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Volkswagen propõe redução de jornada e de salários no Brasil

Funcionários decidem nesta segunda-feira, 20, proposta da empresa de corte de 30%

Fábrica da Volkswagen (Ciro de Luca/Reuters)

Fábrica da Volkswagen (Ciro de Luca/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de abril de 2020 às 14h31.

Funcionários das quatro fábricas da Volkswagen do Brasil decidem nesta segunda-feira, 20, proposta da empresa de corte de 30% na jornada de trabalho e nos salários, além de um novo programa de lay-off (suspensão de contratos). A votação será online durante todo o dia. O grupo emprega cerca de 18 mil trabalhadores.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a empresa vai retomar a produção no dia 18, com apenas um turno de trabalho. Na fábrica de São Bernardo do Campo, o grupo de 1,2 mil trabalhadores que está em lay-off desde janeiro retorna, e outro grupo, em número a ser definido, passa a participar do programa, que tem parte dos salários bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

No retorno, o foco deve ser a produção do Nivus, utilitário-esportivo (SUV) totalmente desenvolvido no Brasil que será lançado no fim deste semestre. A montadora está preparando a fábrica para evitar o contágio do coronavírus e vai fornecer máscaras e luvas, além de medir a temperatura de todos diariamente.

Haverá mais ônibus de transporte dos funcionários para que não fiquem muito próximos e o maquinário de trabalho será disposto de forma que todos mantenham distância prevista pelos órgãos de saúde.

Em vídeo enviado aos trabalhadores na tarde de sábado, dirigentes do sindicato informaram que, apesar da redução prevista na MP 936 - em que o governo participa liberando pare do dinheiro do seguro desemprego -, o salário líquido (descontado INSS e IR) será integral pois a Volkswagen vai arcar com eventuais diferenças. "O importante é que há garantia de 100% do salário líquido", disse Wagner Santana, presidente do sindicato.

Prorrogação das paradas

Na sexta-feira, a FCA Fiat Chrysler fechou acordo de redução de 5% a 20% de jornada e salários dos funcionários da área produtiva das duas fábricas de automóveis do grupo em Betim (MG) e Goiana (PE), e para a unidade de motores em Campo Largo (PR). O pessoal administrativo seguirá em trabalho remoto (home office). Ao todo, o grupo emprega cerca de 26 mil funcionários no País.

General Motors e Toyota também já fecharam acordos similares, mas com retorno às atividades previsto para junho. Na sexta-feira, Nissan e PSA Peugeot Citroën, ambas com fábricas no Rio de Janeiro, informaram que vão estender as férias coletivas até 21 e 31 de maio, respectivamente. Antes o retorno estava programado para a próxima quarta-feira.

Também na sexta-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos acertou com o grupo Caoa Chery a adoção de home office com redução de jornada e salário dos 200 funcionários da área administrativa. Os da produção estão em lay-off sem data de retorno.

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