Negócios

Votorantim lança braço imobiliário em aposta em recuperação pós-covid

A Altre, como é chamada a subsidiária recém-lançada, está inicialmente sendo formada com terrenos industriais não utilizados da Votorantim

Votorantim: a aposta da empresa no mercado imobiliário é parte de um esforço para diversificar o modelo de negócio e proporcionar um fluxo de dividendos mais estável (Paulo Whitaker/Reuters)

Votorantim: a aposta da empresa no mercado imobiliário é parte de um esforço para diversificar o modelo de negócio e proporcionar um fluxo de dividendos mais estável (Paulo Whitaker/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 8 de abril de 2021 às 17h23.

Última atualização em 8 de abril de 2021 às 23h17.

A Votorantim está lançando um braço imobiliário, disse o presidente-executivo de uma das maiores holdings do Brasil, João Schmidt, em entrevista nesta quinta-feira, apostando em um maior crescimento da demanda por moradias e na renovação do mercado de escritórios.

A Altre, como é chamada a subsidiária recém-lançada, está inicialmente sendo formada com terrenos industriais não utilizados da Votorantim, mas Schmidt disse que a empresa está em busca de novos ativos, incluindo a construção de edifícios comerciais.

"Após a pandemia, as empresas mudarão a forma com que as pessoas trabalham, com uma maior abertura para o trabalho remoto, mas os funcionários ainda precisarão de um local para se reunir", disse o executivo à Reuters.

Ele acrescentou que os inquilinos tendem a exigir mais espaço entre os colaboradores e tetos mais altos para melhor ventilação.

A aposta da Votorantim no mercado imobiliário é parte de um esforço para diversificar o modelo de negócio e proporcionar um fluxo de dividendos mais estável. Além do setor imobiliário, a Votorantim analisa alvos de aquisição em infraestrutura, energia, saúde e cimento fora do Brasil.

Nesta quinta-feira, a empresa anunciou que teve um prejuízo de 3,1 bilhões de reais em 2020, revertendo lucro líquido de 4,9 bilhões no ano anterior, devido a baixas contábeis com a redução de expectativas de geração de caixa para minas no Peru e aumento do pagamento de dívidas em dólar.

A receita cresceu 19%, para 36,7 bilhões de reais, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) aumentou 35%.

A dívida líquida da Votorantim encerrou 2020 em 1,63 vez o Ebitda, o menor patamar nessa medição desde 2008, e a empresa deve encerrar este ano no mesmo patamar.

O vice-presidente financeiro da holding, Sergio Malacrida, afirmou que o grupo teve lucro ainda não divulgado no primeiro trimestre deste ano, mas a holding não faz previsões para o resultado no ano.

"Há muita incerteza pela frente, incluindo a velocidade da vacinação e um menor auxílio emergencial do governo para ajudar a lidar com a pandemia", disse Schmidt.

O executivo também afirmou não estar certo se as reformas em edificações, que impulsionaram em parte as vendas de cimento no ano passado, vão seguir no mesmo ritmo este ano.

Acompanhe tudo sobre:ConstrutorasImobiliáriasVotorantim Cimentos

Mais de Negócios

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo

Mitsubishi Cup celebra 25 anos fazendo do rally um estilo de vida

Toyota investe R$ 160 milhões em novo centro de distribuição logístico e amplia operação