e-Delivery, primeiro caminhão elétrico a ser produzido em série no Brasil (Volkswagen/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 14h00.
Última atualização em 4 de dezembro de 2019 às 15h00.
A Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciou nesta quarta-feira, 04, um investimento de 110,8 milhões de reais para a produção do e-Delivery, o caminhão elétrico da marca, na fábrica de Resende, Rio de Janeiro.
"Esperamos começar a produzir estes veículos já no final do ano que vem", disse Roberto Cortes, CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus no Brasil, em entrevista a EXAME.
De acordo com o executivo, 80% do montante será viabilizado por empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, o restante, com recursos próprios.
No início de outubro, a montadora havia anunciado a instalação de um polo de produção de veículos elétricos em Resende. No local, diversos fornecedores de peso como Bosch e WEG vão compartilhar um sistema produtivo inédito no país.
O primeiro grande cliente da montadora é a gigante de bebidas Ambev, que anunciou a assinatura de uma intenção de compra de 1 600 caminhões elétricos da Volks, dentro do plano da empresa de eletrificar um terço de sua frota até 2023.
No acumulado até novembro, a Volks apresentou um crescimento próximo de 32% das vendas de caminhões. A marca permanece na vice-liderança do mercado, atrás da Mercedes-Benz. "O market share é uma consequência de bons produtos, mas nós vamos continuar perseguindo a saúde financeira da empresa", diz Cortes.
O executivo ressalta que a marca tem vocação "natural" para herdar a fatia deixada no mercado pela Ford, que anunciou sua saída do negócio de caminhões. "Tanto em produto como em pós-venda, a tendência é que os clientes da Ford migrem para nós."
No segmento de ônibus, a Volks teve um avanço de 74% no ano. A marca venceu uma licitação do programa "Caminho da Escola", que fornece transporte escolar em áreas rurais, e fornecerá 3 600 unidades. "Temos uma forte atuação e tradição nesse negócio."
Para o ano que vem, Cortes projeta um crescimento de 5% a 10% das vendas de veículos pesados no Brasil, considerando um ambiente de negócios mais favorável.