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Vulcabrás/Azaleia planeja fábrica fora do Brasil destinada à exportação

Empresa não concentrará no país a produção destinada ao mercado externo, devido à variação cambial

Fábrica da Vulcabras no Rio Grande do Sul: empresa espera que taxa de juros caia (Germano Lüders/EXAME.com)

Fábrica da Vulcabras no Rio Grande do Sul: empresa espera que taxa de juros caia (Germano Lüders/EXAME.com)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 25 de novembro de 2010 às 12h03.

São Paulo – A valorização do real, e conseqüente queda do dólar, está fazendo com que a gigante do setor calçadista Vulcabrás/Azaleia reveja seu plano de negócios em relação à exportação de produtos. A companhia estuda construir uma fábrica fora do país para abastecer, principalmente, o mercado latinoamericano.

“Na atual situação cambial, não é viável concentrar nossa produção de calçados para exportação no Brasil, como sempre fizemos”, diz Milton Cardoso, presidente da Vulcabrás/Azaleia. “Estamos estudando em qual outro país poderíamos fabricar produtos e vendê-los a um preço que nos mantenha competitivos no exterior.”

O lugar onde seria construída a nova planta será definido no primeiro semestre de 2011. De acordo com Cardoso, investimentos na ampliação da fábrica da companhia no país não serão feitos no próximo ano, apenas aportes destinados à modernização da unidade.

“Investimos muito em 2008, ficamos estagnados por conta da crise em 2009 e estamos entrando num ritmo de produção esperado este ano”, afirma Cardoso. “Nossa capacidade de produção instalada no país suporta o crescimento de demanda do mercado brasileiro.”

Câmbio atrapalha

A Vulcabrás/Azaleia possui, atualmente, 26 fábricas no Brasil e uma na Argentina. Segundo Cardoso, a deterioração do câmbio já apresenta reflexos concretos na balança comercial da companhia. Antes da alta do dólar, uma parcela razoável do mercado argentino era atendido pelas exportações a partir do Brasil. Agora, 70% das vendas argentinas são supridas pela unidade instalada no país vizinho.

A situação cambial e a força do mercado interno fizeram com que a fatia das exportações sobre a receita bruta recuasse meio ponto percentual no acumulado de nove meses até setembro, chegando a 14,5%. Em valores, o câmbio também ajudou a conter o ritmo da expansão: enquanto as receitas do mercado interno cresceram 29,6%, para 1,46 bilhão de reais, a receita com o mercado externo avançou 24,7%, para 247,9 milhões de reais.

O peso das exportações só não foi menor, porque a empresa investiu em produtos de maior valor agregado. O preço médio dos pares de calçados vendidos no exterior foi reajustado em 21,9% entre janeiro e setembro. No mercado doméstico, a alta foi de 12,5%.

Leia também: Começou a desindustrialização no Brasil, diz J. R. Mendonça de Barros

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