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Votorantim busca estabilizar dívidas após prejuízo em 2016

Companhia vai privilegiar a geração de caixa e reavaliar alguns ativos não essenciais em meio às incertezas políticas e econômicas que na América Latina

Votorantim: grupo teve prejuízo líquido de 1,25 bilhão de reais no ano passado, ante lucro de 382 milhões em 2015 (Divulgação)

Votorantim: grupo teve prejuízo líquido de 1,25 bilhão de reais no ano passado, ante lucro de 382 milhões em 2015 (Divulgação)

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Reuters

Publicado em 6 de abril de 2017 às 09h09.

São Paulo - A Votorantim vai se concentrar em manter métricas de dívida estáveis enquanto completa importantes projetos de investimento neste ano, em uma estratégia voltada a ajudar o maior conglomerado industrial diversificado brasileiro a retornar ao lucro, disse o presidente-executivo da companhia, João Miranda.

Com investimentos em setores que vão de cimento e alumínio a metais básicos e energia, a Votorantim vai privilegiar a geração de caixa e reavaliar alguns ativos não essenciais do grupo em meio às incertezas políticas e econômicas que atingem a América Latina neste ano, disse Miranda.

Em entrevista para discutir os resultados anuais do grupo, Miranda afirmou que vários investimentos da Votorantim na Turquia, Bolívia e Estados Unidos, bem como em um projeto de energia eólica no Brasil devem entrar em operação no próximo ano. Com isso, as necessidades de investimento devem diminuir, o que deverá ajudar os resultados do grupo, disse o executivo.

O grupo Votorantim teve prejuízo líquido de 1,25 bilhão de reais no ano passado, ante lucro de 382 milhões em 2015, em um resultado afetado por grandes baixas contábeis de ativos na divisão de aço e encargos relacionados a uma suspensão temporária de operações de níquel no Brasil.

O grupo reduziu a dívida líquida em 24 por cento em 2016, para 14,7 bilhões de reais, apoiado na valorização do real e pela conversão para reais de empréstimos em moeda estrangeira. O investimento caiu 6 por cento, para 3 bilhões de reais.

A relação de dívida líquida sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado subiu para o equivalente a 3,43 vezes no ano passado ante 2,79 vezes em 2015.

"Estamos comprometidos em manter as métricas de dívida estáveis e analisando a situação de forma a podermos cumprir a estratégia do grupo da melhor forma possível", disse Miranda.

O prejuízo da Votorantim veio junto com queda de 9 por cento na receita líquida, para 26,7 bilhões de reais, com fraqueza no desempenho dos segmentos de cimento e alumínio e ganhos menores com a área de comercialização de energia. A parada na área de alumínio pressionou os custos, minimizando os resultados de esforços de redução de despesas.

Em fevereiro, a Votorantim anunciou acordo com a ArcelorMittal em que sua área de aços longos passará a ser subsidiária do grupo europeu. No acordo, o grupo brasileiro passará a deter uma participação minoritária na ArcelorMittal Brasil. O acordo produziu uma baixa contábil de 1,8 bilhão de reais no resultado da Votorantim em 2016.

O Ebitda ajustado da Votorantim em 2016 caiu 38 por cento, para 4,3 bilhões de reais, refletindo o efeito composto de queda de receita e custos maiores. Considerando apenas o quarto trimestre, o Ebitda ajustado foi de 639 milhões de reais, queda de 70 por cento sobre o resultado obtido um ano antes.

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