Negócios

Volkswagen tenta recuperar espaço perdido no país

Além de reestruturar modelos clássicos, VW tem o desafio de manter o Gol como líder, posto que ocupava há 27 anos, mas que perdeu para o Fiat Palio


	CrossFox: linha Fox, no mercado há 11 anos, passou por reestilização por fora e por dentro
 (Divulgação/Volkswagen)

CrossFox: linha Fox, no mercado há 11 anos, passou por reestilização por fora e por dentro (Divulgação/Volkswagen)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2014 às 11h07.

São Paulo - Há cinco meses em terceiro lugar no ranking nacional de vendas, a Volkswagen quer recuperar o posto de vice-líder tomado pela General Motors. O presidente da empresa, Thomas Schmall, conta com dois produtos apresentados na segunda-feira, 18, em São Paulo, a inédita picape Saveiro com cabine dupla e o novo Fox.

O Fox, que está no mercado há 11 anos, passou por reestilização por fora e por dentro ganhou itens como sistema de partida a frio que dispensa o tanquinho de gasolina e, na versão top, câmbio de seis marchas.

Hoje em oitavo lugar entre os automóveis mais vendidos, o Fox disputa mercado com modelos como Chevrolet Onix (terceiro na lista), Ford Fiesta (quarto) e Hyundai HB20 (sexto).

A nova versão, em seis configurações, tem preço a partir de R$ 35.900, ante R$ 35.070 da versão de entrada do anterior. "Estamos lançando um carro mais moderno e com mais conteúdo praticamente pelo preço do anterior", diz Schmall.

A Saveiro cabine dupla coloca a Volkswagen num nicho que até agora tinha só um representante, a Fiat Strada, lançada em 2009. "Vamos entrar num segmento que está ganhando espaço no mercado", diz Schmall. A Saveiro cabine dupla vai custar a partir de R$ 47.490. A rival parte de R$ 45.990.

Para produzir a nova Saveiro, a Volkswagen investiu R$ 300 milhões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), sendo R$ 250 milhões em 2013 para a cabine simples e a estendida e R$ 50 milhões agora.

Nessa segunda fase foram adquiridos 17 robôs de nova geração, acrescentados a outros 151. Segundo a empresa, os novos robôs são 10% mais rápidos e 15% mais leves que os da geração anterior.

Gol

Outro desafio da VW é manter o Gol como líder entre os automóveis, posto que ocupa há 27 anos, mas que perdeu para o Fiat Palio nos últimos dois meses. "É uma tarefa difícil, mas confiamos no nosso produto", diz Schmall. As vendas do Gol diminuíram principalmente após o fim da versão mais barata, a G4, em dezembro.

Com o mercado total em queda, e as marcas se digladiando para conquistar o consumidor, a briga por pontos de participação está cada vez mais acirrada.

De janeiro a julho a Fiat vendeu 400,9 mil carros e comerciais leves, mantendo-se como líder no mercado. A GM contabiliza 329,3 mil unidades e a Volks, 327,5 mil. Há algum tempo, a briga da VW era para recuperar a liderança, perdida há 13 anos.

Schmall acredita que o mercado brasileiro vai cair entre 5% a 10% em relação a 2013. O setor apostava em uma recuperação a partir deste mês, mas ela ainda não ocorreu. Ele acredita que o governo vai adotar mais medidas para facilitar o crédito. "Hoje, 50% dos pedidos de financiamento são recusados".

A Volkswagen tem grupos de trabalhadores em lay-off (suspensão temporária dos contratos) nas fábricas de São Bernardo do Paraná e deu dez dias de férias coletivas na unidade de Taubaté.

Apesar do cenário econômico complicado, ele afirma que "não é momento para ser negativo, pois acreditamos na força do mercado brasileiro e vamos continuar investindo no país". O plano do grupo contempla R$ 9,2 bilhões entre 2010 e 2016.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarrosEmpresasEmpresas alemãsEmpresas americanasEstratégiagestao-de-negociosGM – General MotorsMontadorasReestruturaçãoVeículosVolkswagenVW FoxVW GolVW Saveiro

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades