Negócios

Volvo anuncia férias coletivas na fábrica de Curitiba

A empresa havia sido a única entre as oito principais fabricantes de caminhões do país que até agora não havia adotado medidas para reduzir a produção


	Logo da Volvo: número de pessoas e período de dispensa ainda não foram definidos
 (Harold Cunningham/Getty Images)

Logo da Volvo: número de pessoas e período de dispensa ainda não foram definidos (Harold Cunningham/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2014 às 09h15.

São Paulo - Única entre as oito principais fabricantes de caminhões do País que até agora não havia adotado medidas para reduzir a produção, a Volvo informou, na segunda-feira, 28, que também dará férias coletivas ou folgas aos funcionários da fábrica de Curitiba (PR) nas próximas semanas. Número de pessoas e período de dispensa ainda não foram definidos.

A decisão foi anunciada após análises que indicam queda de 14% no segmento de veículos de grande porte, em que a Volvo atua. A previsão é de um mercado total de 90 mil unidades, ante 105 mil anteriormente, informa um porta-voz da Volvo.

Incluindo todas as categorias de caminhões, dos leves aos extrapesados, a projeção de queda nas vendas varia de 3% a 10%.

Até janeiro, a projeção era de crescimento de 5% a 7% ante as 154,5 mil unidades vendidas em 2013. No primeiro trimestre, os negócios caíram 11,3% em relação ao mesmo período de 2013.

O setor sinaliza para uma recuperação a partir deste mês, após medidas de aceleração da liberação de financiamentos pelo Finame, mas não serão suficientes para salvar o ano.

"Trabalhamos com uma previsão de queda de 10% para o mercado total neste ano", informa o presidente da Mercedes-Benz, Philipp Schiemer.

A empresa abriu este mês um programa de demissão voluntária na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e, segundo o executivo, 700 funcionários já se inscreveram. O grupo afirma ter excedente de 2 mil trabalhadores, de um total de 12 mil.


"Já tínhamos um plano de renovação na fábrica, para torná-la mais eficiente, mas esperávamos que poderíamos resolver com o crescimento do mercado, mas, como as vendas estão caindo, tivemos de recorrer ao programa", afirma Schiemer, que ontem participou em São Paulo do V Fórum da Indústria Automobilística.

Outro grande problema, segundo ele, é a queda das exportações para a Argentina. "Exportávamos cerca de 10% da nossa produção, participação que deve cair à metade neste ano".

A fábrica do ABC está operando quatro dias por semana e deve cortar um turno de trabalho, além de dar férias a um grupo de funcionários. Na unidade de Juiz de Fora (MG) os 450 trabalhadores estão em férias coletivas.

Também adoram cortes na produção MAN, Scania, Ford, Iveco, Agrale e International.

No segmento de automóveis e comerciais leves, quase todas as grandes fabricantes, entre as quais Volkswagen, Fiat e General Motors anunciaram medidas para reduzir a produção.

Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu que o governo estuda medidas de estímulo às vendas de veículos. O setor espera um pacote de medidas para destravar o crédito para os financiamentos.

Luiz Moan, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores afirma que "a questão do crédito foi o grande ponto que apontamos (ao governo) como restrição ao consumo interno".

Nesta terça-feira, 29, Moan se reúne com representantes dos governos do Brasil e da Argentina para definir uma linha de financiamento às compras de veículos brasileiros pela Argentina. Colaborou Gabriela Lara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosEmpresasIndústriaMontadorasveiculos-utilitariosVolvo

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem