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Volume de fusões e aquisições diminui no primeiro trimestre

Em número, o total foi 31,4% inferior ao registrado no mesmo período de 2010; em valor, o montante foi 38% inferior

Vivo: a Anbima destacou a incorporação da Vivo pela Telesp, que movimentou 11,3 bilhões de reais.  (Lia Lubambo/EXAME)

Vivo: a Anbima destacou a incorporação da Vivo pela Telesp, que movimentou 11,3 bilhões de reais. (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2011 às 18h00.

São Paulo – No primeiro trimestre de 2011 foram anunciadas no Brasil 24 operações de fusões/aquisições, que somaram um valor total de 32,7 bilhões de reais. Em número, o total foi 31,4% inferior ao registrado no mesmo período de 2010. Em valor, o montante foi 38% inferior, segundo relatório da Anbima divulgado hoje (26/5).

A redução do número e volume de anúncios de fusões e aquisições foi um movimento normal e esperado após dois semestres consecutivos de atividade recorde, segundo a Anbima, que acredita que o mercado continua aquecido.

As operações com volume superior a 1 bilhão de reais responderam, em sua totalidade, por 88,6% dos negócios anunciados, seguindo a tendência observada nos mesmos períodos da série, acompanhada desde 2006. A Anbima destacou a incorporação da Vivo pela Telesp, que movimentou 11,3 bilhões de reais.

Quanto a origem de capital, o volume de aquisições de empresas brasileiras por estrangeiras respondeu pela maior parte das operações do trimestre, com 49,2% do total dos negócios - o equivalente a 16,1 bilhões de reais. Nos primeiros trimestres de 2010 e de 2009 esse percentual havia sido inferior a 10%. Em número, predominaram as operações entre empresas brasileiras – foram 10 em um total de 24. Mas ela representaram 9,3% do valor total.

As empresas europeias destacaram-se com participação de 77,2% nas aquisições de empresas brasileiras, com volume de 12,4 bilhões de reais. As empresas asiáticas têm mantido participação constante na aquisição de empresas brasileiras desde 2006, com uma média de 15% no número de operações. Nos três primeiros meses de 2011, este percentual foi de 16,7%. 

Setores

Do montante total anunciado, o setor de TI e telecom respondeu pela maior participação, com 36% do volume total. Depois desse, os setores que tiveram maior participação no montante anunciado foram petróleo e gás (com 16,7%%) e o de energia (com 14,8%).

Em número de operações, o setor financeiro registrou a maior participação no total, de 20,8%, seguido por TI/telecom, com 16,6% e pelos setores de construção civil, imobiliário e metalurgia e de siderurgia, ambos com 12,5%. Ao contrário do observado nos anos anteriores, os setores de energia e de agronegócio não apresentaram número significativo de operações neste primeiro trimestre de 2011.


O montante de fusões e aquisições efetivamente fechadas no primeiro trimestre de 2011 cresceu em volume e em número de operações em comparação ao mesmo período de 2010. Foram registradas 15 operações com volume financeiro de 13,8 bilhões de reais.

Veja a lista das dez maiores fusões e aquisições do trimestre.

Operação valor (em  reais)
Incorporação da Vivo pela Telesp 11,3 bilhões
Aquisição de participação na Pride International pela Ensco, parte Brasil 5,5 bilhões
Ashmore Energy vendeu sua participação na Elektro para a Iberdrola 4,8 bilhões
Compra da participação na Cia Brasileira de Metalurgia e Mineração por consórcio de japoneses e coreanos 3,2 bilhões
Venda de participação de 51% da holding de seguros do Santander na América Latina (parcela Brasil) para a Zurich 1,6 bilhão
Aquisição de ativos da Bracor pela Prosperitas 1,4 bilhão
Aquisição da BP Biofuels na Cia Nacional de Açúcar e Álcool 1,3 bilhão
Transações envolvendo a Contax: Incorporação da Dedic e participações na companhia e controladora 677,6 milhões
Compra da parcela dos minoritários do Santander Seguros pelo Santander Espanha 589,6 milhões
Aquisição de participações na IBI e Fidelity pela CBSS 488,4 milhões
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