Netflix, Amazon Prime Video e outros tinham milhares de assinantes e passavam a competir pelo melhor preço e catálogo.

"As pessoas estavam trocando suas assinaturas de TV a cabo por soluções mais baratas e flexíveis, algo impulsionado pela expansão da fibra ótica", diz Mendes. "Aqui, havia um buraco no mercado: provedores de internet menores precisavam de conteúdo, mas não tinham acesso a grandes programadoras internacionais".

A fibra óptica é essencial para ter uma internet veloz. A taxa de presença em domicílios brasileiros foi de 31% em 2019 para 70% em 2023, segundo relatório do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME). Para o fundador, isso é um sinal de que o mercado finalmente amadureceu para levar streaming de qualidade a todo o Brasil.

O próximo lançamento será um pacote gratuito. A ideia é que algumas produções do catálogo fiquem disponíveis para qualquer cliente das provedoras, mas tenham anúncios. Além disso, Mendes promete mais parcerias regionais e a expansão do catálogo em 2025.

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