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Votorantim Cimentos bate CSN e compra parte da Lafarge na Cimpor

Grupo dos Ermírio de Moraes também firma acordo de direito de preferência para as ações em poder da Caixa Geral de Depósitos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

Última a ganhar destaque no noticiário sobre a disputa pela cimenteira portuguesa Cimpor, a Votorantim Cimentos bateu a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Camargo Corrêa na disputa pela fatia que a francesa Lafarge detinha na Cimpor. A empresa dos Ermírio de Moraes divulgou, na noite desta quarta-feira (3/2), que fechou um acordo com o grupo francês para assumir sua participação de 17,28% na cimenteira portuguesa.

Segundo o comunicado, o acordo com a Lafarge envolve uma troca de ações. A Lafarge receberá alguns ativos da Votorantim, por meio de uma nova empresa que será criada para essa finalidade. A conclusão do acordo, porém, ficou condicionada ao desfecho da oferta pública para compra das ações da Cimpor, lançada pela CSN. Em um comunicado da Lafarge divulgado em Paris, a empresa francesa acrescenta que o resultado da OPA também determinará o valor pelo qual suas ações serão transferidas para a Votorantim.

O grupo francês afirma que, em troca de seus papéis, receberá algumas fábricas de cimento da Votorantim localizadas no Brasil em regiões que complementem suas operações. Dependendo do valor pelo qual os papéis serão negociados, a empresa também poderá receber uma quantia em dinheiro, ou ativos adicionais.

Preparando o avanço

Em paralelo, a Votorantim também assinou um acordo com a Caixa Geral de Depósitos, banco que representa a participação do governo português na Cimpor. O documento tem um prazo inicial de dez anos. Pelo acordo, a Caixa Geral e a Votorantim assumem o compromisso de não deter uma participação, cada uma, superior a 30% da cimenteira. Em casos excepcionais, o teto sobe para 32%.

O comunicado da Caixa Geral, divulgado nesta quarta-feira em Lisboa, traz outros indícios de que a Votorantim tem interesse em ampliar sua presença na Cimpor. Um deles é o compromisso assumido pelas empresas de manter suas ações por um determinado período (lock-up). O documento afirma que essa cláusula tem, como premissa, "a estabilização, no longo prazo, da participação de ambas acima de um mínimo de 22,5% dos direitos de voto na Cimpor". Além disso, o acordo estabelece o direito de preferência entre as duas no caso de venda de ações.

Com a Cimpor, a Votorantim acelera a sua internacionalização, iniciada em 2001, quando comprou a cimenteira canadense St. Marys Cement. A partir de agora, a Votorantim Cimentos atuará em 20 países, com destaque para a América do Norte. Além disso, contará com operações na Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina e Uruguai.

 

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