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Votorantim fecha compra de 17,3% da Cimpor

SÃO PAULO (Reuters) - Última a aparecer publicamente como interessada na Cimpor, a Votorantim assegurou nesta quarta-feira uma participação de 17,3 por cento na cimenteira portuguesa, ao fechar acordo de compra da fatia na empresa que era detida pela francesa Lafarge. Segundo o grupo brasileiro, a Lafarge receberá ativos da Votorantim, a serem transferidos por […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

SÃO PAULO (Reuters) - Última a aparecer publicamente como interessada na Cimpor, a Votorantim assegurou nesta quarta-feira uma participação de 17,3 por cento na cimenteira portuguesa, ao fechar acordo de compra da fatia na empresa que era detida pela francesa Lafarge.

A Votorantim afirmou, porém, que a "conclusão da transação dependerá do desfecho da oferta pública ainda vigente para aquisição das ações da Cimpor", apresentada pela também brasileira CSN.

Segundo a Votorantim, a Cimpor garante acesso a mercados por ela ainda não explorados, como Europa, Ásia e África. Com o grupo português, a Votorantim Cimentos terá presença em 20 países.

"O desfecho da operação acelera o processo de internacionalização da Votorantim Cimentos iniciado em 2001, quando adquiriu a canadense St. Marys Cement", disse o grupo em comunicado.

A Cimpor ganhou destaque no noticiário em 18 de dezembro, quando a siderúrgica brasileira CSN --novata no ramo de cimento-- apresentou uma oferta hostil de compra do grupo português, se dispondo a pagar 5,75 euros por ação, ou 3,86 bilhões de euros no total. O Conselho da Cimpor rejeitou por unanimidade a oferta da CSN.

No início de janeiro, foi a vez de outro conglomerado brasileiro, desta vez a Camargo Corrêa, entrar no páreo: queria fundir seus negócios de cimento com os da Cimpor, assumindo uma posição inferior a 50 por cento na empresa resultante da combinação dos ativos.

A comissão de valores mobiliários de Portugal (CMVM), contudo, determinou que a Camargo Corrêa deveria avançar com uma contraproposta à da CSN ou retirar sua oferta pela companhia portuguesa. A última opção prevaleceu.

Em 19 de janeiro, a Votorantim informou que vinha mantendo contatos diretos com sócios da Cimpor desde 2008 para aquisição de participação minoritária na companhia, sem interesse em comprar toda a empresa. Naquela ocasião, contudo, informou que não tinha tomado, até aquela data, decisão sobre a compra de ações da Cimpor.

Na semana passada, o chairman da holding Votorantim Participações, Carlos Ermírio de Moraes, afirmou que o grupo estava na disputa por uma fatia na Cimpor e que tinha sido feita uma proposta "conciliadora dos interesses" de Portugal.

Também nesta quarta-feira, a Votorantim informou que fechou um acordo de acionistas com a Caixa Geral de Depósitos (CGD), estatal portuguesa, detentora de 9,6 por cento das ações da Cimpor. Sob os termos do acordo, a Votorantim teria que permanecer como uma acionista minoritária na Cimpor.

COMPETIÇÃO NO BRASIL
A Votorantim é a maior produtora de cimento do Brasil, com market share de cerca de 40 por cento e com capacidade de produção anual de 30 milhões de toneladas. A Cimpor, com seis fábricas no país, está apta a produzir 6,4 milhões de toneladas --sendo a quarta maior em capacidade.

Sobre possíveis restrições antitruste no Brasil no caso de uma associação da Votorantim com a Cimpor, Ermírio de Moraes disse na última semana não ter grandes preocupações.

"Se for alguma coisa que seja conflitante com a legislação local (brasileira), tem que se adaptar a isso. O Cade poderá impor restrições, como já fez no passado. É normal, não temos grandes preocupações com isso", afirmou, referindo-se ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

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