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Votorantim Cimentos cria programa de fidelidade para ajudar na reforma

O programa Juntos Somos Mais foi lançado em uma joint venture com a Gerdau e Tigre e tem como foco pequenos lojistas e profissionais de obra

 (Votorantim Cimentos/Divulgação)

(Votorantim Cimentos/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 18h00.

Última atualização em 6 de dezembro de 2018 às 19h25.

A Votorantim Cimentos se juntou a dois sócios, Gerdau e Tigre, para a criação de uma nova empresa, a Juntos Somos Mais. A companhia é um programa de fidelidade, voltado a pequenos e médios lojistas de materiais de construção.

Ao vender e indicar produtos das empresas participantes, como cimento, materiais hidráulicos ou peças de aço, o lojista ou pedreiro ganha pontos que podem ser trocados por cerca de 500 melhorias para o seu negócio, como ar condicionado, computador, uma empilhadeira ou sistemas.

A empresa foi criado dentro da Votorantim Cimentos em 2014 como um programa de fidelidade voltado apenas à compra de cimento. Agora, foi desmembrado em uma empresa independente, com estrutura própria e 25 funcionários. A joint venture será composta 45% pela Votorantim e outros 27,5% cada por Gerdau e Tigre e a expectativa é atingir faturamento de 50 milhões de reais em 2019.

Além das três sócias, outras 11 empresas atuam como parceiras, como as fabricantes de materiais de construção Eternit, Suvinil, Vedacit entre outras. O banco Santander entra oferecer crédito e financiamento e a Linx é parceira para oferecer sistemas de gestão para os pequenos lojistas. Outras 20 parceiras devem entrar no programa no próximo semestre.

Já há 40 mil lojistas cadastrados e 100 mil profissionais de obra, como pedreiros, encanadores e eletricistas. Nos quatro anos de existência do projeto dentro da Votorantim, mais de 1 bilhão de pontos foram acumulados e trocados por 300 mil prêmios. Nas lojas participantes, a fidelização dos consumidores aumentou, afirma Walter Dissinger, presidente da Votorantim Cimentos, sem dar maiores detalhes.

Cerca de 70% de todas os varejistas de materiais de construção são pequenos ou médios. A Telhanorte e a Leroy Merlin, por exemplo, têm apenas 42 cada uma. Assim, é mais difícil alcançar esses negócios.

O plano é chegar a 100 mil nos próximos quatro anos, de um total de 150 mil no Brasil, além de 2 milhões de profissionais de obra, entre os 6 milhões que atuam no país. Para isso, a empresa irá investir 50 milhões de reais em marketing e tecnologia nos próximos dois anos.

A empresa irá enviar mensagens de áudio e vídeo para os profissionais e colocar peças de comunicação, como adesivos, nas lojas participantes. 

Resposta para crise

É uma das primeiras iniciativas de digitalizar o varejo de construção civil. “Nosso segmento ainda está atrás de outros setores quando se trata de digitalização e tecnologia”, diz Dissinger. “Precisamos nos reinventar”, afirma Otto von Sothen, presidente da Tigre.

Não é só na inovação que o setor está atrasado. Se para muitos setores a economia já está melhorando, a construção civil, que representou 5% do PIB do Brasil no ano passado, ainda sente os efeitos da crise. O varejo continuou crescendo durante os anos de crise, dizem os empresários, mas não a indústria.

A construção residencial deve mostrar os primeiros sinais de retomada no primeiro semestre do ano que vem e o setor de infraestrutura deve se aquecer apenas no segundo semestre, afirma Gustavo Werneck, presidente da Gerdau.

No ano passado, o setor de cimentos, por exemplo, registrou o terceiro ano consecutivo de redução de demanda no Brasil. Nesse período, a queda acumulada no consumo foi de aproximadamente 28%, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC).

A Votorantim Cimentos, nesse cenário, teve receita líquida de 11,1 bilhões de reais no ano passado e Ebitda ajustado de 1,8 bilhão de reais, redução de 7% e 26%, respectivamente, sobre o ano passado. No ano que vem, a expectativa é que o setor de cimentos cresça de de 3% a 4%.

O grupo Tigre faturou em 2017 cerca de 3 bilhões de reais e a Gerdau, outra sócia da nova empresa, encerrou o ano passado com 37 bilhões de reais em receita líquida consolidada, queda de 2%.

Ainda pequena, a nova companhia é uma das apostas para retomar o crescimento.

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