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Walmart estende benefícios de funcionários gays

Aplicação de benefícios trabalhistas para casais homossexuais aumenta a pressão nas companhias que ainda se resistem

Funcionário do Walmart organiza produtos nas prateleiras de uma das lojas da companhia (Susana Gonzalez/Bloomberg)

Funcionário do Walmart organiza produtos nas prateleiras de uma das lojas da companhia (Susana Gonzalez/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 22h57.

Nova York - A decisão do Wal-Mart Stores Inc. de estender benefícios de saúde a funcionários em matrimônios gays elimina um dos maiores obstáculos e acrescenta a pressão sobre outras companhias relutantes a seguir seu exemplo.

“Você pode ir até seu conselho, e de repente você não está nadando contra a corrente como ontem”, disse Wallace Hopp, decano associado da faculdade e pesquisa na Escola de Administração Stephen M. Ross da Universidade de Michigan. “Você pode falar: ‘pô, a Wal-Mart faz isso’”.

O Wal-Mart, o maior empregador privado dos EUA e frequente alvo dos grupos trabalhistas, descreveu ontem a mudança como um caminho para uma política consistente já que alguns estados alteraram a definição de matrimônio. Mesmo assim, a mudança, que ocorre depois de anos de oposição, poderia ajudar a decidir-se a companhias como a transportadora YRC Worldwide Inc., que está considerando os mesmos benefícios para 2014, ou a Exxon Mobil Corp., uma das maiores companhias que ainda não possuem essa cobertura.

Política da Wal-Mart

A Exxon, que possui aproximadamente 76.900 funcionários, recebeu a menor qualificação entre as 20 maiores companhias na edição de 2013 do Índice de Igualdade Corporativa, feito pela Campanha de Direitos Humanos sediada em Washington. O índice examina políticas para funcionários gays, lésbicos, bissexuais e transexuais (LBGT).

No seu site, a Exxon afirma que oferece cobertura para as “relações maritais reconhecidas legalmente” nos países onde opera. Nos EUA, “seguimos a definição federal de relações maritais”, disse seu porta-voz Alan Jefferson em entrevista por telefone.

Os cônjuges e parceiros dos trabalhadores de tempo completo serão elegíveis para desfrutar de planos de saúde, odontologia e oftalmologia, seguros de vida e planos contra acidentes e doenças críticas, informou o Wal-Mart num cartão postal enviado à Bloomberg, que será enviado aos funcionários nesta semana.


1,3 milhão de funcionários

Possivelmente o Wal-Mart tenha agüentado tanto tempo em parte pelo tamanho do seu pessoal, que torna custoso expandir esses benefícios, disse Molly Iacovoni, vice-presidente sênior e encarregada de problemas com benefícios para empregados na Aon Hewitt, um grupo de consultoria em recursos humanos. A varejista tem 1,3 milhão de funcionários em tempo completo e meio período nos EUA. Mais da metade possui planos de saúde. 1,1 milhão de empregados e familiares são cobertos pelos planos.

Numa declaração por e-mail, Chad Griffin, presidente da Campanha dos Direitos Humanos, considerou que a decisão do Wal-Mart foi “um sinal cultural de que a igualdade para os LBGT é o mais simples dos valores dominantes”. Griffin contou que ele trabalhou no Wal-Mart quando era adolescente e que se sintiu “comovido” pela decisão.

Em junho, o Supremo Tribunal dos EUA anulou a Lei de Defesa do Matrimônio de 1996, que negava benefícios federais aos casais do mesmo sexo casados legalmente nos estados que o permitiam. O tribunal também restabeleceu uma ordem de um juiz federal que permitia os casamentos gays na Califórnia. Treze estados e o Distrito da Colúmbia permitem o casamento gay.

A decisão do Wal-Mart não foi bem recebida por todos. A Associação das Famílias Americanas, sediada em Tupelo, Mississippi, “está obviamente desapontada”, segundo seu presidente, Tom Wildmon. “Valida-se um estilo de vida que achamos que as corporações americanas deveriam desencorajar em vez de promover”.

Embora a mudança da Wal-Mart possa “ofender” alguns compradores conservadores, provavelmente não afete o tráfego, disse Brian Yarbrough, analista na Edward Jones Co. em St. Louis. O professor Hopp vê a decisão como “uma reflexão das mudanças por que o país está passando”.

“A perspectiva que procura negar a existência dos casais do mesmo sexo está virando minoritária”, disse Hopp. “Quem pode dizer qual seria a visão de Sam Walton hoje? É um país diferente agora”.

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