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Votorantim mira investimentos em infraestrutura e propriedades, diz CEO

Presidente disse também que investimentos em capital de risco e aquisição de imóveis comerciais são considerados

Votorantim: conglomerado industrial está buscando diversificar seus investimentos para novas áreas (Germano Lüders/Exame)

Votorantim: conglomerado industrial está buscando diversificar seus investimentos para novas áreas (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 5 de abril de 2018 às 11h03.

São Paulo - O grupo Votorantim, um dos maiores conglomerados industrias do país, está buscando diversificar seus investimentos para novas áreas, como infraestrutura e propriedades comerciais, disse nesta quarta-feira o presidente-executivo, João Miranda.

Após a venda parcial da produtora de celulose Fibria à Suzano Papel e Celulose em março, o grupo Votorantim busca ativos menos voláteis para garantir um fluxo mais estável de dividendos para seu acionista controlador, a bilionária família Ermírio de Moraes.

Em entrevista para discutir o resultado anual, Miranda disse à Reuters que, além de mais investimentos em sua unidade de energia, o grupo está considerando novos ativos em infraestrutura, como estradas e mobilidade urbana. Investimentos em capital de risco e aquisição de imóveis comerciais também são considerados.

No ano passado, o grupo Votorantim registrou um lucro líquido de 810 milhões de reais, ante prejuízo de 1,3 bilhão de reais no ano anterior, devido a uma grande baixa contábil. Como resultado, 150 membros da família Ermírio de Moraes receberão cerca de 750 milhões de reais em dividendos este ano, que marca o centenário do grupo.

Miranda disse que os recursos da venda da Fibria podem ser investidos fora do Brasil, em setores onde o conglomerado já opera. O grupo, cujos ativos vão de cimento a metais básicos, visa casar tanto receitas quanto custos em uma moeda forte.

As análises do grupo Votorantim de novas aquisições acontecem após uma queda de 16 por cento da dívida líquida, para 12,4 bilhões de reais ao final de 2017. Isso equivale a cerca de 2,6 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado (Ebitda) no ano, abaixo do patamar de 2016, de 3,46 vezes.

Miranda disse que o objetivo do grupo é reduzir o endividamento para abaixo de duas vezes o Ebitda em 2018, sem contabilizar ainda os recursos que virão da venda da Fibria, uma transação ainda sujeita à aprovação de autoridades de concorrência.

O executivo não descartou outras vendas de ativos, conforme o grupo recicla sua carteira, sem mencionar áreas específicas.

No ano passado, o grupo vendeu parte da mineradora Nexa Resources em uma oferta pública inicial nos Estados Unidos, também se desfez de alguns ativos de cimento e combinou suas operações de aço longo com a ArcelorMittal.

Apesar das fracas vendas de cimento, a receita líquida da Votorantim subiu 5 por cento no ano passado, para 27,2 bilhões de reais, devido a preços mais altos de metais e energia.

O Ebitda ajustado, uma métrica do lucro operacional excluindo efeitos não recorrentes, subiu 12 por cento, para 4,8 bilhões de reais.

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